“Fizemos um jogo quase a roçar a perfeição”
Alberto Babo, nome que dispensa apresentações no panorama basquetebolístico nacional, com um grande currículo, concedeu uma entrevista à FPB, depois de ter conquistado a Supertaça de Angola ao serviço do Interclube, diante do poderoso Libolo.
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16 NOV 2017
O treinador português falou com grande entusiasmo sobre o projeto que tem em mãos nos “polícias” e recordou alguns momentos da sua carreira.
Fiquem com a primeira parte da entrevista.
Venceu a Supertaça ao serviço do Interclube, conquista inédita na história do emblema. Como foi o jogo diante do Libolo, um dos gigantes do basquetebol angolano? Sente que este foi o impulso para mais uma grande época?
De facto foi um feito inédito para a história do basquetebol em seniores masculinos, o Inter ter vencido a Supertaça diante do campeão nacional angolano, o Libolo, agora denominado por Sport Libolo e Benfica. Fizemos um jogo quase a roçar a perfeição, com uma defesa pressionante a todo o campo às excelentes unidades do Libolo do adversário. Estivemos a vencer por cerca 20 pontos, mas claudicámos no quarto período por inexperiência de alguns jogadores jovens, o que fez com que as tais individualidades do Libolo aparecessem no período crucial, e por isso se encostaram no resultado, a um ponto de distância. Mas, fruto de uma grande concentração da nossa parte e também disciplina tática, fomos capazes de resistir às investidas que os jogadores do Libolo encetaram.
A equipa necessitava deste impulso, é muito jovem e muito alta, já tinha em muitos jogos mostrado que também é capaz de fazer coisas bonitas, e esta partida veio mostrar que se trabalhas muito, se sofres muito, se nos treinos fazes aquilo com que te comprometes, se treinas forte, sem poupanças, então terás mais possibilidades de sorrir no final de cada jogo.
Quais são os principais objetivos do Interclube para esta época? O título é uma ambição, falando do campeonato?
Os objetivos preconizados pela direção para a época passam por subirmos mais na classificação. Existem no basquetebol angolano três equipas (Libolo, 1.º de Agosto e Petro de luanda) que pelo seu historial, pelo investimento que fazem, estão à frente. A nossa equipa é a eterna quarta classificada, mas quando assinei com o clube fi-lo a exemplo de quando era treinador do FC Porto: puxar pelos miúdos para que fossem jogadores de alto rendimento, projetar jovens, mas dar-lhes as ferramentas necessárias para mais tarde serem úteis à sua equipa e à sua seleção. Agora nesta data, cinco jogadores integram os trabalhos da seleção nacional, é um bom sinal, mas mais uma responsabilidade que têm para fazer ainda mais. Agora falando sobre a ambição de ser campeão, eles sabem que para lá se chegar só caminhando juntos, não envaidecendo, fazer diariamente aquilo que se deve fazer, ganhar jogo a jogo para que no final a equipa tenha esse privilégio de ganhar.
Como caracteriza a sua equipa?
Equipa jovem com vários jogadores entre os 18 e 24 anos, alguns com a idade de 27 e dois jogadores com 33 anos, sendo que temos dois atletas acima dos dois metros. Como disse, o nosso projeto tem como finalidade fazer uma equipa competitiva, mas ela tem virtudes e defeitos. Como jovens que são, na sua grande maioria, há a virtude de se jogar um basquetebol agradável, de defensivamente não ter medo de arriscar, de caçar para não ser caçado, enquanto ofensivamente são disciplinados, por via da tática individual, da tática coletiva e do improviso, ou seja, não cortam a habilidade natural quando estão em decisões no jogo. Perde pela falta de experiência, da grande maioria dos jogadores, mas isto é um processo que nos faz trabalhar cada dia para melhorar este aspeto.