Eugénio Rodrigues: «Expectativas são altas»
Portugal está incluído no Grupo A, onde vai defrontar a partir do próximo dia 8 a Macedónia (país anfitrião), a Suécia, a Hungria e a Bulgária.
Seleções | Treinadores
7 JUL 2011
A Selecção Nacional disputa a Divisão B e viaja até Ohrid, na Macedónia, com a ambição de entrar no grupo dos oito primeiros e depois tentar ir à meia-final, conforme nos conta o seleccionador nacional nesta entrevista.
Quais são as expectativas para este Campeonato da Europa?As nossas expectativas são altas, conforme já é habitual. A ambição tem de estar sempre presente e sem sonhar não se conquistam méritos nem se alcançam sonhos. Esta Selecção, pelo seu percurso dos últimos anos, aspira desde logo à entrada nos oito primeiros classificados, para depois, nos jogos cruzados, poder tentar mais uma-meia final, a exemplo do que já aconteceu por duas vezes nos últimos 5 anos.Na sua opinião, quais as principais debilidades que referenciaria neste grupo de trabalho? E os pontos fortes?Este grupo de trabalho acaba por ser bastante heterogéneo, o que constitui uma vantagem em qualquer equipa. Porém, e conforme também já é habitual no basquetebol português, o jogo interior poderá ser aquele que mais dificuldades irá patentear no confronto com as nossas congéneres europeias.Por outro lado, a ineficácia ofensiva é também um fado muito próprio que normalmente nos condiciona na prossecução dos nossos objectivos, sendo que tentaremos compensar esse handicap com a intensidade e agressividade defensiva que sempre empregamos em todos os jogos.Como decorreu o período de preparação?O período de preparação foi o possível. Tivemos apenas 32 treinos para preparar este campeonato europeu sendo que apenas realizamos dois jogos de treino frente à Holanda e muito no inicio da nossa preparação, volvidos que estavam apenas 5 treinos.Não obstante, já estamos habituados a estas situações menos boas pelo que não vamos olhar para trás. Vamos procurar os aspectos positivos que entretanto conseguimos preparar e é com essas armas que nos apresentamos para mais esta batalha.E o que dizer do grupo que vos saiu em sorte?O nosso grupo é muito complicado, se é que Portugal algum dia se poderá dar ao luxo de dizer que calhou em sorte num grupo acessível. Com efeito, temos a Suécia, que com esta geração foi medalha de bronze na Divisão A de sub 18 em 2009, e a Hungria, que foi campeã europeia Divisão B de sub 18 em 2009. Depois defrontamos também a Bulgária, um país com quem vamos equilibrando os jogos e a Macedónia, equipa da casa e como tal, com o apoio já tradicional.Nestas idades as Selecções Nacionais são sempre associadas a gerações. De que forma caracterizaria esta geração que vai participar no campeonato de sub-20?Esta geração é das mais completas dos últimos anos, faltando talvez apenas uma posição 3 com mais centímetros e uma posição 5 com maior agressividade. É uma geração com talento um pouco acima da média, pelo menos com referência aos últimos anos. Isso deixa-nos esperançados de um bom resultado.Independentemente dos resultados que vierem a ser conseguidos, sendo esta uma Selecção que serve de base de recrutamento da Selecção sénior, o grupo é composto por atletas que podem integrar a principal Selecção, bem como as equipas da Liga?Deste grupo já tivemos 3 atletas a competir na Selecção Sénior e mais 2 com presenças assíduas em estágios. Este processo gradual de integração é o resultado lógico de todo o trabalho que se tem vindo a fazer com os centros de treino e uma forma inteligente de rentabilizar todo o investimento de tempo, trabalho e dinheiro que se fez e continua a fazer nesses mesmos centros de treino. Se assim não fosse, algo estaria mal no projecto e nas estruturas já existentes para consolidar o basquetebol feminino a nível europeu. Paralelamente, tendo em conta a melhoria gradual das classificações jovens femininas, seria igualmente um contra-senso se não se iniciasse essa ponte para a Selecção Sénior.Já no que diz respeito à Liga feminina, essa aposta é ainda mais evidente. Estas atletas competem todas na Liga feminina à excepção de 2 e, independentemente das razões que presidem ao recurso dessas atletas para alimentar as equipas seniores da Liga, o certo é que elas jogam com regularidade e na maioria dos casos, com minutos efectivos de jogo.