João Pedro Vieira: «Trabalho para vencer»
A conquista de títulos é algo a que as equipas femininas do CAB nos últimos anos se habituaram, mas as dificuldades financeiras, aliadas ao facto de o grupo ser bastante jovem, podem, em teoria, limitar os objetivos para a próxima época.
Competições | Treinadores
19 SET 2013
O treinador lembra que é preciso alguma paciência, mas garante que trabalho árduo, empenho e dedicação são fatores que não vão faltar no balneário das insulares. Tudo pode acontecer…
Apesar de nunca ter deixado de estar ligado ao clube, sentia saudades do trabalho de campo?Com certeza que sim, tudo o que tenha a ver com o treino é sempre mais motivante, apesar de nos últimos 3 anos estar a ajudar o CAB noutras funções.Foi fácil “seduzi-lo” para ficar no comando da equipa sénior feminina?Não foi fácil, pois tive de me reorganizar a vários níveis, quer profissional quer familiar. Depois destes detalhes estarem resolvidos, acabei por aceitar o desafio da direção do clube numa altura em que o CAB tem atravessado o cabo das tormentas. Mas que com muito sacrifício de muitas pessoas está a conseguir manter o projeto do clube vivo.Logicamente que conhece bem a equipa. Coisas boas e menos positivas da equipa que agora treina?Conheço muito bem todas as atletas. O que muita gente aponta como a “coisa menos boa” desta equipa ser a sua JUVENTUDE, espero inverter essa situação numa mais valia e fazer com que estas jovens sejam ambiciosas para conseguirem ter a sua oportunidade. Com trabalho árduo diário de forma a que a nossa equipa seja o mais competitiva possível.Estão reunidas as condições para que o CAB Madeira possa ter uma época mais tranquila e focada apenas nos aspetos desportivos?É verdade que tudo o que não tem a ver com o basquetebol, principalmente a capacidade que o clube tem de ter para encontrar meios financeiros para poder pagar as suas deslocações ao continente e Açores, tem sido o maior fonte de intranquilidade nas nossas equipas seniores nas últimas épocas. Mas sei que temos um conjunto de pessoas fantásticas, começando no presidente Francisco Gomes e todos os restantes elementos da direção, acabando nos pais e todos os nossos “amigos anónimos” que muito tem feito para que as nossas equipas possam viajar.Espero sinceramente que esta seja uma época mais tranquila, que a DRJD da Região Autónoma da Madeira consiga cumprir com as suas “obrigações” e que eu e o meu colega treinador Ricardo Montes consigamos liderar este grupo de jogadoras a uma boa época desportiva.O grupo que agora treina tem condições para manter a competitividade que tem marcado as equipas do CAB na competição feminina?Esse é o maior desafio deste grupo. Temos de conseguir ser competitivos mesmo apesar da grande juventude da equipa.Pensar em títulos é demasiado ambicioso para a época que agora começa?Eu trabalho todos os dias para vencer. É natural que queiramos títulos, pois este clube habituou-se a obter títulos quase todas as épocas nos últimos 10 ou 14 anos, mas temos de ser pacientes e não exigir a estas jovens títulos, mas sim vontade de trabalhar muito para poderem evoluir como jogadoras e contribuir para um CAB o mais competitivo possível, trabalhando sempre para o futuro desta equipa.Quais os seus principais objetivos a atingir esta temporada?Como já referi, quero essencialmente ajudar estas jovens a serem daqui a um ano melhores jogadoras do que são hoje e transmitir-lhes aquela vontade de trabalhar e vencer, sabendo que quem trabalha muito terá sempre a sua oportunidade. Para mim, quero sempre aprender a ser melhor treinador do que sou, melhor pai do que sou e melhor marido do que sou, nunca esquecendo que devo me cuidar diariamente para ter saúde física e mental, pois sem ela tudo o resto fica mais difícil. Não estabeleço objetivos quantitativos.