Nem preciso de estar no papel delas para viver este sonho

Mery Andrade é a embaixadora do Campeonato da Europa e, seja na bancada seja junto das nossas guerreiras, tem vibrado com os feitos da nossa Seleção.

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22 AGO 2015

Não podíamos perder a oportunidade de aproveitar um pouco do tempo da atleta, uma das maiores referências do nosso basquetebol, para trocar umas curtas impressões sobre a presença dela em Matosinhos!

 

 

Olá Mery, antes de mais obrigada pela tua disponibilidade para nos concederes esta entrevista, e por partilhares connosco as tuas opiniões sobre este Europeu.

Uma das primeiras coisas que gostaríamos de saber, é como é que está a ser a experiência de assumir o papel de Embaixadora deste Campeonato?

Está a ser muito giro, é a primeira vez que eu faço uma coisa do género, mas, é fácil e eu acho que com as prestações que Portugal está a fazer e o bom trabalho, as embaixadoras são elas e não eu. O jogo que elas fizeram contra a Turquia é um emblema daquilo que qualquer selecção sub-18, sub-20 e Seniores deve de ter como exemplo porque foram espectaculares!

 

Qual é que foi o momento mais marcante para ti do Campeonato até agora?

Eu cheguei dia 18, mas foi o jogo com a Turquia, foi espectacular, onde tive que fazer uma invasão de campo porque já não podia estar aqui, tinha que estar lá em baixo a festejar com elas, porque jogaram muito bem.

 

Como é que foi o contacto com esta nova geração do Basquete no Campus?

No Campus Mery Andrade, foi giro! Não estava à espera de tantos miúdos, visto a altura do ano que é, as férias e os miúdos vão com os pais para fora, mas tivemos 35/37 miúdos. Muito giro, tinham muita vontade e qualquer correcção que fiz foi bem aceite e eles tentavam fazer e voltavam no dia a seguir.

 

Achas que é uma oportunidade única?

Sim acho que sim. Têm várias idades, tivemos miúdos com 8 anos e se o bichinho começa a essa idade, não tem como o tirar. É importante terem manifestações como estas para que possam ver o nível a que possam querer chegar mais tarde.

 

Que conselho ou dica, é que uma jogadora profissional como tu, pode dar à nova geração do Basquetebol?

Os meus conselhos são sempre os mesmos: trabalhar, trabalhar, trabalhar e trabalhar, porque só trabalhando é que nós podemos chegar a algum lado. Eu falei com a Seleção, com as miúdas, antes do jogo da Turquia e disse “já foi o tempo que nós dizíamos ‘nós somos Portugal coitadinhos’, Portugal agora está a tentar, não é fácil economicamente, não é fácil geograficamente, não é fácil a níveis de corpos e também porque Portugal não é conhecido por ser um povo muito alto, mas agora já começamos a ter miúdas um bocadinho mais altas, trabalhadores, guerreiras e isso ajuda, e eu com estas mudanças técnicas e com o trabalho acho que podemos chegar onde as outras equipas técnicas estão.

 

Pedimos-te agora para descrever a Seleção em 5 adjetivos.

(risos) Vou descrever por aquilo que eu vi no jogo da Turquia e mesmo no outro jogo que elas perderam: elas foram Guerreiras, Unidas, Espirito de Sacrifício, Vontade de Ganhar e Humildes. Acho que são humildes porque elas entraram no jogo com a Turquia sabendo que era de vida ou morte e mantiveram a cabeça baixa, não tentaram ver quem é que tinham à frente e não guardaram as forças para outro dia. Deram tudo, e eu acho que isso é muito importante.

 

O Mundial de Sub-17 é um sonho para qualquer jogadora de Basquetebol. Se tivesses no papel destas campeãs, que sentimentos é que terias?

Olha, nem preciso de estar no papel delas para viver este sonho, é como se eu fosse uma jogadora, e como jogadora percebo perfeitamente o que elas estão a passar e a sentir neste momento. É certamente uma sensação incrível, porque é a primeira vez que Portugal consegue um resultado do género, por isso não é preciso estar no papel delas. Deve ser uma sensação que … (emociona-se); cada vez que se fala disso tenho arrepios e arrepios. Hoje nem dormi e a adrenalina que eu tenho é enorme. Eu acho que até é mais fácil tu estares lá dentro, porque lá dentro tu consegues descarregar a adrenalina. Estando cá fora é diferente. Sonho acho que não descreve a sensação que se sente, é incrível!

 

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22 AGO 2015

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