Balanço global da atividade

Uma vez terminada a atividade das Seleções Nacionais Masculinas (Sub-16, Sub-18 e Sub-20), é chegado o momento de analisar o que foi feito, ainda que duma forma pouco exaustiva, já que uma avaliação completa implica a prévia leitura e discussão dos relatórios elaborados pelos responsáveis de cada uma das equipas, bem como o debate colectivo centrado nas conclusões dos mesmos.

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8 SET 2013

Assim, para o coordenador das Seleções mais jovens Mário Gomes, este é apenas um primeiro balanço global da atividade realizada ao longo da época 2012/13, o qual consideramos muito positivo, não só em termos dos resultados competitivos, mas também da qualidade do trabalho produzido.

Tendo em conta as carências estruturais do nosso basquetebol, bem como o quadro de constrangimentos com que atualmente nos debatemos e que, obviamente, obrigou a encurtar a preparação das S. N., conseguir manter e, nalguns aspectos, até melhorar os vários programas e alcançar o nível competitivo apresentado pelas três equipas tem que ser considerado altamente meritório e é demonstrativo que dirigentes, treinadores, jogadores e restante “staff” foram não só competentes, mas também que trabalharam de forma colectiva e com grande empenhamento.Sé assim foi possível ultrapassar as dificuldades que todos conhecemos e contrariar o atual ciclo de refluxo que atinge toda a nossa sociedade, competindo a um nível elevado e conseguindo resultados bastante positivos. Desde logo, é de toda a justiça destacar a ação da Direção da F. P. B. e do Diretor Técnico Nacional, mantendo em atividade todas as Seleções (ao contrário do que foi a opção de várias Federações, até com maiores recursos financeiros que a nossa) e proporcionando, na medida do possível, as melhores condições de trabalho para todas as equipas.Em conjunto com os responsáveis da Federação, há que realçar também todo o apoio de Associações e respectivos Diretores Técnicos, Clubes e respectivos dirigentes e treinadores, autarquias locais e instalações hoteleiras, fazendo com que as nossas Seleções se sentissem acarinhadas em todos os locais por onde passaram e tivessem disfrutado de muito boas condições de trabalho.Dos aspectos em que foi possível introduzir algumas melhorias, destaco os seguintes:a) O reforço do trabalho colectivo da equipa técnica responsável pelas S. N.;b) A realização de mais alguns jogos de preparação que em épocas anteriores, procurando combater uma das nossas principais carências – a falta de contacto internacional;c) O retorno dos jogos internacionais realizados em Portugal, algo que não acontecia há várias épocas – entre o final de Junho e meados de Julho houve jogos contra outras Seleções Nacionais, em Tondela, Paços de Ferreira e Caramulo;d) O maior envolvimento e a atitude de cooperação e disponibilidade totais das Associações e Diretores Técnicos, bem como dos Clubes e seus dirigentes e treinadores, cujo apoio foi essencial;e) Com base neste envolvimento colectivo, foi possível alargar e descentralizar as ações de observação de jogadores, de diversas idades, o que possibilitou um melhor conhecimento da realidade que temos e que teve como resultados imediato a “descoberta” de dois jogadores “grandes” para as Seleções de Sub-16 (Jorge Pires) e Sub-18 (Daniel Relvão). Do ponto de vista dos resultados competitivos, o balanço é também muito positivo, uma vez que, globalmente, foram atingidos os objectivos a que nos propusemos, com a convicção que a nossa responsabilidade é preparar o melhor possível as equipas para serem competitivas (e isso foi feito e bem feito!) e, depois, a própria competição nos colocará no nosso lugar… E o que a realidade evidencia é que esse é na Divisão “B”.Repito que, no atual momento, não só do nosso basquetebol, mas do nosso desporto e do nosso País, ter conseguido manter as nossa três Seleções a serem