«Física e mentalmente fortes»
Dédalo Enes é a voz do optimismo reinante na ilha terceira. Depois de já ter assegurado a promoção à Liga, a formação do Terceira Basket vai agora disputar o título da Proliga com o Barcelos, numa final disputada à melhor de 5 jogos, que se inicia já no próximo sábado, no Minho.
Atletas | Competições
19 MAI 2011
O jogador dos açorianos diz que o grupo está bastante confiante e nesta entrevista recorda que este ano a equipa tem um registo de 20 triunfos e apenas 4 desaires.
O facto de terem começado as eliminatórias do playoff frente à outra equipa da ilha, foi-vos benéfico no sentido de ganharem confiança e ajudar a ultrapassar a vossa pouca experiência nestas andanças? Creio que a confiança foi conquistada a partir da paragem de Dezembro. È bom lembrar que em 2011 temos um registo de 20 vitórias e 4 derrotas, incluindo-se o desaire para a Taça de Portugal com a Académica de Coimbra. Excepto o encontro com o Angra, ganhámos todos os jogos fora de portas, incluindo Barcelos, Física e Galitos, e neste momento estamos com uma série de 8 vitórias e invictos no playoff. Estes dados revelam uma evolução digna de registo, onde a qualidade, espírito e ambição do plantel, atenuaram a possível falta de experiência. Portanto diria que chegamos ao playoff física e mentalmente fortes, lamentando o confronto prematuro com o Angra. Se pudesse ter escolhido, preferiria um duelo mais adiante na competição…Duas séries em limpas até ao momento. Na sua opinião, o que tem determinante para que ainda se mantenham invictos nesta fase crucial da prova? A nossa qualidade, individual e colectiva, a irreverência, a nossa ambição e a nossa química de grupo têm sido cruciais. Temos praticado um basket com momentos de espectáculo, exibições individuais e colectivas que cativam até o público do nosso adversário, como aconteceu na Póvoa. E um facto que considero fundamental: a cada jogo há sempre 6 ou 7jogadores que contribuem de forma decisiva para a vitória, ou seja, não dependemos apenas dos nossos norte-americanos.Os resultados com que habitualmente terminam os vossos jogos são sempre de pontuação elevada. Considera que o Terceira é uma equipa que aposta no jogo ofensivo e que é possível vencer jogos jogando dessa forma? Não direi que apostamos somente no jogo ofensivo, porque temos conseguido condicionar alguns dos melhores ataque da nossa Liga, mostrando assim que também temos argumentos defensivos. Certo é que, ofensivamente, temos um estilo de jogo muito agressivo: grande qualidade no 1×1, lançamento exterior temível, uma presença forte na tabela adversária e rápidas transições, tirando partido da nossa capacidade atlética, o que nos garante pontuações elevadas.Agora que chegados à final naturalmente vão jogar para vencê-la. Perguntava-lhe quais os aspectos em que terão de ter especial cuidado para levar de vencida o Barcelos? O Barcelos é, na minha opinião, a equipa mais experiente da nossa Liga. Jogam juntos há muito tempo e terminaram a fase regular em primeiro lugar, denotando uma consistência apreciável. Têm um jogo interior poderoso, onde impera o Pedro Silva, um dos melhores postes da Proliga. No jogo exterior são muito efectivos sendo o Carlos Fechas uma mais-valia. Por outro lado tem pontos menos fortes, que estão pelo nosso treinador identificados, cabendo a nós explorá-los.Julga que existe espaço para duas equipas da ilha Terceira na Liga? È sem dúvida um feito assinalável para uma ilha com cerca de 60 mil habitantes conseguir colocar duas equipas no mais alto patamar do Basket em Portugal. A Terceira adora basquetebol e vive-o de forma especial. Porém temos uma realidade económica difícil, caberá às nossas empresas e forças vivas proporcionar condições para continuarmos a ter dois representantes nesta competição. A nível desportivo, temos um lote de atletas locais que, com capacidade de trabalho, vontade e paciência podem brevemente afirmar-se, formando assim uma importante base para o futuro dos clubes em causa.