Da primeira para a 13.ª, do campo para o banco: todos querem regressar à Festa do Minibasquete
O que têm em comum Guilherme Peixoto, Lara Andrade, Nuno Abreu e Iara Oliveira?

Festa do Minibasquete | Minibasquete
5 JUL 2025
Quando Guilherme Peixoto, Selecionador das Sub12 Femininas da Associação de Basquetebol (AB) de Viseu, regressou à Festa Nacional do Minibasquete (FNMB), na 13.ª edição, saiu do autocarro e deparou-se com uma nostálgica memória. “Afinal isto não é assim tão grande”, foi o primeiro pensamento. Há cerca de uma década, contudo, o Pavilhão Municipal de Paços de Ferreira era enorme – Guilherme Peixoto tinha cerca de 11 anos e, nestas idades, o próprio mundo tem toda outra magnitude.
Até porque o pavilhão não mudou – cresceu, claro, a par do evento que todos os anos reune os melhores atletas Mini12 de cada AB, todos os verões desde 2010. E sempre em Paços de Ferreira, Capital do Móvel – e do Minibasquete.
Iara Oliveira, Selecionadora-Adjunta na AB Leiria, e Nuno Abreu, Selecionador na AB Madeira, de 26 e 25 anos, respetivamente recordam-se perfeitamente de jogar nos campos de cimento, que hoje levam outra roupagem, ou do modelo competitivo, com mais quartos e com equipas mistas. Ambos carregam com carinho na memória a sua passagem pelo jogo All-Star – aliás, o primeiro jogo All-Star de sempre, já que ambos estiveram também presentes na 1.ª edição deste ponto alto da Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB).

Nuno Abreu (na foto, o segundo da segunda fila, a contar da esquerda) esteve na primeira edição da Festa, pela AB Madeira
E Iara acrescenta ainda um importante ponto: “Tem-me fascinado essencialmente o facto de agora já conseguirmos jogar Masculino e Feminino. Enquanto mulher, acho que é um passo gigante vermos o mesmo número de atletas e escalões na Festa”.
Já Lara Andrade, a estrear-se enquanto Selecionadora-Adjunta na AB Viseu, agora com 19 anos, não se recorda de algumas dessas peculiaridades, mas afiança que a presença dela na FNMB, assim como na Festa do Basquetebol Juvenil, em Albufeira, na continuidade do seu percurso de formação, foram essenciais para que, hoje, estivesse de regresso.
“[É uma experiência] completamente diferente, os nervos também são diferentes, já não é por nós, é por eles”, frisa. No banco ao seu lado estão sentados os 12 atletas de Viseu que tem orientado ao longo desta FNMB, para quem olha com orgulho – e esperança: “Antes de Albufeira vem sempre Paços de Ferreira. É aqui que marcamos os primeiros pontos, os primeiros triplos, as primeiras assistências, é claro que fica marcado, é o primeiro convívio”, explica, e para muitos “miúdos que nunca tiveram essa oportunidade”, corrobora Nuno Abreu.
Agora, do outro lado, o papel é diferente, mas o esforço é o mesmo. “Eu quando era novinho só queria vir para aqui para jogar, até houve uma discoteca à noite, só queria vir para aqui para sair [de casa] e agora tenho que andar sempre de olho nos miúdos”, conta à FPB, entre gargalhadas.
Afinal, o papel dos Selecionadores é “fundamental para a alegria” dos atletas, acredita por seu lado Guilherme Peixoto, frisando que, na sua altura, os seus Selecionadores “também foram fundamentais” para a sua alegria.
Uma ideia partilhada por Iara Oliveira. “Eu quero ser, para os miúdos com quem eu estou, um pouco daquilo que os treinadores foram para mim”. “Ensinaram-me sobre Basquete, sobre como me comportar, respeitar o outro, como arrumar o meu espaço… muito mais para além do Basquetebol”.
Nada como liderar pelo exemplo, agora, anos mais tarde.

Guilherme Peixoto e Lara Andrade (AB Viseu)
E hoje, qual a experiência?
Diferente, claro, é o que dizem os quatro entrevistados. Mas o essencial é este: a Festa é uma festa. E “a evolução do Basquetebol também acontece devido a estes momentos”, acredita Iara Oliveira. “O facto de atualmente ser treinadora vem mesmo de eu ter sido atleta e de querer experienciar também o outro lado”, explica, frisando que ter passado também pela FNMB, ou por Albufeira, mais tarde, foram fatores “100%” essenciais na sua decisão de pegar na placa tática.
E agora quer levar consigo tudo o que aprendeu – e aprende – nestes cinco dias de competição e convívio. Se os miúdos se divertem, os adultos também, à sua maneira. Passar “horas a falar sobre Basquete” é uma das possibilidades que a Festa oferece: “as partilhas enquanto treinadores”.
E depois “cada um leva [essas partilhas] para o seu clube, para a a sua Associação”, e só assim irão crescer – enquanto jogadores, claro, mas também enquanto treinadores, líderes e formadores das gerações do futuro. Que, um dia, quem sabe, também regressarão à Festa – cada um à sua maneira.
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