«Esforço é compensatório»

A crise económica ameaçou colocar em causa a realização da Festa do Basquetebol Juvenil, mas, conforme conta Mário Saldanha nesta entrevista, o esforço da Federação e das Associações acabou por permitir a realização de um evento que não só traz mais jovens para a prática da nossa modalidade, como também dinamiza as Seleções Regionais.

FPB
20 MAR 2013

“O Meu compromisso enquanto Presidente é tudo fazer para que os nossos jovens possam continuar a beneficiar deste tipo de organizações”, garante Saldanha.

Olhando para trás, como qualifica a ideia de criar a Festa do Basquetebol? Os objetivos iniciais ainda estão de pé? Foi uma excelente ideia. Aliás o facto de se realizar, numa época tão complicada, só reforça a importância desta ideia. Os objetivos sem dúvida que estão de pé. A verdade é que as festas vieram impulsionar o trabalho que as associações fazem durante o ano a preparar as suas seleções. Podemos afirmar com toda a certeza que todas as associaçõestrabalham mais e melhor durante o ano para terem bons resultados nas Festas.Acredita que sem este evento teríamos menos jovens a praticar a modalidade e, por extensão, um nível qualitativo inferior no nosso basquetebol? Sem dúvida. Como referi, as festas obrigam as Seleções Regionais a trabalharem com um caráter mais regular, com objetivos concretos. As festas juntam os melhores atletas do país e a verdade é que só é possível evoluir com trabalho e competição.No entanto, como refere na sua questão, as Festas não aumentam apenas o nível qualitativo dos nossos jovens. Também impulsionam a prática da modalidade. Muitos jovens juntam-se à prática do basquetebol com o objetivo de fazerem parte deste ponto alto.Em algum momento chegou a temer que esta iniciativa ímpar no desporto nacional tivesse de ser anulada devido à crise económica? Temi. A verdade é que este é um evento financiado na totalidade pela FPB e associações. Realizar um evento que envolve mais de mil pessoas, durante 4 dias, tem custos muito elevados. A verdade é que este ano as festas só foram possíveis porque as Associações Regionais aceitaram ter uma comparticipação financeira mais ativa. Como todos podem imaginar, transportes, alimentação e alojamento para tantas pessoas durante tantos dias tem custos elevadíssimos. Mas o esforço é compensatório sem dúvida.Perspetivando o futuro, gostaria de introduzir alguma coisa na Festa do Basquetebol? Falar em iniciativas numa altura tão difícil com estas é complicado. A verdade é que a FPB vai tentar continuar a fazer mais com menos no entanto, devemos estar felizes se conseguirmos manter este tipo de atividades. A falta de apoios externos condicionam em muito a nossa atividade. O Meu compromisso enquanto Presidente é tudo fazer para que os nossos jovens possam continuar a beneficiar deste tipo de organizações.Existem medidas pensadas para a curto prazo tentar aumentar o número de praticantes e equipas a nível nacional? Neste momento, a FPB deve concentrar-se e tudo fazer para manter atividade. Apesar de necessitarmos naturalmente de mais praticantes, precisamos acima de tudo de clubes mais estruturados e de um melhor trabalho. Também não podemos esquecer o trabalho desenvolvido pelo Compal Air, que traz muitos jovens para a modalidade. No entanto, a falta de clubes em algumas regiões do país levam a que estes jovens não consigam ter uma prática continuada da modalidade. O alargamento do conceito de Clube Escola é fundamental e para isso será necessária especial atenção por parte da Tutela. Não nos podemos esquecer que as escolas têm os jovens e as infraestruturas e, com o apoio da Escola Nacional do Basquetebol, poderá facilmente ter treinadores qualificados. Naturalmente exige-se uma mudança de mentalidade.

FPB
20 MAR 2013

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