EUA passam no teste

Os Estados Unidos tiveram o seu primeiro teste real no Campeonato do Mundo na noite de segunda-feira, ao vencer Brasil por 70-68 com alguma felicidade, isto depois de Leandro Barbosa falhar, sobre o apito final, um último lançamento que daria o empate na partida.

Competições | FPB
31 AGO 2010

Naquele que foi muito provavelmente a mais emocionante encontro entre os dois países desde o famoso jogo do inspirado de Óscar nos Jogos Pan-americanos, em Indianápolis, há 23 anos, o Brasil e os Estados Unidos deram um espectáculo que vai ficar na história da modalidade.Depois de massacrar a Croácia (106-78), e derrotar a Eslovénia, por 99-77, os norte-americanos depararam-se com uma equipa que não se tinha exibido na sua melhor forma nas vitórias sobre o Irão e Tunísia. Mas os brasileiros elevaram o seu jogo naquele que foi o primeiro confronto de equipas da FIBA Américas.Os sul-americanos contaram com boas exibições das suas estrelas principais, mas também de Marcus Vinicius, uma surpresa no cinco inicial, que converteu todas as tentativas longa distância no primeiro tempo, período em que marcou 11 de seus 16 pontos.Aquilo que levou a selecção de Ruben Magnano a executar bem foi o facto de encontrar sempre homem livre quando que acontecia uma situação de 2×1, bem como o pick-and-roll e o passe e corta.Os brasileiros aceleraram às vezes o jogo, mas nunca caíram na tentação de jogar em ataques rápidos com lançamentos precipitados, ao ritmo que mais convinha aos Estados Unidos.Vinicius lançou a bola muito bem no primeiro tempo, concretizando sete de 11 lançamentos de longa distância, mas também 11 de 20 na área pintada. Na segunda parte, os brasileiros arrefeceram consideravelmente, o mesmo sucedendo com a percentagem de lançamentos dos Estados Unidos.Nos minutos finais, a equipa de Mike Krzyzewski adiantou-se no marcador, dando sinais que poderia vencer o jogo. Depois de Chauncey Billups, com uma penetração para o cesto a dar uma vantagem de 4 pontos (70-66), Barbosa respondeu na mesma moeda do lado contrário, a apenas 33 segundos do final.Foi a vez do mesmo Billups tentar um lançamento triplo, com 10 segundos para jogar, sem sucesso, cabendo a Alex Garcia capturar o ressalto. O Brasil trouxe a bola em drible e entregou-a nas mãos de seu excelente atirador Marcelo Huertas, que contrariou, ao longo de grande parte do jogo, muito por causa da pressão americana, ou através dos muitos dos passes que levaram a sua equipa a pontuar. Numa penetração para o cesto sacou uma falta a Kevin Durant, que o levou para a linha de lance-livre com a oportunidade de empatar o encontro.O primeiro lance livre de Huertas atingiu a frente do aro ficando curto e Magnano instruiu-o a falhar intencionalmente o segundo. A bola seguiu uma trajectória baixa, indo bater na parte inferior do aro e saltou para o canto esquerdo, onde Huertas a perseguiu. O norte-americano Durant, autor de 27 pontos, apressou-se numa tentativa de bloquear o seu lançamento de três pontos. Em vez disso, Huertas passou a Barbosa que estava debaixo do cesto. O base suspendeu bem alto e lançou à tabela, mas ela caiu, bateu no aro e saltou para fora.Os jogadores americanos que estavam no banco suspiraram de alívio antes que as duas equipas se congratulassem uns com os outros pelo jogo fantástico.O técnico principal dos Estados Unidos, Mike Krzyzewski, suspirou de alívio no final do jogo: “Não foi fácil conseguir pontos e na segunda parte ambas as equipas mostraram o seu carácter. O Brasil é uma equipa bem treinada. Os seus jogadores veteranos têm leituras muito boas. Fomos capazes de obter uma vitória, mas precisávamos de mais energia para jogar contra o Brasil e eu acho que nós éramos jovens para isso.” “Leandro Barbosa é um dos melhores jogadores internacionais no mundo e Machado foi um dos melhores atiradores. Andre Iguodala é um dos nossos melhores defensores, mesmo que ele não atire, daí a razão pela qual o mantive em campo. Achei que o Splitter esteve excelente, e o Huertas fez uma primeira parte magnífica no modo como conduziu a equipa”, acrescentou. “Huertas foi tão equilibrado que, quando tinha de descansar, a equipa ressentia-se disso . Eu sei que o técnico do Brasil teria jogado com ele os 40 minutos e que, caso conseguisse, talvez tivessem ganho. Nós apenas tivemos que tentar mudar o ritmo. Eles estavam a matar-nos no pick and roll. Treinámos algumas diferentes maneiras de defender isso. Mas a nossa defesa esteve muito melhor na segunda parte.” Kevin Durant partilhou algumas das palavras do seu técnico. “Tínhamos de vencer este jogo. A atmosfera era excelente; o Brasil fez um grande trabalho, colocaram muita sob pressão. É uma experiência de aprendizagem para nós. Era o jogo que precisávamos. O Chauncey Billups guiou-nos no terceiro período. Ele é o líder desta equipa e fez um óptimo trabalho na segunda parte carregando a equipa.” O técnico da selecção brasileira Ruben Magnano também elogiou o nível do jogo. “Quero dar os parabéns aos Estados Unidos pela vitória. Em segundo lugar, felicito os jogadores Brasil por terem acreditado em si próprios durante os 40 minutos. A única coisa que nos fez mobilizar para permanecer no jogo foi essa crença. Nós estamos a crescer através da aprendizagem e essa é a chave. Não se pode dizer a uma pessoa ou uma equipa que só pode chegar a um certo nível, tem que se apontar sempre bem alto e é isso que eu digo aos meus jogadores. O Brasil joga como o Brasil. É essa a ideia de criar uma identidade e de olhar para o futuro. ”

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31 AGO 2010

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