Márcia Costa: «Nunca nos exigiram a subida»
Eleita MVP da 1.ª Divisão Feminina, a capitã do Montijo Banda Basket conta nesta entrevista o quão orgulhosas as jogadoras da equipa da margem Sul do Tejo estão pela subida à Liga.
Atletas | Competições
18 JUN 2011
O sucesso alcançado foi fruto de uma época de muito trabalho, mas que no final teve o efeito desejado.
Estão com o sentimento de missão cumprida depois de terem garantido o título de campeãs nacionais e de terem garantido a subida à Liga? Claro que sempre que cumprimos os nossos objectivos esse sentimento está presente. Contudo, não deixa de haver um gosto especial por ter sido a primeira grande conquista da maioria das jogadoras. Consequentemente passámos a fazer parte da história do nosso clube.Depois de na fase regular terem sofrido apenas uma derrota, no playoff confirmaram a vossa superioridade. Foi fácil chegar onde chegaram? Apesar do percurso até ao playoff ter sido muito bom, para quem acompanhou a primeira divisão foi possível ver que houve sempre um grande equilíbrio entre várias equipas até final. Não será de todo verdade se disser que foi fácil alcançar a meta, mas foi essa dificuldade existente, que fez com que esta divisão, fosse palco de muita competitividade, o que beneficiou bastante o basquetebol português. De que forma caracterizaria a competição da 1ª Divisão feminina? É uma divisão que não acompanhei até fazer parte dela, daí não poder comparar com as outras épocas. Mas a verdade é que foi motivante estar num campeonato tão renhido em que as equipas tinham a necessidade de disputar cada jogo como se fosse uma final, pois grande parte das jornadas assim o exigiu. O mais importante será a 1ª divisão (juntamente com a Liga e a 2ª divisão) de acordo com os excelentes jogos que têm proporcionado, possam divulgar o trabalho em torno da modalidade. A prova de que podemos estar num bom caminho irá verificar-se através do aumento de espectadores nos jogos. Como se formou este grupo de trabalho e a aposta na subida à Liga na cidade do Montijo? O nosso grupo de trabalho foi formado por pessoas com muita vontade de jogar basquetebol. Aquando da definição dos objectivos da equipa, foi-nos perguntado se estávamos dispostas a trabalhar para chegar ao topo. Ficaram as que quiseram “lutar”. A subida à Liga nunca nos foi exigida pela direcção, apenas se tornou um objectivo realista e com o decorrer da época, e uma aposta do grupo, que o clube sempre apoiou.Ao termos todas as condições de trabalho coube-nos a nós lutar pelas nossas cores, dando uma prenda à cidade e às entidades que colaboraram com o Montijo Banda Basket. O prémio individual de MVP da prova foi a cereja em cima do bolo? Sem dúvida. Depois de um campeonato com alguns sacrifícios físicos é bom sentir que tudo valeu a pena. Sei que havia outras jogadoras que poderiam receber o mesmo destaque (algumas delas foram escolhidas para o 5 ideal), mas para mim esta época demonstrou que os títulos são das equipas (jogadoras, treinadores e dirigentes).Se posso fazer um balanço positivo da experiência que vivi esta época como jogadora, tudo tenho a agradecer as minhas colegas e amigas de equipa, à pessoa que está à frente do projecto do MBB e à equipa técnica que trabalhou sempre com muita dedicação. E em relação ao teu futuro? Passa por ajudar o Montijo a fixar-se na Liga Feminina? Tive o prazer de fazer parte da minha formação como jogadora no Montijo. A partir do momento que sinto que ajudei a contribuir para este percurso, alcançando este patamar, seria impensável deixar de lutar na próxima temporada pelas ambições do meu clube. O meu futuro passa e passará por jogar basquetebol num clube que me receba e trate bem, e isso o Montijo fá-lo, na perfeição, desde 2006.