FIGURA DA SEMANA – ANA FARIA

O que umas têm a menos, ela tem para dar e vender. Vontade de ganhar, garra, espírito competitivo, não faltam à atleta dos Vitorinos.

Associações
21 ABR 2005

“Nós temos mais atitude”, revela
Ana Faria.

“Vai ser difícil”, diziam…“Ela não fala”, referiam outros…A tensão pairava. Masafinal, não havia motivos parapreocupações. “Quando meconhecem sou mais aberta.Para as pessoas que nãoconheço não costumo falarmuito, mas depois de terconfiança com elas, falo”.Afinal fala, e alto. “Dentrodo campo tenho de gritar ásvezes. Tem de se puxar pelasjogadoras e refilar quando nãoestão a fazer as coisas bem, atéporque jogo a base.Com os árbitros já fui mais,agora é mais comigo”. Tudopor uma razão simples, quetem um pouco a ver com ofacto de ter um pai futebolista.“Eu sou uma jogadora comgarra e muito competitiva…Como toda a gente gosto deganhar”, refere Ana Faria, com15 anos feitos há dias.Talvez por esta ambição,ficou triste com o segundolugar esta época, mas (obviamente)espera dar a voltaà situação em breve. “Elassão fortes, mas ás vezes nóspodiamos dar um poucomais. Para além disso o BoaViagem tem muitas cadetesde segundo ano (a Renata, aCarlota, a Eliana), nós temosmuita gente ainda no primeiroano (…) Também treino ejogo nas Juniores. Como nãohá espaço para treinos deCadetes e Juniores, nós dividimo-nos pelas Iniciadas e pelasJuniores, depois juntamo-nospara os jogos… Isso tambéminfluência o rendimento daequipa, mas para o ano vamosficar em primeiro”, desabafaa atleta dos Vitorinos, quedepressa completa… “mastemos uma boa formação. Aliás,os Vitorinos não tem nadaa ver com as outras equipas.Somos humildes, temos garrae temos outra atitude”.OBJECTIVO: NACIONAISComo qualquer bom jogador,Ana Faria sonha alto. “Omeu objectivo era jogar numaliga profissional… Um sonho?Jogar na WNBA. Sei que éimpossível, mas quem é quenão gostava. Mas sentia-merealizada se jogasse na portuguesa,embora saiba que é difícilentrar porque há sempreas “meninas” do Boa Viagem”.Difícil ou não, parece dispostaa chegar longe, mesmo semsaír de casa… “Acho que nosVitorinos também podemoschegar aos Nacionais. Achoque era importante. Temosboas equipas de Cadetes eJuniores”, refere a praiense“de gema”.Quanto ao resto! À beirado 10º ano, é clara. “Querocontinuar a ser boa aluna.Quero tirar um curso, quetenha a ver com Ciências oucom Desporto. Talvez Fisioterapia”.Mas a vida não se faz sóde estudo. “Para além dissovou para a net, conversar comos amigos… ouvir música.Fora de casa faço pouco.No Verão é que saio… Voutodos os dias para a Praia,quase sempre até ás oito…Mas no Inverno não. Venhopara a Escola, almoço aqui efico para o treino”, confessaAna Faria, que adianta aindaque “saídas à noite, são aossábado e para Angra… Mas éclaro que sou responsável…Não vou saír se tiver jogono domingo de manhã.. Otreinador? Ás vezes mandaumas bocas, mas é porreiroe faz um trabalho muito bomaqui”.“Falta garra” à SelecçãoAna Faria é presença regular nas Selecções e integra nestemomento o Projecto Martinica-Jogos das Ilhas (Cadetes deprimeiro ano) e a Selecção Açores de Cadetes. “Nesta de Martinicanão foi difícil entrar, mas para estar na outra foi precisoesforçar-me bem… Se é bom estar na Selecção? Claro. Nósna Selecção conhecemo-nos todas e damo-nos bem, mesmocom as mais rivais”, refere Ana Faria, para quem a Selecção estábem representada, mas ainda falha em aspectos fundamentais.“Temos uma boa Selecção. Talvez melhor a nivel técnico doque em termos de estatura, mas falta garra. Há pessoas quedão sempre o máximo, outras que não. É preciso mais garrae mais defesa”, desabafa.Para a atleta a presença nos Centros de Treino, “tambémajuda e mostra que apostam em nós, o que é bom”. No entantofica o recado… “Também já fui convocada para um estágio daSelecção Nacional, mas não me avisaram a tempo, por isso nãofui”, refere a atleta, destinada a ter nova oportunidade.

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21 ABR 2005

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