Craig justifica expulsão

Kendell Craig foi expulso no segundo jogo da final da Proliga e explica nesta entrevista por que razão perdeu as estribeiras.

Atletas
5 JUN 2009

O norte-americano do Sampanese/Tecoimbra, que vai falhar o encontro de sábado frente ao Illiabum, acrescenta sentir-se “desapontado” e “desrespeitado”, salientando que a equipa de Ílhavo teve “muita ajuda extra”.

A perder 2-0 e sem ainda ter conhecimento se poderá participar nos jogos do próximo fim-de-semana, continua a acreditar que é possível dar a volta à eliminatória?Tudo pode acontecer. Acredito nos meus companheiros e no facto de sermos a melhor equipa. Só espero que o tipo de tratamento que o Illiabum vai ter em nossa casa seja idêntico ao que tivemos no passado fim-de-semana.Frustração é a melhor forma para descrever aquilo que sente neste momento?Sinto-me desapontado, desrespeitado e que não nos foi dada uma oportunidade justa para discutir a eliminatória. Para uma equipa que é considerada favorita e muito melhor do que nós, tiveram muita ajuda extra. No primeiro jogo, tivemos apenas 10 lances-livres, comparativamente com os 28 a que o Illiabum teve direito, e acabámos por perder o jogo por apenas 6 pontos de diferença. No segundo encontro, com ainda 6.30 minutos para jogar no 1º período, o Illiabum já tinha direito a ir à linha de lance-livre em virtude das 7 faltas que já nos tinham sido marcadas, enquanto que o nosso adversário ainda não tinha qualquer falta. Façam vocês mesmo um juízo de valor sobre esta situação.Quer dar-nos a sua versão daquilo que aconteceu na última partida, na qual foi expulso?Apesar de todos os factores em nosso desfavor, continuamos fortes, discutindo o jogo até final sem nos queixarmos do que quer que fosse. Durante as duas partidas foi permitido ao Illiabum muito jogo “desnecessário”. Muitos puxões, agarrões, empurrar, bater… Todo o tipo de jogo sujo. Consigo lidar bem com tudo isso, não é um problema para mim. Estou habituado a esse tipo de coisas e sei que jogadores e treinadores o fazem para destabilizar o adversário. Mas quando um jogador deliberadamente atinge outro na face, é aí que eu traço um limite. Deixa de ser basquetebol e passa a ser pessoal, homem para homem. O Silva sabe perfeitamente aquilo que me fez e por isso teve o que merecia. Foi a única razão pela qual reagi da forma que o fiz. Muitas pessoas conhecem-me aqui em Portugal e sabem perfeitamente que este não é o meu carácter, que não sou esse tipo de jogador. Não é justo que tenha de aceitar esse tipo de abuso só porque se trata de um jogo de basquetebol. Fui ensinado a defender-me e foi apenas isso que estava a fazer.Segundo ano em Portugal, segunda final consecutiva. Considera que traz boa sorte às equipas onde joga?É realmente uma honra poder estar na final novamente. Penso que acrescento uma boa dose de energia às equipas de que faço parte, obrigando, simultaneamente, os meus companheiros a jogarem mais duro e a serem mais competitivos.Sente-se preparado para voltar a ser campeão?Adoraria voltar a vencer a Proliga. Esse era um dos meus principais objectivos para esta temporada. Não vai ser fácil, mas a sensação de vitória é incrível e faz-me querer voltar a fazê-lo. Também gostaria que os meus companheiros a pudessem experimentar, já que trabalharam duro e merecem-no.Considera o Illiabum a equipa favorita a vencer esta final?Sim, têm uma grande equipa. Bons jogadores para todas as posições e entendo o porquê da escolha desses mesmos atletas. Toda a gente diz que eles vão vencer, o que nos torna outsiders para esta final. Só nos dá forças para trabalhar ainda mais.A época passada ascendeu à Liga principal pela Física mas manteve-se no campeonato da Proliga. Na próxima temporada aspira a jogar na Liga?Eu quero jogar na Liga, só que nunca tive a oportunidade de o fazer. Sinto que posso fazer ainda melhor e ajudar equipas mais fortes a tornarem-se campeãs. O problema é que os clubes menosprezam-me, dando sempre preferência a jogadores mais altos, em detrimento de alguém que percebe o jogo e joga cada partida como se fosse a última. Faço algo mais para além de marcar pontos. Torno os meus companheiros melhores, bem como contribuo em todos os aspectos do jogo. Tenho fé que alguém repare nisso agora e que acredite em mim, como os treinadores Seco e José Tavares o fizeram.

Atletas
5 JUN 2009

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