Desaire com a Estónia

Afigurava-se complicado o confronto de Portugal diante da Estónia, não só por ser o líder invicto do Grupo D do campeonato da Europa de Sub-16, como também pela superioridade demonstrada nos dois primeiros jogos.

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8 AGO 2015

Os comandados de António Paulo Ferreira mostraram-se competitivos durante os primeiros 10 minutos do encontro, mas um parcial negativo de 11-0 precipitou um resultado final desnivelado (40-94), no qual a formação portuguesa não mais conseguiria entrar na discussão da vitória.

 

Nem o facto de defrontar, em teoria, a equipa mais forte do grupo retirou confiança aos jovens jogadores portugueses, que discutiram o resultado durante os primeiros minutos do jogo. Depois de um empate a 7 pontos, a Estónia tomou conta do jogo e no final do 1º período já vencia por 19-11. A Estónia jogou sempre com muita intensidade, que Portugal, para além dos primeiros minutos, raramente conseguiu acompanhar: agressividade sobre as linhas passe, muita pressão e contacto forte sobre as penetrações e intervenção dura sobre todos os lançamentos; transições muito rápidas, penetrações muito fortes, grande eficácia de lançamento e jogo interior muito forte.

 

Ainda assim, o jogo continuava em aberto, mas 11 pontos sem resposta fizeram os estónios disparar no marcador, para uma vantagem de dezoito (37-19) em tempo de descanso. A equipa portuguesa esteve sempre muito ansiosa e precipitada, raramente conseguindo jogar de forma descomplexada e desfrutar da oportunidade de defrontar adversários de tanta qualidade, não conseguindo os jovens jogadores mostrar devidamente as qualidades que também possuem.  

 

O intervalo não serenou a equipa lusa, que recomeçou da etapa complementar comprometendo em definitivo as suas hipóteses de competir neste encontro. O 3º período foi negro para Portugal, já que o parcial registado de 6-30 revela bem as dificuldades sentidas pela equipa nos dois lados do campo. Para além da excelente eficácia do lançamento exterior da Estónia na 2ª parte (7/10 de 3 pontos), Portugal sofreu muitos pontos a partir de perdas de bola e de contra-ataque do adversário e de lançamentos em áreas próximas do cesto, resultantes das transições e da superioridade do jogo interior. 

 

Os derradeiros 10 minutos voltaram a ser dominados pela formação da Estónia, e se em termos defensivos Portugal continua a sentir dificuldades em parar as ações ofensivas do adversário, nas ações atacantes Portugal melhorou significativamente (15 pontos), um indicador positivo para o que ainda falta disputar nesta fase.

 

Portugal perdeu a luta das tabelas (34-50), cometeu demasiados turnovers (25), sendo que voltou a revelar uma fraca eficácia nos lançamentos de campo, especialmente da linha de 3 pontos (1/15 – 6.7%), aquela que é habitualmente uma das principais armas ofensivas das seleções masculinas portuguesas. A Selecção Nacional evidenciou, mais uma vez, muitas dificuldades em concretizar lançamentos exteriores, mesmo abertos e em concretizar penetrações e ressaltos ofensivos pressionados ou com contacto. Apesar de continuarmos a conseguir obter boas situações de lançamento exterior a ineficácia ofensiva manteve-se, sendo as percentagens muito baixas e a concretização de penetrações e vantagens no jogo interior foram quase inexistentes. 

 

Mais uma exibição positiva de Vladi Voytso (12 pontos e 6 ressaltos), tendo sido bem acompanhado por Paulo Caldeira, autor de 10 pontos, 3 ressaltos e 2 assistências. 

 

Os jogadores da Estónia são muito fortes e evoluídos na técnica e táctica individual, permitindo evidenciar superioridade nas leituras, na tomada de decisão e na intensidade de execução das diversificadas soluções que possuem, sendo por isso muito mais fortes nas manobras colectivas, sempre muito simples, e muito mais eficazes na concretização.

Serão provavelmente a melhor equipa da competição, tendo já ganho aos 2º e 3º classificados do Grupo D – Suécia e Ucrânia, também entre as equipas mais fortes da competição – por 22 e 31 pontos respectivamente, e tendo também ganho em torneios de preparação a equipas da Divisão A, como a Lituânia e a Letónia.

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8 AGO 2015

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