“Acho que é a altura certa de dar oportunidade aos mais jovens”

O passado sábado foi particularmente emotivo para o base João Figueiredo, que fez o derradeiro jogo da carreira no duelo entre Illiabum Clube e UD Oliveirense, recebendo no final o devido reconhecimento do emblema de Ílhavo, que representou nas últimas seis épocas.

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18 MAI 2017

Com 37 anos iniciou-se há três décadas nos Minis do Beira-Mar, reunindo muitas lembranças, mas virando-se também para o futuro, algo que poderão conferir na entrevista que se segue.

Como surgiu a decisão de terminar a carreira enquanto atleta federado? Já tinha planeado isto há muito tempo?

Como devem imaginar, a decisão de terminar uma carreira de mais 20 anos como jogador profissional não é fácil, foi necessário muita ponderação e ajuda dos mais próximos. Apercebi-me de que esta seria a altura indicada a meio da época. Embora me sinta capaz física e mentalmente, sei e sempre soube que queria acabar a minha carreira de forma digna. Ou seja, delineei três pontos fulcrais para o término enquanto jogador profissional: estar fisicamente bem e sem lesões, colocar o Illiabum Clube no topo do basquetebol português e ser uma referência neste clube. Estando estes três objetivos alcançados acho que é a altura certa de dar oportunidade aos mais jovens.

 

Como avalia esta última temporada? Decorreu da forma que esperava/desejava?

Coletivamente, todos sabemos que o Illiabum Clube tinha capacidade para ser mais competitivo, contudo as lesões recorrentes em jogadores influentes limitaram as soluções e objetivos. Porém, avalio de forma bastante positiva a época porque o Illiabum Clube demonstrou um enorme espírito de sacrifício e união, ultrapassando as dificuldades e estando nos diversos pontos altos do basquetebol português. Individualmente, não poderia estar mais contente e orgulhoso com o meu desempenho porque fiz uma época completa sem lesões, sem faltar a um treino e a jogar como se a “idade não importasse”.

 

Olhando para trás, qual o melhor momento do seu percurso enquanto basquetebolista? Teria mudado alguma coisa?

Tive vários momentos importantes durante a minha carreira: estreia na já extinta LCB com 16 anos no Beira-Mar, primeira vez que me sagrei campeão pela Portugal Telecom, vencer a Taça da Liga pelo Lusitânia (era uma equipa outsider que até então nunca se tinha qualificado para os playoffs), assinar pelo FC Porto e, claro está, estreia na Seleção Nacional A. Sempre tive um leque de possibilidades vasto, com convites de várias equipas em Portugal ou no estrangeiro, por isso, traçando o meu trajeto desportivo desta forma, não mudaria nada.

 

O seu futuro passa pelo basquetebol, com outro tipo de funções?

Atualmente já exerço funções de treinador de formação e coordenador de minibásquete no Illiabum Clube, bem como desenvolvo projetos relacionados com este desporto (por exemplo o basquetebol Master, antiga APBM da qual fui sócio fundador). Penso que o futuro será por aí, ligado ao basquetebol português. 

 

Como acha que vai ser recordado enquanto jogador, tendo em conta a sua carreira?

Não sei, mas estou curioso porque ao longo da minha carreira sempre fui um jogador de criar relações de amor-ódio (risos).

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18 MAI 2017

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