“A arbitragem portuguesa tem dado provas de que trabalha muito para estar ao nível das melhores”

Paulo Marques, árbitro internacional do Porto, no culminar de uma grande temporada marcou presença na final masculina das Universíadas, em Taipé (taiwan), num recinto lotado.

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4 SET 2017

Estivemos à conversa com o juiz, que nos falou deste e de outros momentos, projetando ainda o futuro.

Ainda está bem fresca na memória a presença na final masculina das Universíadas, num jogo entre potências como a Lituânia e os EUA, já depois de ter ajuizado a meia-final entre Taipé e a China. O que representou para si este facto?

Está muito fresca, pois não é todos os dias que se arbitra uma final masculina numa competição mundial. Ainda para mais perante cerca de 12 mil espectadores e como diz bem, entre duas potências do basquetebol. Já na meia-final feminina entre Taipé e Austrália, o ambiente tinha sido extraordinário dada a presença da seleção anfitriã. Ainda por cima as pessoas viveram esta competição de forma apaixonada e com grande entusiasmo. Para mim, confesso que foi uma grande alegria e um grande orgulho. Sabe muito bem ver todo o nosso trabalho e dedicação recompensados com uma nomeação importante como esta. Foram muitas horas de dedicação para atingir este patamar. E sinto um grande orgulho de ter representado o nosso país e mais concretamente a arbitragem portuguesa. Somos um país pequeno e em que o basquetebol não tem a dimensão de outros, mas a arbitragem portuguesa tem dado provas de que trabalha muito para estar ao nível das melhores.

Em termos globais, o que achou da competição? Grande experiência? Muitas diferenças para as provas de clubes e seleções das temporadas basquetebolísticas?

Antes de mais, dizer que a organização deste evento foi a todos os níveis notável. Segundo o que foi dito, Taipé preparou-se para isto nos últimos cinco anos.  A competição apresentou um nível elevado de basquetebol, seja no masculino ou feminino. Aliás, basta ver os resultados de alguns jogos dos quartos-de-final e meias-finais para se ter uma noção do equilíbrio entre as equipas. Foi uma experiência fantástica, porque até hoje não tinha tido a possibilidade de arbitrar seleções de todos os continentes. E existem algumas diferenças no estilo de jogo entre elas. Tive a possibilidade de arbitrar México, Argentina, Australia, EUA, etc., e assim conhecer melhor o estilo de jogo jogado nestas nações. A pressão não é tão grande como nas provas de clubes e nos grandes torneios europeus, mas ao nível de dedicação por parte de atletas e treinadores e intensidade de jogo não existem diferenças. Todos querem ganhar, pois é um orgulho representar o país e ganhar uma competição como esta. Não esperava tantos pontos altos e muito menos culminar com a presença na final das Universíadas, mas trabalho sempre a pensar que estes momentos poderão chegar e tenho que estar preparado. Além do nosso valor individual, tem que haver uma pontinha de sorte em momentos cruciais e aproveitar as oportunidades que nos são concedidas. Posso dizer que esta última época foi aquela em que mais arduamente trabalhei, especialmente na vertente física, mas também ao nível teórico e técnico. Foi uma temporada muito exigente e de longa duração, mas com um resultado final muito saboroso.

Relativamente ao futuro, e com a fasquia tão alta, quais os principais objetivos para a próxima época?

A fasquia está alta, mas podemos e devemos fazer sempre melhor. Acabei de receber o convite para continuar na Champions League (principal competição de clubes da FIBA) e esse era um grande objetivo que tinha. Na próxima época desejo ter a capacidade de continuar o trabalho físico realizado nos últimos tempos, que requer muita disponibilidade, para estar preparado para as exigências de uma época que contempla várias competições, sejam nacionais ou internacionais. De resto, os principais objetivos passam por estar presente em grandes jogos da Champions League, continuar a estar nos pontos altos a nível nacional e, acima de tudo, continuar a subir o meu nível e contribuir para que a  arbitragem portuguesa continue a ser reconhecida fora do nosso país. Estar presente numa grande competição mundial é sempre um desejo e quem sabe se poderá voltar a acontecer. Vou trabalhar para isso!

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4 SET 2017

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