Carlos Lisboa: «Nunca me dissociei da modalidade»

Apesar de ocupar o cargo de Director-Geral das modalidades do Benfica, Carlos Lisboa sempre foi um homem do basquetebol e nunca deixou de estar actualizado sobre as equipas, as regras, os adversários e demais intervenientes do jogo.

Atletas | Competições
30 SET 2011

Por isso, garante, está plenamente preparado para acumular aquelas funções com as de treinador da equipa principal dos encarnados. O Troféu António Pratas é o primeiro grande desafio e o objectivo, assegura, passa por vencer.

Este regresso ao cargo de treinador surgiu de uma forma inesperada?Foi-me proposto por parte da Direcção do Benfica, e em prol dos interesses do clube, que assumisse o comando técnico da equipa, acumulando com a função de Director Geral das Modalidades. Para que isso seja possível formei uma equipa na parte desportiva, constituída pelo Nuno Ferreira e o Goran, outra na administrativa no que ao basquetebol diz respeito, e tive que implementar um modelo organizacional para manter o exemplar funcionamento das modalidades do clube. Tenho comigo a trabalhar um comité, onde são agendadas atempadamente reuniões para debater e dar resposta célere a todas as situações que surgem no funcionamento diário do clube.Durante este interregno sentiu de alguma forma saudades de viver mais de perto os jogos?Ando há muitos anos ligado ao basquetebol e em momento algum me dissociei da modalidade. Gosto muito daquilo que faço actualmente e, mesmo quando não estava ligado ao trabalho de campo, em momento algum deixei de acompanhar o basket. Obviamente que sentia falta da adrenalina da competição e a excitação do balneário. O que não quer dizer que não me sinta absolutamente preparado para enfrentar os desafios que agora começam.Neste período em que acompanhou mais por fora a modalidade, algo o fez mudar ou reflectir sobre a forma como pensa no jogo?O basket está em permanente mudança, seja pelas próprias regras, pelas novas filosofias que surgem ou pelas características do próprio jogo. Isso faz com que estejas sempre a actualizar-te, algo que fiz não só pela observação dos jogos portugueses, como também através das competições internacionais. Naturalmente todos os treinadores têm que evoluir, concordando com algumas novas filosofias, outras nem tanto, mas acima de tudo mantendo as suas convicções e ajustando-se às novas realidades. Não tenho dúvidas que sou um treinador diferente de há 5 ou 6 anos atrás, até porque o jogo, as regras, bem como a intensidade a que desenrola, são diferentes. Fundamentalmente, há que renovar ideias e melhorar estratégias para conseguir atingir com sucesso os objectivos definidos.Como irá ser o Benfica sob a orientação do treinador Carlos Lisboa?O empenho e a intensidade de todos os jogadores tem de ser enorme em qualquer jogo em que o Benfica participe. Defender bem e com grande intensidade, mas sem descurar a parte ofensiva, pois é sabido que é necessário fazer pontos para vencer os jogos. Pretendo que a equipa jogue rápido, embora consciente que é impossível jogar 40 minutos em contra-ataque, com intensidade, ressalte, colectivos quando em ataque posicional, corajosos na entrega e sempre conscientes dos interesses da equipa em primeiro lugar. O que não quer dizer, pois é isso que acontece naturalmente, que as individualidade sobressaiam e façam a diferença.À excepção do base norte-americano Trevor, o clube reforçou-se para esta temporada com atletas já conhecedores da Liga portuguesa. Coincidência, ou foi condição tida em linha de conta? Já conhecerem o basquetebol português e a grandiosidade do clube é sempre importante. Mas isso não basta e não foi condição única para terem sido minha escolha. Fazem parte do plantel porque lhes reconheço qualidade para jogar no Benfica e por poderem ser úteis nas batalhas temos pela frente.Este Troféu António Pratas já é para vencer?O Benfica entra em todas as competições em que participa com o objectivo claro de as tentar vencer. Mas isso não implicou que queimássemos etapas na nossa preparação programada. Este Troféu António Pratas faz parte da nossa pré-época, o que não invalida que o disputemos até pelo respeito que o nome da competição e dos nossos adversários nos merece.

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30 SET 2011

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