AD Vagos está na final
No segundo dia da competição, o primeiro embate das meias-finais opôs o Montijo BandaBasquete à AD Vagos.

Competições
28 JAN 2012
Foi um jogo de basquetebol eletrizante a que se assistiu no Pavilhão Gomes Pereira, em Algés. As duas equipas enfrentaram estas meias-finais da Taça Federação olhos nos olhos e claramente à procura da vitória que lhes dava acesso à final. A sorte sorriu à formação de Vagos que acabou por vencer por 84-78, após prolongamento, e pode, assim, tentar conquistar um troféu que nunca ganhou.
Início da partida muito equilibrado, com a formação de Vagos a tentar impor o seu ritmo de jogo e o Montijo com grande intensidade defensiva. Ao fim dos 10 primeiros minutos, a ligeira vantagem da AD Vagos (12-14) poderia ser igualmente a do adversário, tal era o equilíbrio que se desenhava dentro do campo. O Montijo, fisicamente mais fresco por não ter realizado a partida dos quartos-de-final (falta de comparência do CAB Madeira), acelera o seu ritmo de jogo e domina claramente a luta das tabelas. O ímpeto avassalador que incutiu no segundo período desfez por completo a defesa das vaguenses que, ainda assim, tentaram minimizar os prejuízos. O domínio do Montijo foi de tal forma esmagador que impôs à AD Vagos um parcial de 31-17, chegando ao intervalo com uns claros 12 pontos de vantagem. Muito mérito da formação sulista na forma como abordou a defesa do seu adversário, mostrando imenso carácter e determinação para ultrapassar uma AD Vagos que, à partida, reunia maior favoritismo face aos últimos confrontos disputados entre os dois conjuntos. O intervalo não podia ter vindo em melhor altura para as pupilas de Nuno Ferreira. Mais concentrada, a equipa da AD Vagos volta a pegar no jogo e entra determinada a reduzir a desvantagem. O Montijo quebra na defesa e sente grandes dificuldades ofensivas. Para o conjunto de Carlos Caetano foi mesmo uma antítese do período anterior, concretizando apenas 7 pontos neste parcial. Com o encontro novamente lançado e a AD Vagos a escassos 4 pontos, haveria que corrigir muita coisa para o Mintijo se manter na frente do marcador. Dito e feito, o último parcial voltou a demonstrar enorme equilíbrio entre os dois conjuntos. Parecia mesmo que o Montijo iria quebrar o enguiço e levar, finalmente, a melhor sobre a formação de Vagos. Parecia, mas não foi o que sucedeu. Com a partida ao rubro, Inês Faustino, que voltou às boas exibições, assume a responsabilidade e faz uma “bandeja” que empata a partida a 66 pontos perto do apito final, levando e encontro para prolongamento. O tudo ou nada das vaguenses acabou por dar frutos e o conjunto de Nuno Ferreira tinha mais 5 minutos para tentar um lugar numa final que a nunca atingira. Galvanizada pela recuperação encetada no terceiro período e por conseguir marcar o cesto que sentenciava o empate ao fim dos 40 minutos, a AD Vagos joga a última cartada com grande dinamismo ofensivo. O encontro assume contornos eletrizantes e quase épicos. No prolongamento de 5 minutos marcaram-se nada mais, nada menos, do que 30 pontos. São 6 pontos por minuto, o que espelha bem o empenho e a determinação das duas equipas. A indecisão quanto ao vencedor levou o pavilhão ao rubro e os instantes finais foram de grande euforia. A vitória cabou por sorrir à AD Vagos, mostrando que tem um conjunto forte e capaz de inverter um resultado menos favorável num triunfo muito festejado, alcançando assim a sua primeira final na Taça Federação. Destaque no Montijo Banda Basquete para Márcia Costa com 29 pontos marcados (que grande partida realizou esta atleta), bem secundada por Ta-myra Davies (20 pts) e Sarah Soroka (14 pts). Na AD Vagos, Joana Lopes voltou a ser a mais ofensiva com 21 pontos mas teve a preciosa ajuda de Inês Faustino. A base vaguense está de volta às grandes exibições como motor da equipa e ainda contribuiu com 15 pontos (13 dos quais da linha de lance-livre em 14 possíveis). Na outra meia-final, o Boa-Viagem surpreendeu o Algés por 70-57 depois de estar a perder quase todo o encontro. Com uma notável atitude e muita “garra”, as açoreanas arrasaram as algesinas no último parcial, por uns folgados 26-11, e carimbaram o passaporte para a final. A Taça Federação terá, assim, uma final inédita. E a julgar pelas partidas de sábado, em que os vencedores tiveram de recuperar de desvantagens acima da dezena de pontos, tudo indica que o espetáculo está garantido. Duas formações com excelentes praticantes, uma atitude competitiva fora de série e ataques muito concretizadores. Não restam dúvidas que esta final reúne todos os ingredientes para ser um grande espetáculo de basquetebol.