Após mais um ano de conquistas, a APD Braga preserva a ambição

Ricardo Vieira, José Miguel Gonçalves e Filipe Carneiro analisam o êxito minhoto

Competições
13 SET 2021

A APD Braga alcançou em 2020/2021 o cobiçado pentacampeonato, igualando o feito da APD Sintra entre 2003 e 2008. Além do sucesso na competição cimeira do BCR nacional, os minhotos ergueram, pela sexta vez consecutiva, a Taça de Portugal, e estabeleceram assim um recorde a solo. Para o internacional Filipe Carneiro (2.0), o MVP da Final-Four do campeonato nacional, celebrada na cidade dos Arcebispos, “a força residiu sobretudo na confiança que cada um deposita no grupo”, num ano extremamente atípico, com novas caras, dificuldades na conciliação da vida profissional e académica de alguns elementos da equipa, mas, “ao contrário de outras épocas, sem lesões significativas”. O atleta mais veloz da liga voltou a ter um papel preponderante no desfecho a favor das suas cores, com direito a subida de rendimento no plano ofensivo. “Sinto que sou um jogador melhor, mais competente, mais maduro, mais atrevido e confiante nas minhas decisões”, enfatiza o camisola #12.

Na opinião de José Miguel Gonçalves (3.0), outro dos pilares da equipa, a qualidade do plantel e o trabalho “invisível” pesam determinantemente no sucesso duradouro dos bracarenses. “Temos jogadores que são referências nacionais, muitos com passagens pela seleção, que nos permitem treinar intensamente e em ritmo de jogo. Aliado a isso, temos uma estrutura técnica e diretiva com qualidade e que trabalha há muito tempo com os atletas”, destaca.

No plano pessoal, vindo de uma experiência ao serviço do Basketmi Ferrol da 2ª liga espanhola, José Miguel Gonçalves viu aumentar o seu impacto, algo que atribui à maior desinibição. “No último ano, apesar de não ter tido muito tempo de jogo na minha passagem pelo basquetebol espanhol, as minhas prestações nos treinos mostraram-me que tinha qualidade para ser também uma opção na hora de concretizar. No regresso a Braga, mais experiente e habituado a falhar por ter passado um ano no banco, encontrei uma despreocupação pelo erro que não tinha, o que, aliado aos incentivos dos meus colegas e treinadores, produziu momentos interessantes”, remata o internacional nos Europeus C de 2017 e 2019. Em 2021/2022, acalenta repetir a receita e “trazer todos os títulos nacionais para Braga”, bem como “ajudar a seleção nacional a singrar no Campeonato da Europa que se avizinha”.

Ricardo Vieira, o treinador, enaltece “o espírito de sacrifício gerado por todos, principalmente pelos mais velhos e a vontade de querer continuar no topo” como fatores mobilizadores do pleno de vitórias, apesar de sublinhar a necessidade de evolução contínua, não se cingindo à realidade individual. “Não existem épocas perfeitas para quem me conhece bem, encontro sempre defeitos para colocar aos atletas, organização e a mim também”, sublinha, para depois alargar a sua reflexão ao panorama global. “Precisamos de anos para melhorar. A menos que haja mecenas dispostos a investir em Portugal de forma a que se avancem anos numa época, o que não acredito. Ficaria satisfeito que as equipas nacionais se mantivessem no trilho da formação pura e dura dos fundamentos básicos do BCR”, sinaliza como caminho, onde deve constar a aposta na “formação de todos os agentes desportivos”.

No horizonte palpável, o arquiteto do jogo rápido e fluído dos pentacampeões nacionais aponta a novos títulos e, sobretudo, à capacitação dos atletas. “Ganhar deixa-me satisfeito. Mas perfeito só mesmo colocar o maior número de atletas na seleção nacional de BCR e ajudar ao máximo a evoluírem de forma a que isso se reflita na vida desportiva e pessoal”, explica.

Com a busca de um inédito hexacampeonato como potencial corolário na temporada à espreita, a APD Braga tem como primeiro desafio oficial a Supertaça, frente ao BC Gaia, no dia 2 de Outubro.

 

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13 SET 2021

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