Eduardo Coelho: «É preciso serenidade e confiança»

Eduardo revelou pontaria afinada e conta o que é necessário fazer para um jogador se tornar num bom lançador. No próximo encontro, frente ao Maia Basket, gostava de repetir a façanha, embora reconheça que será muito difícil…

Muito provavelmente, os 9 triplos convertidos por Eduardo Coelho no último jogo do Basquete de Barcelos terão sido um máximo pessoal. Um número tão elevado, que o próprio confessa ter perdido a conta durante o jogo. “Sentimento de felicidade por o jogo estar a correr bem, não tendo em conta os aspetos pessoais mas por a equipa estar perto de conseguir uma importante vitória. No início a contagem ia sendo feita, mas a determinado momento passei só a ter noção que eram muitos.”Mas para conseguir este tipo de eficácia, Eduardo aponta alguns fatores que contribuem e influenciam o sucesso de um lançador. “Em primeiro lugar ter um bom gesto de lançamento, bem mecanizado através do treino. Na altura de atirar ao cesto é preciso serenidade, que resulta da confiança adquirida através do trabalho. A rapidez do tiro também é importante para evitar oposição.”Mas, como é costume dizer-se, treinar o lançamento é trabalho de casa. O atleta minhoto não foge à regra, já que considera que o tempo dedicado ao lançamento durante o habitual treino da equipa não é suficiente. “Além dos treinos conjuntos ao final do dia, duas vezes por semana treinamos lançamentos pela manhã.”Para chegar a este grau de excelência, o jogador barcelense executa vários tipos de exercícios, procurando sempre recriar situações reais de jogo. “São exercícios propostos pelo treinador que visam simular situações de jogo, por exemplo, saídas de bloqueio, tiros de contra ataque, parados, após drible, etc.”Eduardo não alinha pelo discurso que faltam bons atiradores portugueses na nossa Liga, apenas faltam condições para que se possam especializar nesse gesto tão específico e que exige uma tremenda precisão. “Acho que existem excelentes lançadores na nossa Liga. Todos sabemos que o lançamento requer muitas horas de treino, e dado o estado em que se encontra o nosso basquete ao não permitir a profissionalização da grande maioria dos atletas, estes carecem de tempo para praticar. Penso ser esse o problema e não a falta de qualidade.”O atleta minhoto tem consciência que não será fácil repetir o feito no jogo do próximo fim-de-semana frente ao Maia Basket, se bem que queira estar sempre preparado para a eventualidade do jogo lhe proporcionar vários lançamentos de longa distância. “Todos sabemos que repetir tal façanha é no mínimo pouco provável, no entanto há que trabalhar para, sempre que a oportunidade surgir, atirar com elevada eficácia.”