Benfica na final

É justo que as primeiras palavras sobre a negra entre SL Benfica e Ovarense Dolce Vita vão para o fantástico ambiente criado à volta deste jogo.

Competições
21 MAI 2015

De um lado os adeptos benfiquistas a sentirem que a equipa precisava deles; do outro centenas de vareiros que viajaram até Lisboa, também como forma de retribuírem a prestação da equipa durante esta série. Quanto ao jogo propriamente dito, domínio absoluto dos atuais campeões nacionais (100-67) em todas as áreas do jogo. Destaque para o capítulo do ressalto, onde a equipa do Benfica exerceu uma superioridade avassaladora, beneficiando com isso de muitos segundos lançamentos fáceis ou mais posses de bola para somar pontos. Os encarnados mantêm-se na defesa do seu titulo, tendo agora pela frente, e no playoff final, o Vitória Sport Clube, numa reedição da final da última temporada.

 

Os encarnados entraram  mandar no jogo e não foi necessário muito tempo para que a equipa da casa fugisse no marcador (9-2). Thomas mostrava-se certeiro nos lançamentos de longa distância, Gentry começava a mostrar superioridade no jogo interior, a que Slay deu continuidade, e a meio do quarto a vantagem era de oito pontos (17-9). Sergi Brunet marcou quase oito pontos consecutivos, Neves, com um dos raros triplos da Ovarense, reduziu a diferença para 14-21, mas seriam os benfiquistas a terminar melhor o período. Com um parcial de 8-0 nos dois minutos finais, os visitados faziam subir a diferença para 29-14 no final dos primeiros 10 minutos.

 

Ronald Slay continuava a mostrar-se muito ativo e assertivo nas ações ofensivas do SL Benfica e foram seus os primeiros 4 pontos do 2º período. O tiro de longa distância da Ovarense teimava em não entrar, com a eficácia ofensiva vareira a ressentir-se de tal facto. Só passados quase sete minutos, mais um cesto do poste espanhol, o conjunto de Ovar fez funcionar o marcador, numa altura em que já perdia por vinte pontos (16-36). Seguiu-se a pior fase do Benfica, más tomadas de decisão, situação muito bem aproveitada pelos visitantes, que mudando um pouco a sua forma de procurar vantagens, mais jogo interior, e com Miranda a dar o mote, conseguiu aproximar o resultado (28-41). Os vareiros conquistaram várias idas para a linha de lance-livre, de onde somaram alguns pontos, mas dois cestos consecutivos, já dentro do último minuto da 1ª parte colocaram o resultado em 45-28 favorável ao Benfica.

 

Os primeiros minutos da 2ª parte foram marcados por uma melhoria atacante das duas equipas, mas o Benfica continuava a mostrar-se com lição bem estudada, a trocar em muitas situações durante os movimentos ofensivos da Ovarense, numa mostra que o scouting estava muito bem preparado e que resultou. Desta vez a Ovarense não conseguiu tirar tantas vantagens dos mismatches, alturas houve em que se deu mal com a pressão defensiva dos encarnados, mas principalmente com a forma como os jogadores benfiquistas carregavam no ressalto ofensivo e dominavam a sua tabela defensiva. O jogo interior passou a ser a solução ofensiva procurada, que, quando não funcionava, era solucionada com segundos lançamentos, algo que criava mossa e frustrava a equipa vareira. A meio do quarto a diferença estava em 59-32, as faltas começavam a condicionar as opções ao técnico espanhol da Ovarense (Sergi Brunet e Jaime Silva), sendo que no final do período começava a desenhar-se o vencedor deste jogo e da eliminatória (68-41).

 

Bem apoiada pelos seus adeptos, a equipa de Ovar não desistiu durante o derradeiro quarto, avançava para uma zona press todo o campo, fazendo o que competia a uma equipa que quer alterar um jogo. Mas três triplos, quase consecutivos, de Slay, e um de Tomás Barroso, deitaram por terra as ténues expectativas de a Ovarense conseguir reentrar na discussão do jogo (91-62). Os últimos minutos foram aproveitados pelos dois técnicos para rodar as respetivas equipas, sendo também o momento para os adeptos, de ambas as partes, ovacionarem os seus jogadores, pois estão todos de parabéns pela forma como competiram, pelos espetáculos que proporcionaram, e pela emotividade que criaram à volta desta eliminatória.

 

Fred Gentry (17 pontos e 8 ressaltos) voltou a provar a sua fiabilidade e enorme competência para disputar jogos com este tipo de pressão. Bem como, Ronald Slay (24 pontos, 3 ressaltos e 2 assistências), que foi sempre um problema graças à sua enorme versatilidade. Jobey Thomas (14 pontos e 4 assistências) foi importante nos instantes iniciais, pela forma como assumiu o jogo, empurrando a equipa para uma boa exibição.

 

Do lado da Ovarense, o grande destaque vai para Migual Miranda (26 pontos e 8 ressaltos), MVP do jogo com 32 de valorização, num jogo em que os vareiros não estiveram bem a lançar, principalmente de 3 pontos (3/20 – 15%), e perderam claramente a luta das tabelas (22-43), tendo permitido 18 ressaltos ofensivos. O espanhol Sergi Brunet (12 pontos e 2 ressaltos) esteve bem no inicio do jogo, mas acabaria por desaparecer, muito por culpa do problema das faltas.

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21 MAI 2015

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