Derrota por dois pontos
Perder frente à Holanda por dois pontos de diferença (57-59), num jogo em que nada correu bem à equipa portuguesa, e em que cometeu demasiados erros não forçados, significa que é perfeitamente possível vencer fora de casa.
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7 AGO 2013
A formação liderada por Mário Palma voltou a defender muito bem, mas em momentos chave do jogo, por falta de sorte, ou por não saber cuidar da posse de bola, permitiu sempre que o adversário permanecesse na liderança do jogo. Ainda assim, os atletas portugueses voltaram a demonstrar imenso crer, de tal forma que tiveram uma última posse de bola para vencer o encontro. Concentração total para o encontro da Estónia, para a desforra em solo holandês, no jogo que se pretende que seja decisivo para a atribuição do 1º lugar do grupo.
O resultado no final da 1ª parte poderia ser bem mais favorável à equipa portuguesa. Não fossem os inúmeros turnovers, quase todos cometidos quando partiam para situações de contra-ataque, e a falta de algum coletivismo e disciplina tática a executar os movimentos ofensivos. Valeu aos comandados de Mário Palma os tiros de longa distância, 5 convertidos nos primeiros 20 minutos de jogo, para se manter na discussão do resultado.Já que defensivamente, a formação portuguesa esteve muito bem, a resolver com eficácia os bloqueios diretos (influenciando para a linha final), muito bem nas situações de 2×1 sempre que a bola entrava na posição de poste baixo, e a trocar quase sempre com sucesso os bloqueios indiretos nas ações ofensivas holandesas.Só os centímetros traíram a perfeição defensiva, já que os jogadores interiores da Holanda conseguiram segundos lançamentos fáceis, fruto do bom desempenho na tabela ofensiva. Um cesto com falta, no último segundo do 1º tempo, fazia com que Portugal fosse para o descanso a perder por sete pontos de diferença (26-33).No recomeço da etapa complementar a equipa portuguesa voltou a ser mortífera nos lançamentos triplos, se bem que demonstrasse maior fluidez ofensiva, na procura do melhor jogador para efetuar o lançamento. Reflexo desse acerto atacante foi o empate a 44 pontos conseguido já perto do final do 3º período. Ainda assim, foram os holandeses a terminarem melhor o quarto, já que lideravam por quatro pontos (48-44).No derradeiro período, tudo parecia complicar-se para a equipa portuguesa. Com um parcial de 5-0, a Holanda conseguia a maior vantagem no encontro (53-44), fazendo o técnico Mário Palma parar o encontro de imediato. Mesmo cometendo demasiados erros, muitos deles não forçados, Portugal mostrava a sua raça, recusando-se a entregar-se antes do final do encontro. Sem querer encontrar desculpas, Portugal não teve a sorte do jogo, vários cestos holandeses convertidos em cima dos 24 segundos, algumas decisões de arbitragem duvidosas, mas acima de tudo demasiados erros em que as posses de bola eram oferecidas ao adversário.Ainda assim, e sem ter estado bem no ataque, Portugal dispôs de uma posse de bola a 16 segundos do final do encontro para vencer o jogo. O lançamento triplo não entrou, mas fica a sensação que Portugal pode perfeitamente bater-se pela vitória na Holanda, discutindo assim o 1º lugar do grupo, até porque a derrota por dois pontos (57-59) de diferença é perfeitamente ultrapassável no confronto direto. Convém não esquecer que, antes disso, Portugal terá de defrontar a equipa da Estónia, um adversário que se desloca ao nosso país sem qualquer tipo de pressão pois não tem nada a perder.João Betinho foi o melhor marcador português com 15 pontos, bem como aquele que melhores momentos de espetáculo proporcionou. O poste Cláudio Fonseca (10 pontos e 5 ressaltos) bateu-se galhardamente com as torres holandesas, e João Santos (10 pontos, 2 ressaltos e 2 assistências) foi o terceiro elemento português a terminar o jogo na casa das dezenas. Referência ainda para o facto de Portugal ter desperdiçado sete lances-livres (10/17 – 58.8%), que num jogo decidido por dois pontos acaba por ter relevância acrescida.No final do jogo, o Selecionador Mário Palma não escondia alguma desilusão, se bem se mostrasse inconformado com a superioridade da equipa holandesa. “Não estamos felizes. Fizemos uma série de pequenos erros. Não sei porquê, mas perdemos bolas que normalmente não perdemos, assim como falhamos tiros fáceis. Foram esses pequenos erros que não nos permitem ganhar um jogo que foi equilibrado, apesar de termos estado bem na defesa. Eles tiveram a sorte do jogo e daí terem ganho. Mas, em condições normais, teríamos vencido este encontro “.