FamaBasket com época bastante positiva
Entrevista a André Sá, diretor, coordenador da formação e treinador da equipa sénior

Formação | Treinadores
23 JUL 2020
O FamaBasket, Clube de Basquetebol de Famalicão, teve uma época bastante positiva, naquele que foi o seu ano de estreia. O clube, que completou um ano de existência a 11 de junho, conseguiu alcançar os principais objetivos da época: a consolidação do minibasquete, Sub14 e femininos e apresenta-se bastante ambicioso para o futuro próximo.
Em entrevista à Associação de Basquetebol de Braga, André Sá, diretor, coordenador da formação e treinador da equipa sénior, abordou a época, que terminou mais cedo do que era suposto e que levou ao cancelamento de várias ações que poderiam cativar mais atletas para o clube e para o basquetebol. Falou do futuro do próximo e da ambição de fazer do FamaBasket um clube de referência no concelho e da luta para aumentar o número de atletas, de treinadores e equipa diretiva.
Que balanço faz da época?
Acabou por decorrer dentro das expectativas, apesar de ter terminado muito cedo, o que impediu de realizarmos algumas ações que, acreditamos, nos iria trazer alguns atletas. De resto, em termos de atletas consolidámos o minibasquete e os Sub14. Conseguimos desenvolver o projeto feminino e tínhamos uma equipa de Sub14 femininos, embora formadas com muitas atletas dos Sub10 e Sub12. Mas o que realmente se revelou fundamental foi marcar presença. Nos seniores, não estávamos a contar em arrancar com a equipa logo no nosso primeiro ano. Acontece que surgiu um grupo de atletas que nos contactou no sentido de podermos formar uma equipa sénior e assim terem a oportunidade de jogar. Em termos desportivos tivemos uma vitória, mas a verdade é que tivemos muitos jogos em que conseguimos jogar de igual para igual com os nossos adversários. A componente física contou muito. Alguns dos atletas do FamaBasket já não jogavam há três, quatro anos, e isso notou-se no campo. Nos momentos decisivos dos jogos, isso acabou por pesar. Depois também tínhamos um plantel curto. Portanto, os seniores acabaram por não espelhar todo o trabalho e empenho dos atletas, mas mesmo assim foi positivo. De resto, também entrámos no Campeonato Nacional da II Divisão sem objetivos, a não ser o de ter a equipa e dar oportunidade aos atletas.
Os seniores são para continuar?
A equipa sénior é importante, porque é o culminar do trabalho que se faz na formação. Tem que haver um objetivo final, uma referência para os escalões de formação. A nossa ideia é envolver os atletas de Famalicão, que chegando aos Sub18 não têm onde jogar, e que possam ter no FamaBasket uma oportunidade para jogar. Claro que queremos subir um pouco de qualidade, mas há coisas que temos que alterar. Até aqui só treinávamos duas vezes por semana. Vamos tentar arranjar horas e espaço para um terceiro treino. Porque neste primeiro ano, a equipa acabou por não espelhar aquilo que se fez de positivo.
Para a nova temporada quais são os grandes objetivos?
A nossa aposta continuará a passar pela formação. Queremos consolidar e alargar a base. Fazer captações, fazer protocolos com as escolas e tentar aproveitar estes meses para envolver os miúdos e miúdas com o basquetebol. Pensamos que só alargando as equipas de Sub8, Sub10 e Sub12 conseguiremos garantir uma boa formação para o clube. Quanto maior a quantidade de atletas nestas equipas, e com trabalho, conseguiremos ter uma formação de qualidade. Nos Sub14 queremos começar a tirar partido do trabalho que se faz nos Sub12. Este ano estamos a lançar o repto, e à partida vamos ter uma equipa de Sub16. Temos alguns atletas com essas idades e pensamos cativar mais atletas para essa categoria. Outra das metas é consolidar o feminino, o que consideramos muito importante. Temos garantida a equipa de Sub14 e já contamos com quatro ou cinco atletas de Sub16. O feminino é uma aposta que queremos levar para a frente, e para isso contamos já com um novo diretor desportivo, o Paulo Guimarães.
