Açores em grande
Quatro vitórias em quatro jogos, valeram à Selecção Açores a subida de divisão no torneio de basquetebol dos Jogos das Ilhas.
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14 JUN 2007
Para lá das lesões e dos três anos de sacrifícios, fica a alegria de um grupo que soube dizer presente no momento decisivo.
Foi uma felicidade enorme Cada jogo foi decisivo e cada vitória foi uma grande festa. Todos fizeram sacrifícios para conseguir alcançar os objectivos; todos viveram as dificuldades que tivemos de ultrapassar e foi emocionante ver a alegria e a raiva, quase de lágrimas nos olhos, que eles demontraram após cada uma das quatro vitórias que conseguimos Mais palavras para quê? As declarações são de João Ávila e ilustram bem a emoção vivida no grupo de trabalho, que formou a Selecção Açores e conseguiu a vitória no Grupo B e consequente subida de divisão, na 11ª edição dos Jogos das Ilhas, que decorreram na ilha francesa de Córsega na última semana de Maio. O técnico, que formou a dupla de treinadores com Rui Fonseca, assume que este era o objectivo e que logo no primeiro dia da competição percebeu que seria possível alcançá-lo. Mas reconhece que as dificuldades foram enormes, agravadas pelas várias lesões no plantel, que abrilhantaram ainda mais o feito da nossa selecção Trabalhamos neste projecto durante três anos e penso que foi esse trabalho, estendido no tempo, que foi fundamental para conseguir este resultado. Apostamos desde o primeiro estágio em trabalhar bem a defesa, num estilo de jogo muito agressivo e foi isso que nos ajudou a alcançar os objectivos. Com as lesões ficou tudo mais difícil, mas este grupo mostrou uma capacidade muito grande de ultrapassar as dificuldades que foram aparecendo e mereceu este prémio, refere o técnico.A odisseiaA viagem começou na Terceira, passou por São Miguel, Bastia e acabou em Ajaccio, depois de duas viagens de avião e uma travessia no Mediterrâneo. Há chegada à base, aparecia a primeira contrariedade, com a lesão de Pedro Matos, um dos jogadores mais influentes do grupo. Mesmo assim a selecção não desmoralizou, e frente à estreante (e desconhecida) Polinésia, cerrou os dentes e conseguiu uma vitória, curta mas determinante por 76-74, que acabou por ser decisiva, frente aquele que acabou por ser o adversário mais difícil do grupo Pior foram as lesões de André Vieira e Hugo Pôla, que deixaram a equipa açoriana sem bases de raíz. Pela positiva, duas exibições excelentes de dois jogadores fundamentais para a vitória final no grupo: Rodrigo Mendes e Luís Silveira.Dois dias depois chegava o dia mais complicado, com jornada dupla, que acabou por carimbar o passaporte para a I Divisão do torneio de basquetebol dos Jogos das Ilhas. Logo às nove da manhã os açorianos despacharam Elba, por 64-50, e à tarde, em mais um teste de fogo, venceram Mayotte por 77-69. Ao intervalo a selecção perdia por oito pontos (39-47); uma desvantagem que aumentou logo no 3º período para mais de dez pontos. Mas nos últimos dez minutos a equipa açoriana conseguiu um parcial de 23-10, que acabou com a resistência adversária e valeu a vitória no jogo e no grupo. Hugo Pôla, de regresso, contribuiu com 25 pontos; Luis Silveira, imparável, chegou aos 28 pontos e 10 ressaltos. Na última partida, para cumprir calendário, os açorianos não descansaram e frente ao eterno rival da Madeira alcançaram mais um triunfo, por 63-38.No final a festa foi açoriana, seguindo-se na classificação as equipas da Polinésia (2º), Mayotte (3º), Elba (4º) e Madeira (5º). De fora ficou Corfu, que não chegou a marcar presença na prova. O vencedor do torneio de basquetebol (I Divisão) foi o arquipélago das Canárias; despromovida, por troca com os Açores, foi a selecção da Córsega. Experiência excelenteCompetição à parte, para João Ávila tudo correu bem. À excepção do alojamento, que foi apertado, a organização portou-se bem. As refeições foram boas, os transportes excelentes e o comportamento dos nossos atletas foi exemplar, o que acabou por dar à comitiva dos Açores o prémio fair-play desta 11ª edição dos Jogos das Ilhas. Convidado a destacar o melhor momento da semana, o técnico não hesita em destacar, a própria competição em si. Estar incorporado em toda aquela massa humana que está inerente aos Jogos das Ilhas, todo aquele convívio, foi sem dúvida o melhor. Para os atletas e para nós próprios. São uns mini Jogos Olímpicos que eles se calhar nunca mais vão ter Isto foi o melhor.Agora? É preciso continuar o trabalho nos clubes Neste momento as equipas estão estruturadas de forma a trabalharem com qualidade nos escalões de formação, por isso penso que os atletas vão continuar a trabalhar bem, apesar de já não terem o espaço da selecção a partir do escalão de Cadetes, refere João Ávila. Sobre o futuro Todos trabalham para que estes atletas cheguem a jogadores da Liga, da Proliga, da CNB 1, etc Por isso acho que daqui a dois três anos podemos ter atletas destes a jogarem em equipas seniores, termina o técnico.


