Eurocup Women – “Matar o borrego”
Esta é já a quarta participação consecutiva na Eurocup Women e, no seu historial da competição, a AD Vagos soma apenas uma vitória, caseira, na época 2009-2010.
Competições
14 NOV 2011
Na passada quarta-feira, o conjunto de Vagos esteve a milésimos de segundo de repetir a proeza frente às turcas do Optimum TED Ankara. Amanhã, a vontade de se estrear a ganhar fora é enorme.
O desafio de Nuno Ferreira às suas jogadoras está lançado. Todos estão unidos para discutirem cada palmo do recinto de jogo do pavilhão Octave Henry, em Namur. A tarefa antevê-se de elevada dificuldade face a um adversário que apenas conhece uma derrota esta época, precisamente contra o conjunto turco, o último adversário da AD Vagos, em casa. Nuno Ferreira, numa análise objetiva aos jogos já realizados, até brinca com o facto de nenhuma das equipas do Grupo C ter vencido em casa e diz que “está na altura de a AD Vagos matar alguns borregos” e aproveitar essa tendência ao vencer na Bélgica. Para tal, é preciso que a equipa jogue num nível ainda mais elevado do que frente às turcas. “Só assim poderemos sair de Namur com uma vitória”, afirma o técnico. Nuno espera um Dexia Namur Capitale bastante forte e motivado, pois “tem grandes jogadoras como as americanas Chandrea Jones e Ifunanya Ibekwe, a primeira com grande protagonismo ofensivo, e a belga Laurence Van Malderen, muito forte nas áreas perto do cesto”. No seu entender, existe ainda um factor extra que é o Dexia jogar num “reduto onde o seu público, posicionado muito perto do retângulo de jogo, apoia a equipa de forma muito entusiasta, pelo que teremos de estar concentrados no jogo e não nos deixarmos intimidar pelo ambiente”. Em termos táticos, a AD Vagos terá de “ter muitos cuidados defensivos, ressaltar bem e jogar com muita intensidade nas ações ofensivas” e acrescenta ainda que o “Dexia gosta de alternar entre defesa individual e a zona e de jogar em ritmo elevado. Cabe-nos a nós contrariar o jogo delas e mandar-mos no jogo”. Um dos parâmetros que mais tem apoquentado Nuno Ferreira é a finalização, principalmente os lançamentos de longa distância. “Temos tido percentagens de lançamento exterior, mais concretamente dos 3 pontos, muito abaixo das nossas capacidades. No último jogo, as nossas lançadoras voltaram a ter uma percentagem muito fraca. Se melhorarmos igualmente este aspeto e mantivermos a nossa consistência defensiva, creio que poderemos trazer uma alegria aos portugueses”, finaliza esperançado que será desta que o prestígio do basquetebol português subirá em flecha. De facto, depreende-se das palavras do técnico da AD Vagos que a ambição não tem limite. É um claro sinal de que a mentalidade está a mudar no basquetebol português. Quem diria que uma equipa portuguesa ia fazendo vergar uma equipa da toda poderosa Turquia? Até lá fora estranharam. Se a própria FIBA deu grande destaque às duas equipas portuguesas por perderem por um ponto, imagine-se o que dirão se alguma delas ganhar! Pois bem Europa, está na hora de olhar para este retângulo à beira-mar plantado de outra forma. O desígnio já não é aprender com as “mais fortes” da Europa. A lição está estudada, agora só falta passar no exame. Vamos ver se com “suficiente” ou com “distinção” (se bem que, em caso de vitória, qualquer “nota artística” é boa).