«Estamos cá por mérito próprio»
Mesmo em tempos de crise o basquetebol feminino floresce para as bandas de Ovar.
Competições | Treinadores
17 OUT 2012
O clube tem uma equipa na Liga Feminina (LFB), um conjunto jovem, alicerçado na formação, mas que de acordo com o treinador Jorge Maia tem correspondido o que lhe foi pedido. Depois de uma estreia pouco auspiciosa na Madeira, as vareiras preparam-se, agora, para medir forças diante do Académico.
Num clube com a tradição da Ovarense, o basquete feminino começa igualmente a ter expressão. Não deixa de ser curioso que num período de restrições orçamentais o clube de Ovar tenha as suas equipas seniores nas principais Ligas. “Não há dúvidas que a Ovarense sempre foi identificada pelo setor masculino, onde a equipa sénior é o seu expoente máximo. Mas julgo que o setor feminino ganhou naturalmente o seu espaço, devido ao trabalho desenvolvido ao longo dos anos, onde tem alcançado bons resultados e com certeza que é motivo de orgulho para todos os vareiros.”A crise económica que o país atravessa reflete-se naturalmente no desporto e a Ovarense não foge à regra. No entanto, clube e sócios, dentro das suas possibilidades, tentam apoiar o basquetebol feminino. “Sabemos claramente que os tempos não estão fáceis, mas contamos com todo o apoio possível da direção. Em relação aos adeptos, eles também estão connosco, e exemplo disso foi o playoff da época passada, principalmente na final com o Lousada, com a Arena a registar uma boa assistência.” O clube volta a estar no escalão principal feminino, tendo sempre por base as suas equipas mais jovens. “É a segunda vez que o clube alcança este patamar e sempre com a base na formação do clube. Relembro que a equipa tinha somente 4 atletas com idade sénior e o restante eram sub-19. Não podíamos estar mais satisfeitos com o desempenho das atletas.”A equipa é jovem e naturalmente inexperiente, o que não invalida que o desafio seja atrativo para Jorge Maia, pois a equipa tem muita coisa a ganhar com esta participação na Liga. “A idade média da nossa equipa ronda os 19 anos! Claro que vamos sentir grandes dificuldades não só pela experiência, mas também a nível físico. Temos é uma certeza: estamos nesta competição, por mérito próprio! Por isso vamos aproveitar ao máximo, para poder evoluir e consolidar o nosso jogo, aumentar os nossos índices competitivos e também continuar a lançar jogadoras mais jovens para garantir o futuro!”A Ovarense iniciou a sua participação no campeonato com uma deslocação à Madeira, uma estreia que não foi a ideal, mas em que a atitude da equipa não merece reparos por parte de Jorge Maia. “Em relação ao jogo do CAB, sendo o primeiro jogo da competição, acusámos um pouco a ansiedade e o nervosismo natural da estreia. Entrámos mal, permitindo ao CAB um parcial de 8-0. Após um desconto tempo serenámos e conseguimos ir “equilibrando o jogo até ao final do 1º período (25-20). Nos restantes parciais, não fomos eficazes em ataque, falhando algumas ‘bolas fáceis’, não conseguimos parar as jogadoras estrangeiras, que foram as grandes anotadoras da equipa (29+18 pontos), perdemos muitos ressaltos na nossa tabela e naturalmente o CAB ia aumentando a vantagem. De salientar a atitude da equipa que nunca virou a cara ao jogo e que disputou cada bola independentemente do marcador.”Sábado a equipa vareira desloca-se ao Porto, para defrontar o Académico. Um adversário já conhecido do técnico, uma vez que ambas as formações se defrontaram na fase de grupos do Troféu Vítor Hugo. Apesar de derrotada, a equipa de Ovar discutiu o jogo, pelo que, melhorando alguns aspetos, Maia acredita que possa vencer o encontro. “Jogar no Académico é sempre complicado! São jogos diferentes inseridos em contextos diferentes (Taça Vitor Hugo). São duas equipas jovens e julgo que vai ser um jogo equilibrado, e claro que queremos vencer. Mas para isso temos de estar ao nosso melhor nível e e ser mais constantes ao longo do encontro.”