BCR vs. basquetebol a pé

O basquetebol é uma só linguagem, mas a beleza de cada versão reside também nas suas peculiaridades. Com a ajuda de Marco Galego, selecionador nacional de BCR e treinador do Eléctrico FC, e de Ricardo Vieira, selecionador adjunto e treinador da APD Braga, exploramos cinco diferenças fundamentais no BCR que enriquecem e separam a modalidade face à homóloga convencional.

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5 JUL 2018

 

Nota: Foto de Porfírio Ferreira

1 – A importância do bloqueio indireto – Em contraste com o Basquetebol a pé, onde “90% do jogo é bloqueio direto”, conforme aponta Marco Galego, no BCR a primazia pertence ao bloqueio indireto. Tal facto explica-se com facilidade, pois a conjugação do controlo da bola e da cadeira com os braços transforma a simples tarefa de sair do bloqueio algo mais complexo. Porém, os jogadores com um controlo de bola e cadeira mais evoluído e dotados de maior criatividade, particularmente os de pontuação superior (3.5, 4.0, 4.5) e em alguns casos intermédia (2.0, 2.5 e 3.0), conseguem tirar partido de um bloqueio direto;

 

2 – Trabalho do lado contrário da bola – Na variante sobre rodas, o trabalho do lado fraco assume uma importância vital (mais ainda) em contraponto com o pendor mais estático do que se faz no lado da bola. Só assim se tornam exequíveis os bloqueios necessários para colocar os jogadores interiores na área pintada;

 

3 – Poucas penetrações ao cesto – Novamente pelo requisito de controlar bola e cadeira em simultâneo, assim como pela menor disponibilidade de espaço para se jogar e ainda devido à inexistência de movimentos laterais do corpo, são escassas as penetrações ao cesto. Regista-se a exceção dos confrontos entre jogadores de pontuação alta e de pontuação baixa, circunstância aproveitada pelos primeiros para optarem pelo um contra um;

 

4 – Trabalho físico (mais) personalizado – Devido à heterogeneidade de lesões, o trabalho físico deve ser cuidadosamente planeado, “de acordo com a funcionalidade de cada atleta”, afiança Ricardo Vieira. Braços, costas e ombros estão sujeitos a uma sobrecarga de esforço pelo que há maior incidência nestes grupos musculares;

 

5 – Redução do espaço de jogo – A mais óbvia das diferenças. O espaço disponível para as equipas jogarem é inferior, pois as cadeiras ocupam um espaço muito superior comparativamente aos jogadores a pé. “O atleta é obrigado a trabalhar mais em equipa e a encontrar espaço para efetuar o bloqueio, que é fatal quando bem feito”, afirma Ricardo Vieira.

 

 

 

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5 JUL 2018

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