“A nossa lógica de jogo é defesa e contra-ataque”
Pedro Garcia, treinador do GDESSA - Barreiro, em entrevista à FPB, avaliou cada uma das equipas presentes na fase final do Nacional de Sub 14 Femininos e claro, com maior detalhe, o grupo por si orientado.

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15 JUN 2017
Como avalia os adversários em competição?
CAB e SL Benfica têm uma vantagem: repetem a presença na Final 6, e apesar de algumas atletas se estarem a estrear, outras já têm a experiência nesta prova. A única equipa que conhecemos bem é o SL Benfica, com quem disputámos o apuramento na Zona Sul. É uma equipa muito bem trabalhada, com conceitos de jogo simplificados que potenciam as capacidades técnicas das suas jogadoras. Com bom lançamento exterior e diversas jogadoras decisivas que podem fazer a diferença individualmente. Defendem muito bem, tanto em pressão h/h campo inteiro, como a 1/2 campo, sabendo dar ajudas e acertando as rotações com bastante eficácia e muito ritmo coletivo. Por seu turno, o CAB Madeira tem duas atletas que participaram ativamente na Final 4 Nacional de Sub 16, sendo que a Inês Vieira é uma atleta a ter em conta (talvez dos maiores talentos individuais desta geração). Pressionam muito bem no campo inteiro, apostando imenso no 2×1 à bola e provocando diversos problemas às equipas adversárias. Tem atletas bastante eficazes no lançamento, e uma das coisas que me impressionou na época passada era exatamente essa capacidade de trabalhar os seus ataques e conseguir espremer as defesas adversárias à procura da jogadora em melhor posição para lançar, com muita paciência e conforto. Não espero uma equipa muito diferente da do ano passado nesse aspeto, até tendo em conta o que a Seleção da Madeira realizou este ano nas Festas do Basquetebol em Albufeira. O Maia Basket, como disse, joga em casa, e isso é algo que lhes trará uma motivação e um complemento extra para suportarem as dificuldades da competição. Conheço pouco esta equipa, mas a ideia que tenho é que talvez seja a mais forte fisicamente das seis. Já o Guifões não joga em "casa", mas é como se jogasse, pois de certeza será capaz de mobilizar muita gente para apoiar a sua equipa nesta Final 6. Tem excelentes valores individuais também e o complemento de terem "família" mais perto, o que será sem dúvida um aditivo que vai potenciar a capacidade de superação das suas atletas. Do Operário infelizmente tenho poucas informações. Mas são uma equipa bastante combativa, pelos resultados obtidos nas competições nos Açores. Não considero esta equipa uma das favoritas, mas será certamente uma formação que terá de ser respeitada pelas restantes, sob pena de poder provocar algumas surpresas.
Em que aspetos os seus jogadores terão de ser mais fortes?
Digo-lhes desde o início da época: a bola vai ao ar e no final ganha a equipa que melhor defende… por isso, é aí que elas têm de ser mais fortes. Defensivamente! Depois, temos de ser claramente decisivos nas saídas e na eficácia das transições defesa-ataque. Temos uma equipa bastante homogénea e isso permite-nos jogar sempre em ritmos altos e intensos, e penso que será por aí que poderemos fazer a diferença. A nossa lógica de jogo é defesa e contra-ataque (lógica trabalhada e potenciada no GDESSA, dos Minis às Seniores)… o jogo não é só isso, mas é por aí que entendemos poder fazer a diferença a nosso favor. Para além disto, temos depois a questão mental, que será também decisiva para garantir competitividade. Saber lidar e negar a frustração do erro ou do insucesso. Agarrar o sucesso das boas ações como propulsor de ações ainda melhores. Estar preparado para dar tudo o que se tem para dar, e ainda ser capaz de dar mais um pouco. Estarem agilizadas para suportar dores, para suportar cansaço. Enfim, fundamental assegurar um espírito competitivo muito forte em cada uma delas, porque só com superação serão capazes de ter sucesso.