Eugénio Rodrigues: «Equipa tem vontade de se afirmar»
Com uma equipa 100 por cento dinamarquesa, o treinador português assumiu um novo projeto feminino naquele país nórdico e conta as dificuldades e desafios que tem tido pela frente.

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11 NOV 2014
Até ao momento, em 8 partidas realizadas, alcançou 5 vitórias.
A realidade do basquetebol feminino na Dinamarca, continua a ser pautada por muitas dificuldades, conforme nos conta Eugénio Rodrigues: “A realidade deste basquetebol dinamarquês não mudou da noite para o dia e mesmo tendo eu mudado de clube para o BMS/Falcon (Copenhaga) as dificuldades continuam a existir, ainda que diferentes.”
O técnico tem a seu cargo uma equipa muito jovem, que tem algumas condicionantes… “Este clube resulta da junção de outros dois, sendo que a equipa sénior acaba por ser o somatório de atletas jovens acabadas de subir de divisão (BMS) e de atletas igualmente muito jovens mas com alguma experiência de Liga (Falcon). É por isso uma equipa extremamente jovem, composta por atletas entre os 17 e os 22 anos, com três condicionantes importantes: por um lado a falta de um orçamento forte, que impede a contratação de uma jogadora estrangeira, por outro a necessidade de articular atletas por dois campeonatos distintos (sub 19 e senior) e finalmente, alguma escassez de atletas.”
Mas nem tudo são problemas e o grupo, que não conta com estrangeiras, tem as suas armas para contrariar as dificuldades. “Ainda que sejamos a única equipa totalmente nacional na Liga Dinamarquesa, o que nos falta naquilo que acima referi temos de sobra na vontade que o grupo tem em se afirmar neste campeonato difícil e equilibrado.”
Ainda que se esteja a disputar a fase regular, o BMS/Falcon sabe desde já que vai ao playoff. “Temos a vantagem de já estarmos apurados para o playoff face ao reduzido número de equipas (algumas desistências de última hora) e isso vai permitir-nos trabalhar com mais calma e sem saltar etapas”, conta o treinador. “Será importante, sobretudo, estar bem na parte final do campeonato que se inicia em Fevereiro, pelo que mesmo estando conscientes das nossas limitações, a esperança de voltar a surpreender os mais fortes, conforme sucedeu no ano passado, está sempre presente. E para já não está a correr mal, bem pelo contrário.”
O balanço até ao momento, é positivo. “Em cinco jogos realizados na Liga contamos com duas vitórias, uma das quais esta semana em casa do tricampeão nacional, Sisu, no seu reduto por um ponto, que assumiu já contornos de resultado tão surpreendente quanto histórico. Paralelamente, e nos jogos com as Seleções Nacionais Norueguesas (Este e Oeste), vencemos igualmente os dois encontros pelo que a moral do grupo está em alta.”
Esse estado de espírito é importante, até porque a equipa tem pela frente um grande desafio… “Nesta semana jogamos para a Taça Dinamarquesa, ante o Brønshøj da primeira divisão, e no caso de vitória constituirá a 5ª em 8 jogos oficiais, cifra que ultrapassa as expectativas mais otimistas para esta época”, sublinha Eugénio Rodrigues, acrescentado: “Ainda assim, não nos iludimos nem nos desviamos daquela que é a nossa máxima: os campeonatos são como se acaba e não como se começa.”