Carlos Cabral: “Não temos poções mágicas”
Depois de vários anos afastado do escalão principal da modalidade, o Illiabum está de regresso à Liga principal de basquetebol português.

Treinadores
15 JUN 2009
O grande timoneiro deste sucesso foi o treinador Carlos Cabral, conhecedor profundo do clube desde os seus tempos como atleta. O técnico não tem dúvidas que o Illiabum está no lugar a que lhe pertence por direito, pronto para dar respostas ao novo desafio, embora sem certezas absolutas quanto ao seu futuro no projecto motivadas pela indefinição directiva no clube.
Depois de se ter sagrado campeão da Proliga, o sentimento foi de alívio por a missão estar cumprida ou, pelo contrário, era de total contentamento? Desde o início do campeonato da Proliga que nos demos como candidatos à vitória. Aquando da apresentação das finais por parte da FPB, fomos mais longe, e apresentámo-nos como favoritos, até mesmo pelo percurso que efectuáramos. Nunca demos o nosso objectivo como facto consumado. Por isso sentimos uma enorme satisfação quando nos sagrámos campeões. Há muito tempo que o Illiabum Clube não tinha esta enorme alegria no escalão de seniores e a festa foi enorme. Em algum momento da época sentiu que objectivo da subida estaria em perigo de ser alcançado? Não! Nunca, no decorrer da época, sentimos que não poderíamos alcançar o título. Mesmo os momentos mais difíceis (que houve) apenas serviram para demonstrar o nosso espírito de equipa e de sacrifício, bem como dar-nos maior motivação para trabalhar e perseguir o nosso objectivo. A que factores atribui o segredo desta conquista? Não temos segredos nem poções mágicas. Tivemos trabalho, muito trabalho. Fomos competentes nas nossas funções e constituímos uma verdadeira equipa, desde a direcção, liderada pelo dr. Rui Dias, que soube dar resposta às nossas sugestões, passando por aqueles que mais de perto trabalharam connosco, o Marcela, o professor Luís, o Melo e o Panela, o Alyson e o Luís, ainda o Carlos Alberto, o Ariston e a Joana, o Álvaro, a D. Maria José, o Alexandre Pires, que fez um excelente trabalho a coadjuvar-me, acabando nos jogadores, os grandes artistas deste feito, que com o seu espírito de sacrifício, união e força mental, souberam dar o seu contributo para sermos campeões. E em tempo algum tivemos medo do sucesso. Na sua opinião o Illiabum volta ao patamar a que pertence pelo seu historial na modalidade? Sem dúvida que o Illiabum volta ao seu lugar, por mérito próprio, mostrando dentro do campo que merece estar nesse patamar. O Illiabum teve a coragem de ir jogar para uma divisão inferior, fazendo uma correcta gestão dos recursos materiais, humanos e financeiros, com a intenção de dar início a um projecto sustentado e credível. Ele está à vista, e cá estamos nós de volta ao mais alto nível do basquetebol português. Mas a equipa de seniores é só a ponta do iceberg daquilo que é, hoje em dia, o Illiabum. É muito mais que um clube. Existem muitos miúdos nos escalões de formação, treinadores com currículo sobejamente conhecido, e uma intervenção social digna dos mais elevados méritos. O clube está preparado para competir na Liga? Por tudo o que já anteriormente dissemos, o Illiabum está agora melhor preparado para exercer, na plenitude, as suas funções associativa, cultural, social e desportiva, competindo na Liga com a sua equipa mais representativa. Para esse fim não podemos esquecer os nossos patrocinadores, pois sem eles não conseguimos servir a população em geral nem ser ambiciosos nos nossos desideratos. Quanto ao plantel, serão necessárias grandes alterações para participar no escalão superior? Penso que não serão necessárias grandes alterações, até porque na época que agora finda fomos capazes de discutir o resultado nos confrontos com os adversários da Liga e até ganhar alguns jogos. A questão põe-se na utilização de um terceiro jogador estrangeiro e num ou outro ajustamento em termos de jogadores e corpo clínico. Quanto ao treinador Carlos Cabral, qual será o seu futuro? Devido a alguma indefinição directiva no Illiabum ainda não há nenhum vínculo expresso, mas como existe vontade de ambas as partes para uma solução de continuidade…