No Art Limit: “Renovar este campo foi um grande desafio”

É já este domingo que a AB Setúbal, em colaboração com a Federação Portuguesa de Basquetebol e com o Basket Santo André, inaugura os seus primeiros campos inseridos no projeto 3×3 BasketArt.

Dia 18 de março, no Parque do Bairro Azul – GPS 38°03’25.4″N 8°46’56.4″W – em Santiago do Cacém, serão revelados os dois campos trabalhados pelo grupo de artistas “No Art Limit”, numa cerimónia que está agendada para as 10h30.

Na antecâmara da inauguração, Hugo Correia, membro do grupo de artistas que renovou os dois campos, falou à FPB sobre o projeto.

“O nosso grupo é composto quatro elementos que funcionam como uma família, pouco estruturada, mas uma família. Dos quatro apenas três abordamos esta parte de trabalhos de graffiti e fazemos um pouco de tudo: trabalhos pagos, trabalhos não pagos e graffiti mais puro e duro”, explica.

Como surgiu a criação do grupo?

Se a memória não me falha a “No Art Limit” surgiu em 2009/2010. Na altura era uma ‘crew’ de graffiti clássica com outros elementos que foram saindo, entraram outros e foi-se construindo o que hoje apelidamos de família. Eu e o Nélson somos os fundadores e ainda nos matemos ativos, não tanto como queríamos, mas a vida é mesmo assim.

Em que ideias se basearam para estes dois campos de Santiago do Cacém?

O desafio era enorme, tínhamos um limite de orçamento e outro artístico que era fazer algo não muito complicado para ser duradouro uma vez que só queríamos usar tintas especificas para pavimento e que de alguma maneira identifica-se a nossa localidade. Depois algumas tentativas em videochamada e no iPad, surgiu a ideia. Quanto à escolha das cores, o raciocínio foi o seguinte:

• O azul simboliza as nossas praias;
• O amarelo o nosso sol;
• O verde os nossos campos;
• O cinzento as nossas fábricas;

Foi um grande desafio este projeto “3×3 BasketArt”?

Foi, sem dúvida, um desafio. Não usámos spray, recorremos a tintas que não estamos habituados e desta vez a tela era tão grande que o clássico passo atrás não servia de nada, só de drone é que tínhamos a noção de como estava a ficar. Penso que o produto final foi bom e tenho a certeza de que se tivermos outra oportunidade destas, o resultado será ainda melhor.

Que tipo de trabalhos têm executado?

Temos aqueles clássicos trabalhos de graffiti uns quartos ou salas particulares. Também temos tido a sorte de ser postos à prova pelas juntas de freguesia e autarquias em vários projetos, no último ano tivemos o prazer de pintar duas paredes laterais do nosso pavilhão desportivo, e para finalizar o ano pintámos uma série de paragens de autocarro na freguesia de São Francisco da Serra, foi uma ideia que começou em Santo André há alguns anos que se transformou no nosso cartão de visita.

Até pelo nome do vosso grupo, para vocês não há limites para a arte? É a vossa grande paixão?

O nosso nome quer dizer isso mesmo, de uma forma geral o graffiti é a nossa grande paixão, para continuarmos a pintar sem nunca termos desistido, só pode ser paixão. Há outras e por vezes a vida leva-nos para outros caminhos, ja não temos 18ou 19 anos, há responsabilidades, mas penso que falo pelos quatro quando digo que vamos continuar até o corpo deixar.

Recordamos que o 3×3 BasketArt é um projeto que faz parte do programa nacional de promoção do basquetebol que tem como objetivo trazer a modalidade para a rua e que consiste em desafiar todos os Municípios do País a constituírem-se como parceiros da FPB na promoção de hábitos saudáveis de vida dos seus habitantes através da prática informal do basquetebol.