Eugénio Rodrigues: «Temos vontade de subir»

Depois da gloriosa subida à Divisão A e a injustiça que foi a despromoção da equipa no ano passado (a maioria das jogadoras foi vítima de uma intoxicação alimentar durante o Europeu), a Seleção Nacional de Sub-20 feminina encara a competição com otimismo, apesar de saber perfeitamente as dificuldades que a espera na Bulgária, entre 4 e 14 do próximo mês.

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2 JUL 2013

Não perca nos detalhes desta notícia a entrevista com o selecionador.

Dentro das limitações orçamentais, a preparação programada, não sendo certamente a ideal, permitirá que a equipa se apresente a bom nível no Europeu?Creio que sim. É um facto que os cortes neste ano foram substanciais e tivemos inclusivamente de ajustar o planeamento já em plena preparação, o que é evidentemente negativo, mas não deixámos de ter uma programação digna e, sobretudo, de acreditar que do pouco faremos muito. É o “fado” deste país e nós não fugimos à regra.Acha que o facto de a grande maioria das atletas convocadas terem experiência da competição sénior, faz com que estejam mais preparadas para uma competição com este nível?Todas as atletas têm efetivamente experiência de competição sénior e se isso é algo de muito positivo, sobretudo se compararmos os dias de hoje à realidade da década anterior, porém, tal argumento acaba por se diluir e não ser uma vantagem pois defrontamos atletas que estão exatamente no mesmo plano ou até num plano superior, uma vez que competem em campeonatos mais competitivos e disputam nalguns casos até competições europeias. Ainda assim, é claro que é mais confortável ter no plantel das-Sub 20 apenas atletas “seniores”. Se assim não fosse, seria impossível competir com as seleções congéneres.Que opinião tem sobre o novo modelo competitivo deste Campeonato da Europa?Este novo modelo prende-se com o facto de termos menos equipas que o habitual no Campeonato Europeu pelo que jogarem todas contra todas, como se de uma fase regular de um campeonato nacional se tratasse, é a única solução possível. Naturalmente tem prós e contras. Ainda que este raciocínio seja um exercício meramente teórico, acho que, como contra, joga o facto de perdemos um pouco o fator surpresa que sempre tínhamos sobretudo no inicio dos Europeus ou na fase dos jogos cruzados a eliminar. A favor, creio que claramente permite ter um ou outro deslize sem que isso seja imediatamente impeditivo de se disputar os lugares cimeiros da classificação. Diria que a regularidade premeia normalmente os mais fortes e Portugal não é ainda consistentemente um país que se posiciona sempre entre os melhores. Mas veremos.Depois da frustração e tremenda injustiça que marcou a vossa participação na Divisão A o ano passado, como encara este regresso à Divisão B?Encaro com total normalidade e sobretudo de uma forma positiva e construtiva. O que lá vai lá vai e o“ontem” não nos faz vencer jogos. No staff e nas atletas que ficam do ano transato existe aquela pontinha de revolta que pode ser uma alavanca importante na ambição e nas ganas e procuraremos contagiar as restantes atletas com esse “aditivo”. A divisão B é atualmente uma divisão igualmente competitiva, onde teremos por certo jogos muito equilibrados e complicados pelo que não destoa em nada competir nesta divisão. Se dividirmos o basquetebol europeu em 3 níveis (nas seleções jovens), deixamos de estar no 3º para subir ao 2.º nível, aquele em que se flutua entre as melhores da Divisão B e as menos boas da Divisão A. Por isso não é nenhum drama.Sem querer entrar em comparações, este grupo tem a qualidade necessária para poder lutar pela subida?Esta geração (93-94) tem problemas de difícil resolução. É um grupo de talento inquestionável mas sem centímetros. Temos um handicap enorme no que toca a biometrias e vimo-nos da necessidade de recorrer a atletas sub-18 para tentar superá-lo. Por ora, é realmente muito difícil de aquilatar quais as nossas reais possibilidades, mas sim, o sonho comanda vida e o desejo de voltar a subir, esse está lá, intacto.Quais os principais candidatos à subida de Divisão?Desconhecendo que atletas irão apresentar as nossas congéneres, no plano meramente teórico creio que os favoritos serão a Rep. Checa e a Bélgica. Depois, creio que o equilíbrio será a nota dominante não havendo equipas “para deitar fora”. Ou seja, acredito num campeonato muito duro, renhido, onde todos os pequenos detalhes irão pesar.

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2 JUL 2013

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