Indiscutível a segunda vitória ante a Suiça
Se no jogo da véspera a selecção nacional sénior feminina teve que correr atrás do prejuízo durante 27 minutos, embalando a partir daí para um triunfo muito suado (59-57) mas merecido, no segundo confronto, desta quarta disputado no pavilhão do Algés, as coisas foram totalmente diferentes, com as nossas representantes a liderar o marcador desde o apito inicial.
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26 MAI 2011
À medida que os minutos iam decorrendo aumentavam os níveis de confiança do colectivo de Ricardo Vasconcelos, que paulatinamente punha em campo todos os seus argumentos, alternando com a propósito o jogo interior com o tiro exterior (este em muito bom nível, com 8 triplos convertidos em 17 tentados, traduzindo-se nuns excelentes 47%).Depois de um 1º quarto com algum equilíbrio (20-19), devido à reacção helvética nos segundos finais, aproveitando algum abrandamento das lusas, no 2º período (20-7), a partir do minuto 13 (25-24) as comandadas de Ricardo Vasconcelos impuseram um parcial de 11-0 em pouco mais de 3 minutos, com Ana Fonseca a acertar duas bombas consecutivas (28-24 e 31-24, respectivamente no minuto 15 e 16), para Michelle Brandão fazer de seguida os 33-24, fechando Ana Oliveira esse parcial sem resposta adversária com um triplo (36-24, no minuto 18). Aos 31-24 (ainda decorria o minuto 16) o treinador da Suiça, o bósnio Tomic Milenko, ainda pediu um desconto de tempo com o objectivo de travar a embalagem das lusas, mas sem o conseguir pois Michelle Brandão, já no minuto 20, primeiro da linha de lance livre (convertendo os dois) e depois com um duplo quase em cima da buzina, fixou o resultado em 40-26, ao intervalo.No reatamento a poste Tamara Milovac, nitidamente mais confiante, assumiu as despesas no ataque das nossas cores com 6 pontos na área pintada, dando a maior vantagem (18 pontos) ao seleccionado luso aos 44-26 (minuto 21), respondendo Karen Twehues, de novo a melhor marcadora helvética, com dois cestos consecutivos, ambos no minuto 23, a reduzir para 44-30. Melhorando a eficácia no tiro exterior no 3º período (2 triplos, tantos quantos na 1º metade da partida) a formação suiça conseguiu equilibrar as operações, vindo mesmo a vencer este quarto (14-16), que terminou com a selecção portuguesa na frente (54-42). No último quarto (19-19) a Suiça encheu-se de brios e aproveitando algum abrandamento do colectivo luso conseguiu baixar a fasquia da dezena de pontos para uns perigosos 58-52 (apenas 6 pontos) no minuto 35. Antes já o seleccionador nacional parara o cronómetro (aos 58-48, no minuto 34), mas sem resultados práticos porque a equipa orientada por Tomic Milenko acreditava que ainda era possível a reviravolta. Acabou por ser um triplo de Joana Lopes (61-52, à entrada do minuto 36) a serenar os ânimos e a devolver a tranquilidade às suas companheiras. Depois num ápice mais duas bombas consecutivas de Ana Fonseca nos minutos 36 (64-53) e 37 (67-53) obrigaram o treinador Milenko a parar o jogo, com 3 minutos e 2 segundos ainda para jogar. A vitória já não fugia a Portugal ainda que a Suiça, muito voluntariosa nunca tivesse baixado os braços, reduzindo a diferença pontual que voltou a ser de 16 (aos 73-57, a meio minuto do termo) nos instantes finais para 12 (73-61), com Karen Twehues a converter o seu 2º triplo a escassos 4 segundos do termo.« Este seguramente foi o nosso jogo mais consistente dos 4 que fizemos em 5 dias, com uma viagem de regresso da Finlândia pelo meio. Melhorámos tanto do ponto de vista defensivo como ofensivo. Os 19 turnovers foram compensados com uma % altíssima de 3 pontos (47%), o que é muito bom. Todavia temos que baixar os 19 turnovers, que ainda é um número elevado.», sintetizou Ricardo Vasconcelos no seu comentário à partida. « Há dois aspectos positivos que quero realçar: primeiro a condição física que conseguimos apresentar nesta altura. O segundo aspecto é que voltámos a repetir as 11 jogadoras a marcar pontos, o que acontece pela 3ª vez consecutiva.», concluiu o seleccionador nacional.Destaque na selecção de Portugal para Joana Lopes, MVP do encontro, ao contabilizar 14 pontos, 60% nos lançamentos de campo (80% nos duplos e 40% nos triplos), 5 ressaltos sendo 1 ofensivo, 3 assistências, 1 roubo e uma falta provocada), logo seguida da capitã Sara Filipe (6 pontos, 5 ressaltos sendo 4 ofensivos, 3 assistências, 1 roubo, 1 desarme de lançamento e duas faltas provocadas) e da temível triplista Ana Fonseca (12 pontos, 4/5 nos triplos, 1 ressalto defensivo e uma falta provocada). Referência ainda para as prestações de Ana Oliveira (11 pontos, 1 triplo e 2 roubos) e Carla Nascimento (6 assistências e 4 roubos) ainda que em noite infeliz nos lançamentos. Na selecção helvética saliência para o trio formado por Annie Kassongo, a mais valiosa (10 pontos, 4/5 nos duplos, 5 ressaltos sendo 2 ofensivos, 2 roubos e uma falta provocada), Karen Twehues (16 pontos, 2 triplos, 4 ressaltos sendo 1 ofensivo, uma assistência e 3 faltas provocadas) e Marielle Giroud (10 pontos, 5 ressaltos defensivos, 5 assistências, 2 roubos e 6 faltas provocadas, com 6/10 da linha de lance livre).Em termos globais, a vitória de Portugal assentou fundamentalmente na melhor eficácia de lançamentos de campo (51%-47%), tanto nos duplos (53%-52%) como nos triplos (47%-36%), aliado ao maior colectivismo (18-14 assistências), ao maior número de roubos de bola (12-8 roubos) e ao menor número de erros cometidos (19-25 turnovers). Ao invés a Suiça ganhou a luta das tabelas (25-28 ressaltos, com a coincidência de haver um empate na tabela ofensiva, com 7 ressaltos para cada lado) e provocou mais faltas (12-22). Mas na linha de lance livre as helvéticas foram mais perdulárias, falhando 6 das 22 tentativas (73%) enquanto as lusas estiveram irrepreensíveis (7/7). Ficha do jogoPavilhão Gomes Pereira, em AlgésPortugal (73) – Carla Nascimento, Ana Oliveira (11), Joana Lopes (14), Sara Filipe (6) e Tamara Milovac (8); Débora Escórcio (2), Ana Fonseca (12), Luiana Livulo (5), Maria João Correia (2), Michelle Brandão (6), Célia Simões (2) e Diana Neves (5)Suiça (61) – Bettina Muller, Alexia Rol, Karen Twehues (16), Annie Kassongo (10) e Marielle Giroud (10); Lara Thalmann (2), Sarah Kershaw (11), Marijana Milenkovic (6), Vanessa Dorestant (3), Marisa Heckendorn (2), Eva Moldovanyl (1) e Delphine MonnierPor períodos: 20-19, 20-7, 14-16, 19-19Árbitros: Carlos Santos, José Manuel Lopes e Rui Ribeiro