Marcos Couto: «Espírito de sacrifício»
As açorianas venceram a Taça Federação Feminina e o treinador não poupa nos elogios às suas pupilas e à estrutura do clube.

Competições | Treinadores
2 FEV 2012
Marcos Couto salienta, ainda, que o momento chave não aconteceu em Algés, mas sim no fim-de-semana anterior. “Perdemos com o Montijo, quando a cerca de 30 segundos do final do jogo nos encontrávamos a vencer por 5 pontos”, conta. Foi aí que a equipa acionou o sinal de alerta…
Esta vitória é o resultado da persistência, do trabalho e da dedicação de um clube que aposta no basquetebol feminino?Julgo que essa é uma verdade inquestionável. Esta direção tem tido um desempenho louvável no comando dos destinos deste clube. No entanto o que julgo ser mais relevante no trabalho destas pessoas é o carácter desinteressado e abnegado que pauta a sua ação, o que, temos de convir é cada vez mais difícil de encontrar no dirigismo atual. É acima de tudo a eles que este título é dedicado.Obviamente que não lhe vou perguntar se pensavam em conquistar este troféu. Mas qual foi o momento chave, no seu entender, para que o Boa Viagem vencesse a Taça Federação?Não posso destacar um momento, até porque o jogo que teoricamente seria mais fácil, contra o Académico, veio a revelar-se de enorme dificuldade. Curiosamente acho que o momento chave não se encontra nesta final a oito, mas sim no fim-de-semana anterior em que perdemos com o Montijo, quando a cerca de 30 segundos do final do jogo nos encontrávamos a vencer por 5 pontos. Foi uma lição a todos os níveis e acho que todos entenderam isso muito bem. Poderia classificar essa derrota como: muito difícil de “digerir” mas de uma grande utilidade. Foi um momento de evolução muito grande, e uma derrota extremamente positiva. Se tivesse de destacar um momento chave destacaria este.Em que aspetos, ou pontes fortes, da equipa assentou esta vitória do Boa Viagem?Coletivo, espírito de sacrifício e personalidade deste grupo onde tenho de referir o meu adjunto Jorge Cabacinho. É daqueles treinadores que acredita que uma boa equipa começa a ser construída por um bom base?Acho que é importante do ponto de vista técnico/tático, mas não é tudo. Em meu entender só terás uma boa equipa se tiveres “química” entre eles. É isso que tento construir: um grupo com “química”. Quem anda no desporto sabe o que isto é, e sabe igualmente como é difícil conseguir.O desfecho desta competição vem provar que é grande o equilíbrio na competição feminina?Não acho. Existem 3 a 4 equipas com um nível muito superior às restantes (Algés, Vagos, Quinta dos Lombos e CAB Madeira), no entanto nas competições a eliminar tudo pode acontecer. Em meu entender nada mais do que isso.E quanto ao futuro? Serão possíveis mais vitórias do Boa Viagem esta temporada?Não sei. Não gosto de fazer futurologia. Como disse estamos longe de ser o grupo mais forte e mais experiente, a nossa atleta mais velha tem 25 anos, e desta equipa apenas 3 (Solange Neves, Célia Simões e Barbara Silva) têm experiência de Liga. No entanto, acho que somos das equipas que mais “alma” tem. Ainda é muito cedo e os nossos objetivos são os mesmos: estar presentes nos pontos altos e ficar entre os primeiros seis da fase regular. Se possível ganhar uma competição. Este ultimo, e o mais importante, já está cumprido. Para além disso a época é longa e temos sempre um campeonato até ao Natal e outro que se inicia depois. Vamos ver o desgaste que as equipas apresentam.