competitivas a um nível médio na Europa só pode ser considerado, por quem estiver de boa-fé, como um êxito e importante!Falamos em objectivos atingidos porque é disso que se trata quando:a) As nossas equipas praticaram bom basquetebol e foram sempre competitivas;b) No cômputo geral, atendendo apenas aos jogos oficiais, conseguiram 56% de vitórias – 14 em 25 jogos. Além disso, também pudemos aferir o nosso nível realizando jogos de preparação contra equipas fortes e as conclusões foram animadoras:a) Os Sub-16 discutiram até final, perdendo por muito poucos pontos, jogos contra Seleções da Divisão “A” – Bélgica e Geórgia;b) Os Sub-18 ganharam o torneio de Badajoz, batendo as equipas de Juniores do Estudiantes e do Real Madrid, que estão ao nível de algumas Seleções da Divisão “A”;c) Os Sub-20 bateram Seleções que viriam a subir de Divisão – Grã-Bretanha e Hungria.Ou seja, os factos não mentem… As nossas três Seleções trabalharam com elevada qualidade e foram sempre bastante competitivas!Não sendo ainda o momento de ter uma avaliação técnica (mais) detalhada, podemos, no entanto, avançar algumas conclusões, decorrentes do que fomos observando e das conversas entre todos os treinadores envolvidos:1) Globalmente, temos sido mais fortes na defesa que no ataque, ou seja, os maiores problemas das nossas Seleções residem na baixa eficácia ofensiva;2) No que se refere à táctica colectiva, quer ofensiva, quer defensiva, jogamos ao mesmo nível que as melhores Seleções;3) O mesmo não se verifica no que respeita aos fundamentos, sendo nítidas carências graves, particularmente no lançamento, no 1×1 (um-contra-um) ofensivo e na defesa do 1×1 exterior (atacante com bola);4) Outro aspecto em que temos que melhorar muito os nossos jogadores é a preparação físico-atlética – se somos mais baixos e mais leves, temos que nos tornar mais rápidos e mais fortes…Em resumo: se quisermos evoluir, a grande prioridade do nosso trabalho de formação de jogadores terá que passar por colocar um claríssimo ênfase nos fundamentos do jogo – técnica individual e táctica individual – com particular realce para:1) O trabalho de lançamento (aprendizagem, aperfeiçoamento e treino);2) A defesa do atacante com bola (1×1 exterior), em detrimento do abuso das “ajudas” e (ou) do recurso às “zonas”;3) As soluções e a capacidade para jogar 1×1 (no ataque), as quais só poderão ser desenvolvidas se os nossos jogadores se tornarem (muito) mais fortes no 1×1 defensivo;4) A capacidade/eficácia para jogar “em campo aberto”, designadamente para aproveitar as situações de contra-ataque, o que só será possível através dum (muito) maior domínio dos fundamentos, pois “depressa e bem, há pouco quem”…Este primeiro balanço da atividade das nossas Seleções Nacionais Masculinas “de formação” não pretende ser optimista, muito menos triunfalista, mas sim realçar algo que me parece particularmente importante no momento presente: mais que lamentar as nossas carências, é essencial que nos foquemos em aproveitar o que temos de bom!Obviamente, haverá muito que melhorar/alterar, bem como aspectos que poderiam (e deveriam) ter sido resolvidos doutra forma, mas essas são questões a debater/resolver internamente, pois há que preservar o princípio de elogiar publicamente e criticar de forma privada.Assim, o que mais importa reter da “campanha 2013” das Seleções Nacionais é que é hora de, colectivamente, aproveitarmos o que temos de bom:• Jogadores, nas várias categorias, com talento, potencial de desenvolvimento e vontade de treinar e evoluir;• Dirigentes e treinadores com competência e capacidade para conseguir retirar o melhor das condições de que dispõem;• Gentes “do basquete” que, sendo envolvidas e motivadas, estão sempre dispostas a dar o seu apoio e a cooperar para atingirmos objectivos que são de todos!

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8 SET 2013

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