Norberto Alves: «Título foi sempre o objetivo»
No final da época passada deixou a Académica e rumou a Angola para abraçar um novo desafio, com o Libolo, e foi bem sucedido.

Competições | Treinadores
29 MAI 2014
Não só foi campeão no primeiro ano em que orientou a equipa, como ainda foi 3º na Liga dos Campeões Africanos, a melhor classificação de sempre do clube na prova. Leia a entrevista nos detalhes desta notícia.
Que balanço faz deste seu primeiro ano a treinar em Angola?O balanço é muito positivo. Cumprimos o grande objetivo de ganhar o BAI Basket. Para além disso vencemos a Taça Vitorino Cunha e ficámos em 3º na Liga dos Campeões Africanos – a melhor classificação de sempre do Libolo.O convite do Libolo surgiu como uma oportunidade de preencher a suas ambições como treinador de basquetebol?Sim. Em Portugal é quase impossível vencer o campeonato a não ser que se treine a única equipa que tem um investimento elevado. Aqui é muito difícil, porque os competidores têm muita qualidade, mas é possível. Na Académica ficámos em 2º há 2 anos, apenas com um atleta estrangeiro e a treinar à noite. Que mais podíamos fazer? Quando chegou a Luanda e teve o seu primeiro contacto com a equipa, que leitura fez do basquetebol africano?Aqui há mais contacto físico e o jogo de transição é mais utilizado. De resto não existem muitas diferenças até porque existe uma grande influência de vários treinadores portugueses de grande qualidade.Certamente que tirou as suas conclusões sobre aquilo que mais precisava a equipa. Consegue apontar os pontos sobre os quais mais incidiu o seu trabalho como treinador?Melhorar a transição defensiva e criar hábitos de rápida adaptação à mudança de algumas estruturas tácticas de jogo para jogo consoante o adversário.O título sempre foi o vosso objetivo, ou redefiniram as vossas metas à medida que a época foi avançando?O título foi sempre o nosso objetivo. Assumimos isso, publicamente, logo que chegámos a Angola.O 3º lugar na Taça dos Taça dos Clubes Campeões Africanos ajudou a que a equipa crescesse e ficasse mais bem preparada para conquistar o titulo?Sinceramente não sei. Sei que queríamos ganhar e lutámos para o conseguir. E lutar muito para atingir algo é sempre importante em qualquer organização e em qualquer coisa da vida. Ficamos de consciência tranquila e aprendemos a olhar-nos uns aos outros com mais cumplicidade e compromisso para o futuro.Na sua opinião, a equipa do Libolo era a mais forte da competição? E o que a distinguiu e tornou mais competente das restantes?Não era a mais forte da competição – O 1º De Agosto e o Petro tinham planteis mais extensos, mais equilibrados e que jogavam juntos há mais tempo e com os mesmos treinadores. Nós lutámos muito e tivemos coragem nos grandes momentos apesar das lesões do Carlos Morais, que não jogou os 6 primeiros jogos da fase final (12 jogos) e do Olimpio Cipriano que jogou sempre condicionado e com sacrifício nesta fase decisiva. Nos últimos 3 jogos um dos americanos também se lesionou e não jogou. A equipa respondeu coletivamente, com grande concentração. Fomos um a equipa no verdadeiro sentido da palavra. Todos deram um passo em frente para ganhar.O caminho para o título acabou por ser mais fácil do que imaginaria que poderia ser?E quanto ao futuro? Existe já alguma coisa certa para a próxima temporada? E que outros objetivos gostaria de alcançar na próxima época?O clube quer muito que fique mais um ano. Eu gosto muito do clube e o Sr. Presidente, Rui Campos e o Diretor para o basquetebol, José Carlos Dias, sempre estiveram ao meu lado a apoiar-me. Não é fácil estar longe da família, mas mais difícil é não continuar junto de pessoas com grandes qualidades humanas e organizativas. A Federação Angolana de Basquetebol distinguiu-me com o prémio de Melhor Treinador em 2014 mas, sinceramente, devo-lhes a eles esse prémio. Quanto aos objetivos, o Libolo entra sempre em todas as competições para vencer. Esses são sempre os nossos objetivos.