João Freitas analisa época CAB
O CAB Madeira fez uma época regular muito consistente, mas acabou por não conseguir o apuramento para a final do playoff.

Treinadores
22 JUN 2009
De qualquer forma, o seu treinador – que aqui revela o desejo de emigrar na próxima temporada – considera que no cômputo geral a equipa esteve bem.
Que balanço faz da última época? Para a nossa equipa o balanço foi positivo, embora desejássemos todos ter estado na final do playoff. Não foi óptimo porque mesmo sabendo das nossas limitações, trabalhámos todos para ganhar e isso não aconteceu. Que aspectos positivos e negativos ressalva? O campeonato em si foi dos mais fracos, em termos de qualidade, dos últimos anos. A falta de profissionalismo, começando nas pequenas coisas até às maiores e mais visíveis foi a nota mais negativa. O positivo foi ver que os menos culpados são os treinadores e os jogadores, que fizeram com que esta competição se realizasse. Já tem algum convite para a próxima época? Não, mas vou continuar a procurar. Se surgir a hipótese de sair do País e de poder ter uma equipa para ganhar, aceitarei logo o desafio. Tem algum desafio que gostaria de levar a cabo? O meu maior projecto levo a cabo todos os dias, que é educar duas crianças fantásticas que tenho o orgulho de ser pai. Em termos de basquetebol todos os projectos que me levem a ter uma equipa capaz de ser campeã. Sair de Portugal era o que neste momento gostava mais de fazer. Qual é o seu modelo de jogo favorito? Pressão intensa e intensidade em todas as acções do jogo. Gosto que as minhas equipas corram, lutem e sejam muito agressivas. Depois, quando se fala em modelos temos sempre a tentação de definir coisas que não têm definição. O meu modelo passa sempre por cometimento máximo de todos em todas as situações do jogo. Depois de onde vens, para onde vais, onde bloqueias e como são aspectos secundários desse modelo de jogo. De todas as equipas que já treinou, qual a que lhe proporcionou os melhores momentos da sua carreira? A que acabei de treinar sempre me proporcionou os melhores momentos e a próxima sempre me vai proporcionar os melhores momentos da minha carreira. Sinceramente o que passou não tem muita importância para mim. Tento em cada momento e em cada época superar-me para que findo o ciclo consiga dizer para mim mesmo que a melhor época foi a que acabou. Há algum momento positivo que nunca vá esquecer? Na minha vida o nascimento dos meus filhos. No basquetebol a satisfação de ver que alguns dos meus ex-atletas sempre se recordam das coisas que lhes ensinei e que ficam para sempre. E o mais negativo? Todas as lesões que vi e que impedem os atletas de fazerem o que mais gostam. Qual é a sua opinião sobre o actual estado do basquetebol nacional? Esta resposta ocuparia talvez o questionário todo. A minha opinião é que está mal. Vícios e defeitos antigos e pouca gente nova com vontade e competência para mudar. Tem alguma opinião formada sobre o que deve ser alterado para melhorar a qualidade competitiva da modalidade? Muitas opiniões. Mas guardo para mim de forma a não ser interpretado como um iluminado que só dá opinião e nada faz. Vou contribuindo, fazendo com que as minhas equipas e os meus jogadores sejam melhores. Que jogador mais o impressionou até hoje? Pergunta sempre complicada de responder. Os jogadores também são ciumentos e referir só algum(ns) dos que treinei deixaria nos outros um sentimento de alienação. Mas o Zé Costa, pela vontade e liderança; o Nuno Perdigão, que depois das graves lesões ainda teve a força e a coragem necessárias para se levantar e ser muito útil; e a outro nível, por ser o homem e atleta mais completo que conheci, não podia deixar de referir o Mário Jorge, que me estranha muito que todos os anos esteja à espera para arranjar clube. Este “filhote” tem espaço e lugar em qualquer equipa em qualquer lado. E a jogadora? Basquetebol feminino?! O que é isso? Qual é o seu 5 ideal? Num plano de sonho: 1-Magic Jonhson 2- Kobe Bryant 3- Michael Jordan 4- Larry Bird 5- Kareem Abdull Jabbar. Teriam era que ser 5 bolas em cada jogo. Conte-nos uma situação caricata que se tenha passado em campo. Uma vez orientava um jogo de sub-24 e íamos num contra-ataque de dois contra um, mesmo em frente ao meu banco, e eu disse a quem driblava: “…assiste…” ele ouviu e passou a bola só que em vez de para o colega foi muito para fora. E eu, com a minha calma toda “…eu disse assiste não disse assistência…” E fora do campo? Não me lembro de nada digno de registo.