Manuel Fernandes: “Misto de surpresa e de orgulho”
Recém-chegado de Hong Kong, onde participou no Congresso Mundial da FIBA, o presidente da FPB revela que foi com surpresa que recebeu o "Gold Certificate of Honor" da FIBA, para assinalar o reconhecimento pelo "progresso extraordinário do Basquetebol Feminino Jovem no período entre 2014 e 2017".

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11 MAI 2017
O prof. Manuel Fernandes aproveitou, ainda, o certame para estabelecer diversos contatos institucionais com outras federações.
Ficou surpreendido com a atribuição do "Gold Certificate of Honor" da FIBA?
A FIBA decidiu distinguir as Federações que mais se destacaram pelo seu trabalho árduo e evolutivo em três diferentes áreas: basquetebol sénior masculino e feminino, basquetebol jovem masculino e feminino e o 3×3. Confesso o misto de surpresa, mas também de orgulho, quando o Presidente da FIBA anunciou a mais alta distinção atribuída à Federação Portuguesa de Basquetebol. Nem mais nem menos, fomos os primeiros do Mundo ao nível de seleções nacionais, no que respeita à evolução do Basquetebol Feminino Jovem. Já refeito desta tão inesperada como satisfatória emoção, recordei as razões que conduziram ao prémio. Nestes três anos todas as seleções (sub16, sub18 e sub20) conseguiram subir à divisão A e, se isto era impensável há alguns anos, mais inacreditável ainda era sermos vice-Campeões da Europa, resultado que garantiu a nossa participação pela primeira vez num Campeonato do Mundo através do direito desportivo, onde obtivemos um honroso 12º lugar.
Qual é o significado desta distinção?
Este prémio reforça a auto-estima, condição que favorece de modo muito significativo a APOSTA no nosso Projeto inovador Impulso Feminino. Falta agora projetarmos ao nível da Seleção Sénior os valores que despontaram nestas gerações de jovens talentosas, para resultados positivos condizentes com tal potencial. Trata-se de um trabalho paciente, estratégico, que temos vindo a desenvolver. A participação em Agosto nas Universíadas enquadra-se nessa estratégia, mas estamos conscientes que só a prazo alcançaremos os resultados que ambicionamos, em particular a participação na Final do Campeonato da Europa de Seniores Femininos. Uma coisa é certa: trata-se de uma excelente notícia, em particular para todos, que nos Clubes, nas Associações e na Federação dão o melhor de si para que o Basquetebol Feminino cresça e se desenvolva.
O Congresso foi proveitoso no âmbito dos contatos com outras federações?
Aproveitámos para estabelecer diversas conversações, em particular no que respeita ao reforço do intercâmbio com a Federação Espanhola, a colaboração e a vinda a Portugal do responsável da Fiba pelo 3×3; contatos visando a participação das nossas seleções em Torneios neste verão, em particular nas Universiadas de Taipe, e ainda o encontro dos países que se expressam em Português.
Qual a principal finalidade desse encontro?
Durante o Congresso promovemos uma reunião com os países de Língua Portuguesa, visando aquilo que é um sentimento geral, de falarmos a uma só voz nas instâncias internacionais: FIBA, Comité Olímpico, CPLP, etc. Todos reconhecemos a importância estratégica da criação de uma estrutura que represente a comunidade lusófona do basquetebol, que congregue e mobilize no domínio social, desportivo e económico os nossos povos, em particular a juventude. Ora, a inexistência de um organismo que seja motor da cooperação do intercâmbio e da representatividade conduz à necessidade da criação e do lançamento da Confederação de Basquetebol dos Países da CPLP. A FPB apresentou uma proposta metodológica, referente às tarefas e às ações a desencadear, que foi discutida e aprovada pelos presentes. A primeira medida é enviar a todos os Presidentes das Federações constituintes da CPLP um ofício dando a conhecer o que se passou na dita reunião e apresentando os objetivos centrais da proposta. A tarefa derradeira culminará com a Assembleia Constituinte, que elegerá os primeiros representantes dos Orgãos Sociais da Confederação.