O Famabasket foi criado há um ano, que balanço faz de todo o trabalho?
Foi um ano de muito trabalho e nem sempre foi fácil gerir tudo. A estrutura já vinha de trás. Conhecemo-nos bem e sabemos bem o que queremos. No entanto, no início da época encontramos algumas dificuldades que não estávamos à espera, nem nossos horizontes. Por exemplo, nós esperávamos treinar no centro de Famalicão porque os nossos atletas são, maioritariamente, no centro, devido ao trabalho que fizemos com as escolas e acabamos por ter que treinar para Arnoso. Por isso, acaba por não ter tantos atletas como pretendíamos porque nem todos tinham como ir até Arnoso. Foi preciso muito trabalho e empenho por parte do clube, dos atletas, dos pais, todos ajudara em prol do coletivo.
Está à espera das mesmas dificuldades?
Estou convencido de que com a estrutura que vamos ter, será mais fácil chegar aonde queremos, desde logo porque é um clube unicamente de basquetebol. Todo o esfoço que o clube faz é para o basquetebol. Depois contamos com o apoio da própria Câmara Municipal de Famalicão (CMF), que é, aliás, uma peça fundamental neste projeto. Não começamos sem o aval da própria Câmara e também contamos com o seu apoio para que as coisas corram ainda melhor este ano. O que temos neste momento é uma limitação de espaços de treinos e jogos. De resto, temos tudo para que o projeto seja um êxito. Formalmente somos um clube novo, mas já temos muita experiência, e a aceitação, por parte de todos, foi pacífica.
O Famabasket já deu início aos treinos e captações para a nova temporada…
Para já, os treinos são muito condicionados. A CMF ainda não abriu as escolas e os espaços estão fechados. Temos algumas alternativas privadas, como é o caso do Complexo das Lameiras, em que fizemos um protocolo com a Associação de Moradores e conseguimos ter uma hora por dia para fazer alguns treinos. Em Antas, também há um condomínio privado, e ganhamos mais algum tempo de treino. Não são treinos normais, mas servem para os atletas estar uns com os outros, manterem o espírito de equipa e, ao mesmo tempo, ganharem alguma condição física.
Considera que esta longa paragem e ausência de treinos normais e jogos podem levar ao afastamento dos atletas do desporto?
Sinceramente, temo que muitos atletas se vão afastar do desporto. Neste momento, o futuro é uma incógnita. Não se sabe quando e em que moldes vai começar a época. Aliás, nem sabemos como vai ser o início escolar e isso vai refletir-se no desporto. Há ainda muito receio por parte dos pais em deixar os filhos ir treinar, mesmo conhecendo todas as restrições a nível do treino. Claro que nos cabe a nós tentar desmistificar tudo isto, temos que trabalhar nesse sentido, embora, neste momento, tudo dependa mais das questões políticas.
Qual é o grande objetivo do Famabasket a médio/longo prazo?
Para já, a nossa grande ambição é ser uma referência no concelho a nível do basquetebol. Um clube agregado. Depois, queremos ser melhores a nível competitivo, tanto a nível masculino como feminino. Queremos ter equipas desde os Sub8 até aos Sub18, na formação. Queremos manter a equipa sénior para dar continuidade ao trabalho que estamos a fazer. Ambicionamos crescer como clube em todos os escalões, e claro que para isso acontecer é fundamental apostar no minibasquete. Teremos também que aumentar o corpo diretivo, que começou com cinco elementos. Aumentar o quadro técnico também é importante, mas têm que ser treinadores que gostem do clube e da nossa filosofia, que pretendam ajudar o clube a crescer. Outra das questões que pretendemos resolver num futuro próximo tem a ver com o local dos treinos.
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