Portugal assina campanha histórica no Mundial Sub19 Feminino e encerra estreia com um inédito 7.º lugar

Competição contou com as 16 melhores seleções do Mundo

Seleções Jovens
22 JUL 2025

A Seleção Nacional Sub19 Feminina concluiu no passado domingo, em Brno (Chéquia), uma participação memorável no Campeonato do Mundo ao alcançar um impressionante 7.º lugar. Esta, que foi a estreia absoluta de Portugal na competição, terminou com quatro vitórias e três derrotas em sete jogos e consolidou a Seleção entre as oito melhores do mundo — o melhor registo de sempre.

Estreia com coragem frente a uma potência mundial

Portugal iniciou a sua caminhada no dia 12 de julho diante do Canadá, uma das seleções mais fortes do basquetebol jovem feminino. Apesar da derrota por 49-88, a equipa portuguesa demonstrou uma atitude destemida, enfrentando de frente a intensidade e o físico canadiano. Foi o primeiro jogo da história de Portugal em Mundiais Sub19 e, mesmo perante um adversário de topo, a Seleção deu sinais de que estava preparada para competir neste patamar.

Primeira vitória de sempre em Mundiais: triunfo firme sobre a China

No dia seguinte, Portugal entrou para a história com a primeira vitória de sempre num Mundial Sub19, ao vencer a China por 52-75. Num jogo dominado do início ao fim, a equipa nacional impôs-se taticamente, com intensidade defensiva e eficácia ofensiva. Clara Silva brilhou com 25 pontos e 12 ressaltos, e Portugal provava que estava em Brno não só para participar, mas para competir.

Nova demonstração de força garante apuramento no 2.º lugar do grupo

A 15 de julho, Portugal fechou a fase de grupos com nova vitória, desta vez frente à Nigéria (61-79). Com um jogo consistente e coletivo, a Seleção somou o segundo triunfo e garantiu o 2.º lugar no Grupo B. Clara Silva voltou a ser determinante e a equipa demonstrou maturidade na gestão da vantagem, confirmando a passagem aos oitavos-de-final com ambição renovada.

Vitória épica frente a Israel e Portugal entra no top 8 mundial

Nos oitavos-de-final, a 16 de julho, Portugal viveu o jogo mais emocionante da sua campanha ao vencer Israel por 80-83. A prestação de Clara Silva foi histórica: 37 pontos, 10 ressaltos e 43 de valorização — a terceira mais alta da história dos Mundiais Sub19. A Seleção garantiu, pela primeira vez, um lugar entre as oito melhores seleções do mundo, num momento inesquecível para o basquetebol português.

Portugal desafia a elite mundial nos quartos-de-final

No dia 18, Portugal enfrentou a poderosa Espanha, n.º 2 do ranking mundial, num duelo que testou todos os limites da equipa. A Seleção Nacional mostrou personalidade e reduziu a desvantagem para apenas quatro pontos no terceiro período, mas acabou por cair por 58-68. Ainda assim, a exibição portuguesa demonstrou maturidade competitiva e a capacidade de discutir o jogo com uma das principais seleções do mundo.

Combatividade e entrega frente à campeã da Europa

Na meia-final do grupo de classificação (5.º–8.º lugares), disputada a 19 de julho, Portugal defrontou a França, campeã europeia em título. Apesar da superioridade física das adversárias e da derrota por 81-51, a Seleção nunca deixou de lutar, mostrando espírito coletivo e orgulho nacional em cada lance. O grupo manteve a coesão e seguiu para o último jogo determinado a terminar em alta.

Despedida vitoriosa sela um lugar na história

A 20 de julho, Portugal encerrou a sua campanha com uma vitória clara sobre a Hungria (74-58), garantindo o 7.º lugar no Mundial. A Seleção liderou os três primeiros períodos com autoridade e controlou o jogo até ao final. Foi o desfecho ideal para uma participação que ficará para sempre gravada na história do desporto português.

Portugal mostrou ao mundo que pertence à elite

Clara Silva foi eleita para a All-Second Team do Mundial e distinguiu-se como Melhor Defensora da Competição, reconhecimento que espelha o impacto da jogadora ao longo do torneio. Mas para além das distinções individuais, Portugal conquistou respeito internacional pela sua atitude, qualidade e maturidade competitiva.

A campanha no Mundial Sub19 Feminino provou que Portugal pode competir ao mais alto nível. Esta geração ousou sonhar e conseguiu concretizar. Mais do que um feito isolado, este 7.º lugar representa uma afirmação do projeto de desenvolvimento do basquetebol feminino em Portugal, e um exemplo inspirador para as futuras gerações. A Seleção Nacional deixou a sua marca no palco mundial e mostrou que o talento português tem voz e espaço entre os melhores.

Abaixo encontram-se testemunhos de quem acompanhou de perto este feito ímpar da Seleção Nacional Sub19 Feminina:

Acompanhar a Seleção Nacional Sub19 Feminina no Mundial na Chéquia, em Brno, não foi apenas um trabalho. Foi um privilégio. Foi um capítulo de vida que se escreveu a muitas mãos — com suor, com lágrimas, com cestos impossíveis, com sorrisos rasgados e com uma fé que nunca vacilou.
Durante aqueles dias, não fui apenas um elemento da comunicação da Federação Portuguesa de Basquetebol. Fui testemunha direta de uma história que se escreveu em tempo real. Uma história feita de coragem e de superação. Partilhei os bastidores, os silêncios antes dos jogos, os olhares cúmplices da equipa técnica, os abraços apertados depois das vitórias e até a dor nos momentos em que o resultado não espelhou a entrega. Não toquei na bola, mas vibrei como se tivesse lançado cada triplo. Não defendi um único lance, mas senti cada ponto sofrido como se fosse meu.
Há momentos na vida que não se explicam — sentem-se. E este foi um deles. Há ondas que não se controlam, nem se entendem. Apenas nos atravessam. E esta seleção foi isso: uma onda. De talento, de união, de amor à camisola. Uma geração que nos mostrou que o impossível só existe até alguém o contrariar com um sorriso nos lábios e o coração em chamas.
Percebi ali, no meio de campos estrangeiros e bancadas cheias de sonhos, que tudo o que é verdadeiramente belo na vida não se possui — partilha-se. E por mais que quisesse congelar cada segundo, cada celebração, cada lágrima emocionada, entendi que a beleza está precisamente no facto de tudo ser passageiro. Foi emprestado — e foi perfeito assim.
Estas atletas — estas mulheres — deixaram uma marca no basquetebol português. Mas, mais do que isso, deixaram uma marca em mim. Ensinaram-me que não há lugar pequeno para um coração gigante. Que lutar até ao último segundo vale sempre a pena. E que sentir — com tudo o que isso implica — é a forma mais autêntica de estar vivo.
Obrigado por me deixarem fazer parte desta dança. Por me deixarem sentir tudo, intensamente. Porque sim, o basquetebol também é poesia. E vocês escreveram versos eternos.
(Tiago Bebiano, Comunicação da FPB)

 

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(Em atualização)

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