“Made in Brazil”

O título diz muito, mas não diz tudo. Yukars Freitas nasceu de facto em Belo Horizonte e só aos treze anos meteu os pés nos Açores, mas foi aqui, primeiro na Horta e depois na Praia, que se fez jogador.

Associações | Atletas
12 OUT 2006

Hoje, confessa, “Vitorinos virou paixão”.

O ano de estreia nos Vitorinos, há duas épocas, serviu sobretudo para aprender. Na época passada, ainda nos JunioresB, revelou potencialidades surpreendentes para tão pouco tempo de basquetebol. Este ano, definitivamente integrado no plantel sénior do clube, diz que “o que importa é melhorar qualquer coisa e treinar muito”, mas se continuar a progredir como até aqui, promete ser surpresa nos jogos da Série Açores. Yukars nasceu na cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, Brasil. Veio para os Açores há pouco mais de quatro anos, “atrás da família”. Dois anos depois chegou à Praia da Vitória, depois de uma passagem pela Horta e pelo Fayal Sport, onde jogou basquetebol pela primeira vez na vida… “Comecei a jogar na escola, já no Faial, por ver os outros a jogarem. No Brasil nunca peguei numa bola de basket, por isso até aos treze anos nunca joguei, foi sempre futebol… Foi difícil aprender. No início via mais os outros a jogar. Depois comecei a conseguir os primeiros cestos e a ganhar alguma motivação, que me deu força para ir jogando cada vez mais”, conta a nossa figura da semana, que apesar disso confessa que o jogo na Terceira tem um gostinho especial… “No Faial as coisas eram diferentes. O nível era mais baixo e não havia também esta união. Aqui somos todos mais unidos, todos os escalões”. Uma sensação que tem muito a ver com o ambiente que encontrou na cidade e no clube. “Habituei-me muito bem. O pessoal é ‘cinco estrelas’ e recebeu-me bem. Aqui nos Vitorinos também adoro tudo (senão estava cá),foi fácil integrar-me, e as grandes amizades que eu fiz foi através do basket”, refere o atleta, que não tem palavras para exprimir a alegria por ter escolhido os praienses, ignorando o conselho do pai, que indicava o Lusitânia… “Cheguei, fui tentando conquistar o meu lugarzinho, os colegas foram espectaculares e o professor Zé também me deu sempre uma atenção especial. Tenho colegas com muitos mais anos de basket do que eu, mas acho que aos poucos vou conseguindo equilibrar as coisas. O pessoal é muito unido e a equipa, como diz o professor, ‘tem as suas ambições’. Por mim adoro estar aqui e o clube é excelente”. EM FRENTE, COM RAÇA Apesar das boas prestações na última época, que terminou com um espectacular afundanço no Campeonato Regional bem na cara dos adversários, Yukars é o primeiro a dizer que, “ainda me falta muita muita coisa para saber jogarbasket. A minha posição acaba por ser uma vantagem neste aspecto. Resta-me lutar, ressaltar e tentar pôr a bola dentro do cesto”. No entanto é um elemento importante para a estratégia dos Vitorinos na Série Açores do Campeonato Nacional de Basquetebol 2. Na época passada fez algunsminutos na prova e integrou sempre o plantel principal do clube, apesar de pertencer ao escalão de Juniores B. Este ano, com os Bês a serem passado, é tempo de encarar as coisas de maneira diferente: “por vezes tenho pena que tenha acabado. Mas temos de olhar em frente, com mais responsabilidade e mais cabeça. Até porque temos um grupo muito bom e que vai conseguir conquistar os seus objectivos”. Por objectivos entenda-se “treinar muito, jogar com muita raça e ir em frente”. Apesar disso é difícil esconder a ambição naturam de um jovem de dezoito anos… “Estamos com vontade de fazer melhor na Série Açores e queremos ganhar o mais possível. Para mim, o objectivo é sempre melhorar qualquer coisa. Resta trabalhar para isso e contribuir para a equipa, porque isso é o mais importante: a equipa”. Uma equipa que este ano contará com adversários de peso. Laranjeiras (São Miguel) e AngraBasket B, prometem competição feroz, mas rival, só há um: Lusitânia… “A rivalidade foi muito bom. Quando jogava no Faial não havia competição. Depois de chegar, logo no primeirojogo, senti que as coisas eram diferentes, porque a rivalidade é grande. Dá vontade de jogar e dá vontade de ganhar, ir para a frente com tudo, para enfrentar o Lusitânia… Pode aparecer outra rivalidade na Série Açores, com equipas de outras ilhas, mas não vai ser igual à do Lusitânia. Quando eu cheguei aqui já havia isto e acho que nunca vai mudar”, confessa a nossa figura da semana, já com saudades dos últimos jogos, mas com vontade de vencer no futuro.

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12 OUT 2006

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