«Fazer um jogo quase perfeito»
Ao Algés coube a “fava” nesta Final 8 da Taça de Portugal, pois pela frente terá o Benfica, detentor do troféu, atual campeão nacional e claro favorito na eliminatória.

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19 MAR 2015
Mas o treinador-adjunto dos algesinos não deixa de sonhar com a presença nas meias-finais e já tem uma estratégia delineada para o jogo.
Olhando para o nome da equipa que saiu em sorte aos algesinos será unânime considerar que, em teoria, o Benfica é o adversário mais complicado. Mas o treinador adjunto Vasco Curado quer transformar uma hipotética desvantagem num fator motivacional que conduza o Algés a uma surpresa. “No sorteio calhou-nos o adversário mais difícil. O Benfica tem sido a melhor equipa portuguesa nos últimos anos, sendo constituída por jogadores de grande qualidade. No entanto, a nossa perspetiva é a de que temos pouco a perder e tudo a ganhar neste jogo. O Benfica é claramente favorito para este jogo, mas nós temos plena confiança que podemos discutir o jogo e provocar uma surpresa no final.”
A equipa apura-se pelo segundo ano consecutivo para este ponto alto da temporada, embora o técnico pretenda que nesta edição a imagem deixada seja condizente com o comportamento da equipa nos últimos meses de competição. “O Algés também sente que deve a si próprio uma demonstração da qualidade do trabalho que é feito no clube. Na época passada a equipa também se apurou para a final 8, mas acabou por fazer um dos piores jogos da época nos quartos-de-final. Queremos deixar uma imagem completamente diferente, independentemente do resultado final do jogo contra o Benfica.”
A profundidade do plantel do Benfica proporciona mais soluções e maior rotatividade da equipa. E muito embora Vasco Curado reconheça muitas qualidades à equipa encarnada, destaca duas que causaram mossa no último confronto entre as duas equipas. “O Benfica tem muita qualidade em todas as áreas do jogo e tem dois jogadores de qualidade para cada posição. Há duas áreas em que são muito fortes e onde marcaram a diferença no último jogo em que os defrontámos para a Liga. O contra-ataque e as transições rápidas e no capítulo do ressalto ofensivo.”
Para ter sucesso na defesa, Vasco Curado sabe bem que o Algés tem de controlar muito bem a posse de bola, de forma a não facilitar o trabalho do adversário. “Temos que ser sólidos na execução ofensiva de forma a conseguir sempre bons lançamentos, não permitindo ao Benfica roubos de bola que eles transformam sempre em contra-ataque bem-sucedidos. O controlo da nossa tabela também vai ser decisivo. Não podemos permitir ressaltos ofensivos.”
As individualidades podem fazer sempre a diferença, e o treinador sa bem de onde costuma vir o perigo. O tiro de longa distância é uma das armas ofensivas do Benfica, pelo que contestar os lançamentos é algo a que o Algés está obrigado a fazer durante o jogo. “O Jobey Thomas é obviamente um jogador preponderante e de grande qualidade e teremos que o conseguir controlar. No entanto, não podemos focar a nossa estratégia apenas no Jobey, uma vez que todos os jogadores têm qualidade para marcar a diferença no jogo. O Benfica é a equipa que melhor lança de 3 pontos na nossa Liga. Teremos que os obrigar a baixar a sua eficácia.”
A preparação da equipa não tem corrido da forma desejada, mas isso não impede que o grupo de trabalho tenha o sonho de chegar longe na prova. “Antes de falar em conquistar o troféu, vamos concentrar-nos apenas em tentar ganhar ao Benfica. Teremos que fazer um jogo quase perfeito para o conseguir. Os jogadores têm essa ambição e estão a trabalhar muito bem apesar de algumas limitações que temos tido nos últimos tempos com lesões de vários jogadores.”
Mas Vasco Curado eleva a coesão do grupo, característica fundamental para ultrapassar os maus momentos, sem nunca deixar de ser competitiva. “A nossa capacidade mental vai ser fundamental neste jogo. Teremos de jogar em superação e de saber sofrer em algumas fases do jogo. Temos toda a confiança na qualidade dos nossos jogadores e na sua capacidade de jogar como uma verdadeira equipa. Só assim é que vamos conseguir discutir o jogo até final.”