Final emocionante

A final da Taça Hugo dos Santos foi um belo espetáculo de basquetebol, disputado por duas equipas que lutaram pela vitória até ao último segundo do jogo.

Competições | FPB
2 FEV 2014

O SL Benfica, com uma recuperação fantástica no último período, venceu novamente o troféu, ao derrotar o CAB Madeira pela diferença mínima (83-82). Os triplos foram determinantes para o sucesso dos benfiquistas, diante de um adversário que abrilhantou de uma forma fantástica a conquista do Benfica. Mérito para os comandados de Carlos Lisboa pela forma como reagiram mentalmente num período de grande pressão, sem esquecer o jogo excepcional por parte do CAB Madeira, que só não venceu porque do outro lado esteve uma equipa com grande qualidade e várias soluções no banco.

O Benfica sentiu enormes dificuldades para levar de vencida a equipa do CAB Madeira, em grande parte pela incapacidade revelada em parar a qualidade ofensiva de Ricky Franklin. As ausências de Carlos Andrade e Mário Fernandes, dois especialistas na defesa, podiam ter contribuído para resolver esse problema, se bem que os encarnados souberam dar a volta a um jogo que chegou a estar muito complicado.De referir que o CAB jogou os quarenta minutos com 5 jogadores, rotação nula, que diante de um adversário como o Benfica, faz deste jogo um fantástico exemplo de atitude e sacrifício. Na parte final, muito provavelmente, pagou essa factura, mas isso não retira brilhantismo à exibição dos madeirenses nesta final. A versatilidade e qualidade do cinco base do CAB foi um “osso duro de roer” por parte do Benfica, que só não teve sucesso por muito mérito dos atiradores do Benfica num período em que os insulares estavam por cima no jogo.O Benfica entrou a todo o gás, a alternar bem o jogo interior com as penetrações em drible, e sobretudo a explorar as transições ofensivas rápidas que valiam cestos fáceis e com grande eficácia (13-5). Só a partir do meio do período a equipa insular assentou o seu jogo ofensivo. As melhores leituras de Ricky Franklin nas situações de bloqueio direto, e a presença no ressalto ofensivo davam outra dimensão ao jogo atacante dos madeirenses. O base insular começou a fazer pontos, a assistir melhor os seus companheiros, que o diga Aaron Anderson, e o rendimento do CAB melhorou significativamente. Mas o Benfica mostrava que vinha com a lição bem estudada, revelava paciência ofensiva, e explorava a superioridade de Fred Gentry nas áreas próximas do cesto e terminava o 1º período na frente do marcador (22-18).No inicio do 2º quarto sucederam-se os triplos de ambos os lados, e o jogo ganhava espetáculo e qualidade. O CAB continuava a apostar nas trocas defensivas sucessivas, valendo a qualidade individual dos jogadores encarnados para resolver os problemas ofensivos com lançamento de longa distância. Thomas (11 pontos) estava com a mão quente, triplos fantásticos, mas do outro lado Franklin e Anderson mantinham o CAB no jogo, conseguindo mesmo empates a 27 e 30 pontos. As duas equipas revelavam grande eficácia ofensiva, a procurarem, através da circulação da bola no ataque, a melhor situação de lançamento. Na parte final do período já era Betinho Gomes que defendia Ricky Franklin (16 pontos na 1ª parte), mas mesmo assim o base norte-americano conseguia criar desequilíbrios, e foi de mais uma ofensiva sua que Joseph Wall conseguiria o triplo que colocava o CAB no comando do jogo pela primeira vez no encontro (41-40). Um cesto de Seth Doliboa, mesmo com o tempo a acabar, mantinha a desvantagem dos encarnados em um ponto em tempo de intervalo (42-43).Para a segunda parte o técnico Carlos Lisboa incumbiu Tomás Barroso na tarefa de tentar parar Ricky Franklin. Cinco minutos de grande pressão para depois a tarefa passar a ser da responsabilidade de Betinho Gomes. Ainda assim a exploração do bloqueio central e as penetrações do base norte-americano mantiveram a equipa madeirense, ainda que por curtas vantagens, na frente do marcador. E foi do talento individual deste jogador, com mais um triplo indefensável, que o CAB abriu a vantagem para 56-48, a pouco mais de três minutos do final do período. O Benfica acusou o mau momento, a equipa desuniu-se, perdeu grande parte da sua coletividade ofensiva e começou jogar mais com o coração do que com a cabeça, sentindo-se a falta de liderança dentro de campo. Os tiros de Wall mantinham o CAB a vencer por mais de dez pontos no final do 3º período (63-52).O Benfica entrou no último período mais determinado, mais intenso, a procurar de novo o jogo interior, plenamente consciente que algo teria de mudar na sua forma de atuar. Thomas, já tinha assumido o desafio pessoal de defender Franklin, voltou “a abrir o livro”, e com os seus triplos contagiou os seus companheiros a imitarem-no, e o jogo voltava a estar mais fechado (75-72). Mas do outro lado, Anderson explorava com enorme eficácia o desfazer dos bloqueios laterais e centrais para somar pontos em bandejas decisivas para o CAB se manter no comando. Os encarnados não desistiam, geriram muito bem as faltas cometidas, e a 40 segundos do final perdia por dois pontos com posse de bola (79-81). Dois pontos de Doliboa, após brilhante assistência de Thomas, empatava o jogo a 81 pontos, mas o CAB dispunha de um ultimo ataque preparado com um desconto de tempo. O Benfica apostou numa falta imediata, e Edson Rosário converteu o primeiro colocando o CAB de novo na frente, mas um cesto rápido de Thomas voltava a dar a liderança ao Benfica (83-82). Os madeirenses dispunham de oito segundos para tentarem dar a volta ao resultado. O último lançamento triplo de Franklin não foi feliz, pelo que seriam os benfiquistas a festejarem no final do encontro.O norte-americano Jobey Thomas (24 pontos, 5 assistências e 4 ressaltos) foi a alma da equipa benfiquista, não só pelos triplos crucias que anotou, mas também pela forma decidida, com todo o desgaste físico que isso acarretou, como se encarregou de defender Ricky Franklin na fase final do jogo. O base Diogo Carreira (17 pontos e 3 assistências) foi o capitão de equipa quando esta mais necessitou. Seth Doliboa (14 pontos, 3 assistências e 2 ressaltos), sem ter dado muito nas vistas, foi providencial nos momentos mais complicados, e Betinho Gomes (10 pontos e 8 ressaltos) foi de grande utilidade na tabela defensiva.Na equipa do CAB, o grande destaque vai para o seu cinco, se bem que Ricky Franklin se tenha destacado pelos pontos conseguidos (32 pontos), tendo sido sempre um quebra-cabeças para a defesa encarnada. Aaron Anderson (18 pontos, 12 ressaltos e 2 assistências), MVP do jogo com 29.5 de valorização, foi enorme na forma como defendeu bases e postes, bem como na forma como se bateu na luta das tabelas, nomeadamente no ressalto ofensivo. Wall (14 pontos, 6 ressaltos e 2 assistências) impressiona pela sua eficácia, e uma última palavra para a utilidade de Fábio Lima (11 pontos, 10 ressaltos, 3 assistências e 2 roubos de bola), sempre disponível para ajudar a equipa em todas as funções.

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