“É bom ser reconhecida pelos colegas!”
Regina Costa foi eleita Presidente da Comissão de Classificação da IWBF – Federação Internacional de basquetebol em cadeira de rodas (BCR), num grande marco para a sua carreira.
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8 OUT 2018
A FPB entrevistou a dirigente internacional, que se mostra agradecida pelo reconhecimento demonstrado!
A Regina Costa é a nova Presidente da Comissão de Classificação do Conselho Executivo da IWBF, cargo máximo na área em termos mundiais. O que representa para si este passo na sua carreira? Em que aspetos residirão as suas tarefas?
Representa reconhecimento pelo trabalho desenvolvido ao longo destes 18 anos no mundo da classificação de basquetebol em cadeira de rodas. É bom ser reconhecida pelos colegas! As minhas responsabilidades e tarefas residem na atualização de toda a documentação, bem como a coordenação da evolução do próprio sistema, assim como dinamizar a formação de novos classificadores e divulgar a modalidade e o sistema de classificação. Serei parte da ligação ao IPC (International Paralympic Committee) em todos os assuntos referentes à classificação no basquetebol em cadeira de rodas. Serei responsável da nomeação de classificadores para as principais competições mundiais e a ligação entre todas as zonas.
Fale-nos um pouco do seu trajeto nesta área. Como começou e como foi evoluindo?
Na verdade, o meu primeiro contacto com o basquetebol em cadeira de rodas começou quando tinha apenas 10 anos e acompanhava a minha mãe aos treinos da equipa onde era treinadora! Mais tarde tornei-me jogadora de basquetebol e quando terminei o curso de fisioterapia, mais uma vez a minha mãe, achou que a área da classificação poderia ter interesse para mim, e quando esteve cá em Portugal um classificador internacional lá fui eu ver como funcionava todo esse processo. Isto aconteceu no ano de 1998 e foi quando comecei a minha formação na área, tornando-me classificadora ao nível da Europa e em 1999 classificadora internacional. Em 2007 fazia parte da Comissão de Classificação Europeia e da Comissão para Incapacidade Mínima. Em 2011 fui eleita para ser a Presidente dessa mesma Comissão e passei a fazer parte da Comissão de Classificação a nível Mundial. Em 2012 houve o primeiro curso para formação de instrutores, para o qual fui convidada, sendo formadora até hoje. No passado Campeonato Mundial fui eleita para ser a Presidente da Comissão de Classificação a nível mundial, posição que me deixou muito feliz por ver o meu trabalho reconhecido! Durante todo este período tenho trabalhado a nível nacional, classificando atletas e na formação de novos classificadores.
Como olha para o basquetebol em cadeira de rodas português? Pensa que há muita margem para evoluir? Há mais interesse?
Penso que o basquetebol em cadeira de rodas em Portugal tem muita margem para evoluir, mas será um trajeto difícil e que exige muito trabalho de todos os que estão envolvidos na modalidade. Isto inclui não só os responsáveis a nível federativo, mas também os atletas, treinadores e clubes. Não é uma modalidade fácil devido aos custos envolventes, nomeadamente as cadeiras de rodas, mas que nos dias de hoje já começam a estar um pouco mais acessíveis. Penso que após um período muito mau, em que chegámos a interromper o Campeonato Nacional por uma época, penso que se está a fazer um esforço para haver mais organização e disciplina na modalidade. Esta é uma batalha difícil, mas que na minha opinião é a mais importante. Se queremos que a modalidade evolua temos que deixar de a considerar como recreativa e aceitar os direitos e deveres inerentes à competição desportiva. A integração da modalidade na FPB já está a ter os seus benefícios e espero que possa vir a despertar o interesse de muitas pessoas que não conhecem a modalidade e as suas potencialidades.