A terceira equipa
Seria interessante também escutar aqueles que, embora não sendo notícia na maioria das vezes, são igualmente intervenientes em todos os grandes momentos do basquetebol nacional.

Juízes
20 JAN 2009
Referimo-nos aos árbitros, a terceira equipa que vai actuar em todas as partidas da Final a 8, que se inicia na próxima quinta-feira. Conversámos com António Coelho, membro do Conselho de Arbitragem, um dos responsáveis pelas nomeações e pelo acompanhamento da arbitragem nacional.
A curiosidade de perceber a que critérios obedece a nomeação dos juízes para estas ocasiões tão especiais foi prontamente satisfeita por António Coelho. “As nomeações são discutidas entre os elementos do conselho de arbitragem, que depois de analisar a competência, capacidade de trabalho e o próprio local onde o evento é realizado, escolhe aqueles que mais se destacaram.”É cada vez mais notória a preocupação por parte dos responsáveis pela arbitragem de dotar os juízes com melhores condições para exercerem a sua função. “Criamos 5 centros de trabalho, que acompanham semanalmente a preparação dos árbitros. Quer seja através de reuniões de análise de vídeo (fornecidos pelos clubes), onde se debatem as actuações nos encontros realizados, testes técnicos onde desenvolvem as suas capacidades e até mesmo no plano físico de preparação.”Contrariamente ao que se passa em outras modalidades, não é muito comum, para não dizer raro, existirem discussões públicas dedicadas à actuação dos árbitros. “A educação e o comportamento correcto por parte de todos os intervenientes no jogo é o principal motivo para acalmia que se vive no basquetebol. Não quero com isto dizer que não existam queixas ou problemas relacionados com a arbitragem. Tentamos é que exista um diálogo constante com o conselho de arbitragem, de forma a que todos os casos sejam solucionados nos canais competentes.”Se numa final procuram-se jogadores especiais, talhados para os grandes momentos, o mesmo se poderá dizer de um árbitro que tem a responsabilidade de dirigir um encontro decisivo. “O mais importante é que o árbitro seja reconhecido pela sua capacidade, competência, carácter e não se deixe influenciar pela pressão”, enumerou António Coelho.Mas nem tudo é perfeito no mundo da arbitragem e o antigo árbitro internacional é o primeiro a reconhecer que mais coisas deveriam ser feitas para elevar a qualidade da arbitragem nacional. “Os árbitros de topo deveriam ter acompanhamento psicológico, mas infelizmente não temos condições para lhes proporcionar esse tipo de apoio.”“Felizmente continuamos a ser uma das partes que continua a evoluir, muito pelo mérito daqueles que se disponibilizam, trabalham e acompanham a progressão que o próprio basquetebol vai sofrendo.” Para haver árbitros de qualidade, com possibilidades de atingir o topo da arbitragem, “terão de existir necessariamente jogos com melhor nível, que exijam cada vez mais competência da parte dos árbitros.”