Novo Lusitânia, a mesma ambição

As trocas de jogadores vão significar uma renovação na equipa do Lusitânia, se bem que Nuno Barroso acredite que não existem motivos para preocupações.

Competições | Treinadores
3 SET 2014

O treinador está convicto que o grupo de trabalho não vai perder ambição, já que objetivo para esta nova temporada será melhorar o 4º lugar alcançado na última edição da LPB.

 

 

 

 

 

Algumas caras novas no plantel do Lusitânia, sinal que a equipa se irá apresentar diferente esta temporada. Mudança significa sempre incerteza, mas o técnico Nuno Barroso acredita que a equipa ficará mais forte. “Penso que o que aconteceu este verão significa a renovação da equipa do Lusitânia. Mantém-se o grupo de jogadores locais, mas, para além destes, há, de facto, uma renovação. Vamos ver o que isto representa e se, inclusive, até pode vir a ser a base do recrutamento, com os meios que o clube possui, envolvem sempre muitos riscos. Só depois de os novos jogadores cá estarem é que poderemos fazer uma avaliação mais concreta. No entanto, penso que não há motivos para preocupações", diz o treinador.

 

Apesar dos constrangimentos financeiros, facto que naturalmente influencia o recrutamento de jogadores, Nuno Barroso acredita que a equipa não vai perder qualidade para as restantes equipas da Liga. “Pode, se pensarmos que os recursos disponíveis obrigam a orçamentos cada vez mais apertados e restringidos. O acesso a determinado grupo de jogadores, nomeadamente portugueses, é inalcançável. Isto, claro, pode refletir-se num abaixamento do nível de qualidade do plantel. Mas penso que, em termos gerais e olhando para o todo do basquetebol nacional, a realidade vigente tem-se pautado por um nível médio mais baixo do que em anos anteriores. Como tal, o nível de qualidade de jogo da equipa poderá não baixar de forma significativa. Penso que a queda do nível qualitativo do basquetebol nacional é proporcional a todas as equipas. O Lusitânia tem acompanhado esta tendência. Independentemente disto, parece-me que existe muito mérito desta equipa, que já conseguiu um 3º e um 4º lugares na Liga, mesmo num quadro de largas limitações.”

 

O clube açoriano já anunciou o regresso de Daniel Caluico à equipa, mas ainda há espaço para mais um jogador do Continente, que acrescentará qualidade ao jogo exterior do Lusitânia. “Ainda chegará mais um jogador do continente e já estamos a ultimar os termos do contrato com esse atleta. Será um jogador de qualidade, para as posições exteriores. A partir daí, o plantel a nível dos jogadores portugueses ficará fechado.

 

Quem também vai voltar a trabalhar com Nuno Barroso é o norte-americano Cavel Witter, ele que vem para substituir o influente base James Smith. “Espero, acima de tudo, que o Cavel Witter venha para Portugal fazer o que não acabou quando cá esteve pela primeira vez. Trata-se de um jogador com recursos técnicos muito bons e tem um perfil de personalidade que se enquadra muito bem na realidade em que nos inserimos atualmente, pois é um atleta simples, humilde e trabalhador. Espero que venha liderar a equipa e que desempenhe, basicamente, as mesmas funções que o James Smith desenvolveu na época passada.”

 

O plantel ainda não está completo, se bem que o técnico já tenha identificado quais as necessidades da equipa. “Faltam dois jogadores, um claramente interior e outro para a posição três/quatro, ambos estrangeiros e que, brevemente, já estarão contratados.”

 

 

Depois de um fantástico 4º lugar obtido na última temporada, um resultado que Nuno Barroso espera poder repetir e se possível melhorar esta temporada. “Como treinador, até por uma questão de coerência, nunca poderei pedir à equipa menos do que foi feito na época anterior. Penso que pode ser um risco afirmar isto, mas sabendo que os objetivos do clube estão bem estabelecidos e que apontam, concretamente, para a permanência da equipa neste nível de competição, não posso ambicionar a menos do que aquilo que foi conseguido no ano passado. Vamos trabalhar e lutar para estarmos a esse nível e, de preferência, com maior regularidade, visto que começámos muito mal a época. Vamos procurar retificar esta situação e tentar manter esse nível de competitividade e de classificação.”

 

Ambição não falta ao treinador insular, pelo que só os jogos confirmarão se existem condições para que o Lusitânia continue a lutar por objetivos cada vez maiores. “Vamos ver, pois trabalhamos sempre com um conjunto de incertezas que não nos permite, de facto, planear e prever as coisas com muita precisão. Mas, como treinador, a ambição só pode ser a de melhorar. O líder da equipa deve mostrar a ambição necessária para motivar os jogadores para o sucesso, independentemente das condições que possam ou não existir.”

 

O núcleo de jogadores da ilha Terceira vai manter-se, sendo que Nuno Barroso deseja que, cada vez mais, desempenhem um papel ativo dentro do grupo de trabalho. “Espero que com um contributo cada vez maior. Na época passada já vimos alguns jogadores locais com uma participação e uma qualidade bastante assinaláveis, mesmo que este seja um percurso longo. Na nova época, espero que esta participação se continue a acentuar."

 

Infelizmente para o técnico a base de recrutamento na ilha Terceira é diminuta, um problema há muito identificado, mas que parece não melhorar. “São questões mais do que repetidas. Costuma dizer-se que quando alguém fala muito alto deixa de ser ouvido… Não há muito a acrescentar. O nível de qualidade da formação e, certamente, o nível de investimento em recursos humanos terão baixado bastante. Basta ver que a competitividade das nossas equipas, em confronto com as equipas de outras ilhas, nomeadamente São Miguel, é menor a cada ano que passa. A preponderância que o basquetebol da ilha Terceira tinha a nível regional já se perdeu e isto, obviamente, é consequência de um nível de qualidade mais baixo dos jogaderes. Estas são questões que estão apuradas e debatidas. Resta aos agentes da modalidade ou alterar o rumo das coisas, ou deixar andar e perder definitivamente a capacidade para formar atletas com qualidade para participar em competições deste nível." 

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3 SET 2014

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