Jovens promessas
Maria João Correia, do CAB Madeira, Luiana Livulo, do GDESSA, e Michelle Brandão, do Olivais de Coimbra, fazem a sua estreia oficial na Selecção principal feminina este domingo, na Noruega.
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6 JUN 2011
Nesta entrevista as jovens jogadoras contam como é estar na equipa das quinas, bem como todas as expectativas que têm para este encontro.
Chegar à Selecção Sénior era um sonho que ambicionavam quando começaram a fazer parte das selecções mais jovens? Michelle Brandão Sim. Acho que esse é um objectivo de qualquer jogador, ainda mais quando se faz parte das selecções jovens. Se me perguntasse, quando era mais nova, se aos 20 anos achava que ia estar na selecção a minha resposta certamente seria não. Por isso, esta chamada ainda deixa-me mais contente e mostra que com muito trabalho poderemos atingir os nossos objectivos.Maria João Correia – A selecção sénior é com certeza um sonho para todas as jogadoras, conseguir chegar a este nível é qualquer coisa de aliciante. No inicio quando cheguei às selecções mais jovens, era tudo muito novo, e só queria aproveitar e retirar o melhor das experiências que ia tendo, e se calhar nessa altura não pensava ainda na selecção sénior. Com o passar do tempo e dos anos, as coisas foram mudando, e aí comecei a sonhar em ir à selecção sénior, e além de um sonho isso tornou-se num objectivo. Luiana Livulo Acho que é o sonho de qualquer jogadora jovem poder representar a Selecção ao mais alto nível. Não sou excepção, era um sonho que está finalmente concretizado.Sentem-se privilegiadas, relativamente ao masculino, pelo facto de com a vossa idade serem já titulares indiscutíveis dos vossos clubes? Michelle Brandão Não acho que seja uma questão de privilégio, mas acho que isso acontece muito fruto do nosso trabalho e dos nossos treinadores. Eu, como todos os jogadores jovens, precisei de jogar, precisei de errar para melhorar e nem todos os treinadores estão dispostos a fazer isso. Felizmente tenho um treinador que aposta em mim e que me deu todas as condições para crescer. Nestes últimos anos existem vários casos semelhantes ao meu, o que a curto-prazo é uma mais-valia para as selecções jovens, e certamente a longo prazo será para a selecção sénior e mesmo para a Liga. Penso, por isso, que esse será o caminho para o futuro do basquetebol português quer no feminino, quer no masculino. Maria João Correia Sabemos bem que isso não é muito vulgar nos masculinos, não há muitos jovens da nossa idade a jogar muitos minutos na Liga, apesar de haverem alguns. E de certo modo isso é um privilégio. Mas por outro lado se o somos é porque trabalhámos para isso e porque também o merecemos. Luiana Livulo Penso que existe uma diferença clara entre a Liga feminina e a masculina. A feminina aposta muito mais na formação, dando assim mais oportunidade às jogadoras mais jovens, como é o nosso caso, por isso é de certo modo um privilégio. O facto de conhecerem os treinadores das selecções mais jovens torna agora mais fácil a vossa integração? Michelle Brandão Sim, acaba por não ser tudo novo, uma vez que já trabalhámos com eles. Depois nas sub-20 a filosofia de jogo é a mesma, o que ajuda ainda mais. Maria João Correia O facto de já terem sido nossos treinadores antes, já sabermos a forma como trabalham, já sabemos aquilo que vamos encontrar, a forma como temos que estar e trabalhar, e isso de certa forma ajuda na nossa integração. Luiana Livulo Sem dúvida, o facto de já termos trabalhado com eles em anos anteriores ajuda a nossa integração, pois já conhecemos o modo como trabalham, o que faz com que não seja tudo novo para nós.Quais as principais diferenças, se é que existem, nos trabalhos da selecção sénior? Michelle Brandão Primeiro as jogadoras são mais experientes, naturalmente aumenta a qualidade de treino. Com a qualidade de treino elevada, as exigências são maiores, logo não podemos errar tanto. Depois o nosso estilo de jogo obriga-nos a tomar decisões num curto período de tempo, pois temos muitas opções em cada movimento, o que nos obriga a estar muito concentradas. Maria João Correia As jogadoras são mais velhas, com muita experiência e maturidade, o que é muito bom para nós. E também a intensidade que se coloca nos treinos, é muito superior. Luiana Livulo A qualidade das jogadoras é um nível completamente diferente, elas são bastante experientes, o que é óptimo para nós pois não aprendemos apenas com os treinadores.A poucos dias do primeiro jogo desta segunda volta, como seria para cada uma, o jogo ideal? Michelle Brandão Primeiro, ganhar! Depois conseguir ajudar a equipa da melhor maneira possível O mais importante é a vitória e o sentimento dever cumprido. Maria João Correia Seria sem dúvida um jogo em que toda a equipa estivesse bem, que fizéssemos as coisas que temos vindo a treinar ao longo destes dias, quer na defesa quer no ataque. E de certa forma melhorar, não cometendo os mesmos erros. E claro no fim uma vitória. Luiana Livulo Conseguirmos transportar para o jogo todo o trabalho que foi desenvolvido ao longo de todos os treinos, pois se o fizermos tenho a certeza que vamos conseguir obter a tão desejada vitória!Acham que são as primeiras de um conjunto de outras jogadoras que estão para chegar à Selecção principal? Michelle Brandão Sim, como já referi anteriormente, há cada vez mais jogadoras jovens a jogar na Liga com minutos importantes, por isso acredito que num futuro próximo haverá mais jogadoras jovens a serem chamadas. Temos o exemplo da Joana Jesus, Daniela Domingues, Inês João Faustino, Joana Bernardeco e a Sofia Silva, todas elas jogadoras jovens, que já estiveram presentes nos trabalhos da Selecção Sénior Maria João Correia Penso que sim, pois há muitas jogadoras jovens a jogar a um bom nível e que podem muito bem, fazer parte desse conjunto no futuro. Luiana Livulo Sim, como nós já várias jogadoras jovens foram chamadas para observação, por isso acredito que no futuro mais jogadoras a integrarão a Selecção.