“Betinho”: “Não lidero pelo que digo, mas sim pelo exemplo”

Entrevista ao MVP João “Betinho” Gomes

Atletas
19 MAI 2020

Às 76 internacionalizações pela equipa das quinas, João “Betinho” Gomes juntou nova distinção ao vasto currículo e, na época de regresso à Liga Placard, destacou-se como o português mais valioso do campeonato. Sem privilegiar os feitos individuais, o extremo de 35 anos olhou para a atípica temporada de 2019/20 e realçou os feitos alcançados pelo coletivo que encontrou no regresso ao Sport Lisboa e Benfica.

 

É precisamente o regresso à Luz que o #15 das águias começa por referir, justificando a aposta no clube que representou entre 2011 e 2014 como o único caminho a seguir para voltar a conquistar títulos: «Decidi voltar e tinha de ser para o Benfica, onde se faz um trabalho sério, com muitas boas condições. Sabia que aqui podia continuar a lutar por títulos. Quando jogava em Trento fui duas vezes à final e não ganhei o campeonato, aqui no Benfica sabia que isso era possível, apesar da infelicidade do cancelamento da época», explica.
No global da temporada, mesmo que esta não tenha chegado ao fim, “Betinho” fez um balanço positivo da época que ficou marcada pela boa campanha europeia dos vice-campeões nacionais: «Tivemos um ano muito positivo. Estivemos a pouco de conseguirmos algo inédito, que seria passarmos a segunda fase de grupos da FIBA Europe Cup, mas nunca é fácil jogar no campeonato e nas competições europeia em simultâneo», afirmou.
Sem destacar nenhum momento em específico vivido durante o ano, o ex-internacional luso optou por salientar o espírito resiliente que encontrou no plantel: «não destaco nada em particular deste ano, no entanto mesmo com as provas europeias e com as lesões, a equipa acabou por se manter unida e sempre na luta pelo primeiro lugar do campeonato. Isso define esta equipa. Mesmo com dificuldades, demos sempre um passo em frente», conta.
Peça fundamental na manobra de Carlos Lisboa, dentro e fora das quatro linhas, “Betinho” explicou como faz sentir a sua influência no conjunto encarnado: «Sou uma pessoa bastante tranquila, muito calmo. Tento transmitir essas sensações à equipa nos momentos complicados dos jogos. Não lidero pelo que digo, mas sim pelo exemplo. A forma como trabalho é que me define. Sou o primeiro a chegar ao pavilhão e o último a sair», refere.
Desafiado a nomear o jogador mais complicado de travar durante a temporada e a equipa mais difícil de defrontar, o MVP Nacional não se coibiu em apontar dois nomes: «Há muitos bons jogadores, mas escolhendo um optava pelo Marqueze Coleman do Vitória SC. Causou-me alguns problemas, foi o jogador mais difícil de defrontar esta época. No que diz respeito ao coletivo, a equipa mais desafiante diria que foi a UD Oliveirense. Tenho muito respeito pelos jogadores que eles têm no plantel e realço o José Barbosa que é um jogador espetacular, que sabe por a equipa a jogar. A ajuda do treinador Norberto Alves, que é dos melhores da nossa Liga, fazem deles um excelente adversário», finaliza.
Atletas
19 MAI 2020

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