Nuno Barroso: «Explorámos as circunstâncias do jogo»
A equipa açoriana do Lusitânia/Expert protagonizou a surpresa da última jornada do ano, ao terminar com a invencibilidade do SL Benfica, um resultado fantástico, mas que vem no seguimento de um ciclo de quatro triunfos consecutivos caseiros.

Competições | Treinadores
22 DEZ 2011
O técnico Nuno Barroso mostra-se nesta entrevista satisfeito com o comportamento da equipa até ao momento, e não tem dúvidas que o conjunto açoriano está mais consistente, com os processos ofensivos e defensivos apreendidos. Pelo que os próximos jogos são para tentar vencer, no sentido de tentar chegar aos sonhos do técnico: final do playoff ou da Taça de Portugal.
Onde foram melhores que todas as outras equipas para conseguirem derrotar o SL Benfica pela primeira vez esta temporada?Sinceramente não sei responder a essa pergunta. Sabíamos que não podíamos tentar discutir o jogo sem garantir algum equilíbrio no jogo interior, sobretudo no ressalto e sem retirar aos jogadores do Benfica algum conforto naquilo em que são mais fortes ofensivamente. Também sabíamos que se o resultado se mantivesse equilibrado até meio do 3º período seria possível discuti-lo. Mas não penso que tenhamos sido melhores ou piores que os outros, simplesmente conseguimos explorar bem as circunstâncias do jogo, num dia em que algumas coisas importantes nos correram muito bem.A equipa já leva quatro vitórias consecutivas em casa. Acha que a equipa é mais forte quando joga na ilha Terceira?É natural que nos sintamos mais confortáveis a jogar em casa, tal como todas as outras equipas. Quanto a isso não acho que sejamos diferentes, até porque não concordo nada com a ideia que as equipas açorianas são mais fortes nos Açores porque “se superam”, “querem-se mostrar”, ou outros argumentos sem sentido. Aliás, sabemos que se quisermos manter até ao fim da fase regular a posição que actualmente ocupamos, ou um pouco melhor, isso terá que ser conseguido com vitórias fora de casa.O sucesso dos últimos jogos passa por uma melhoria defensiva da equipa?Não consigo ver a nossa evolução pela melhoria num factor do jogo isoladamente, até porque acho que nos últimos jogos melhoramos sobretudo do ponto de vista ofensivo, embora isso se reflicta também, no desempenho defensivo. A equipa mostrou desde o início muita facilidade na apreensão das tarefas e conceitos defensivos e o mesmo não aconteceu no ataque, onde só agora mostramos alguma solidez na aplicação de alguns princípios fundamentais. Hoje estamos mais equilibrados em todas as fases do jogo e isso torna-nos mais consistentes e confiantes.O actual registo no campeonato (7 vitórias e 4 derrotas) enquadra-se nas expectativas que tinha para a equipa?Está de acordo com as expectativas iniciais, embora tenhamos consciência que podia estar um pouco melhor. Mas não nos podemos queixar, sobretudo se pensarmos que a evolução operada relativamente ao ano passado é muito significativa e as expectativas para o futuro também são bastante animadoras.O mês de Janeiro começa com mais dois jogos em casa (Sampaense e Ginásio), seguindo-se depois a Taça de Portugal. Já foram definidos objectivos para este ciclo da equipa?Temos objectivos definidos para todos ciclos competitivos. Neste caso, quanto aos jogos com Sampaense e Ginásio, pretendemos continuar a ganhar para consolidar a nossa posição no campeonato, embora saibamos das dificuldades que nos esperam. Penso até que o verdadeiro campeonato só agora se irá iniciar.Quanto ao jogo com o Vitória para a Taça, considero que se trata de um desafio tão aliciante quanto difícil, pois não hesito em afirmar que defrontaremos uma das melhores equipas portuguesas, tanto pela qualidade dos seus jogadores, como pela competência do seu treinador. Porém, também não posso deixar de dizer que pretendemos estar presentes na final a 8 da Taça de Portugal e só o conseguiremos se ganharmos ao Vitória.A pouca profundidade do plantel, sem esquecer a ausência do Daniel Monteiro, é a principal limitação para pensar em objectivos mais ambiciosos?Não me queixo do plantel, até porque foi construído para estar sensivelmente onde se encontra neste momento e é constituído por jogadores muito responsáveis e ambiciosos. Por outro lado, se considerarmos que fomos capazes de superar a ausência do Daniel, cuja qualidade técnica e dimensão táctica ofereciam à equipa outros argumentos, podemos concluir que temos um grupo com a competência necessária para lutar pelos objectivos estabelecidos. Pensar em objectivos mais ambiciosos está, para já, fora dos horizontes do clube e na minha opinião muito bem.Em altura de Natal, se pudesses pedir uma prenda para a tua equipa, qual seria a sua escolha?Como a imaginação não tem limite, acho que neste tipo de exercício devemos ser muito ambiciosos! Por isso pediria como prenda a conquista da Taça de Portugal ou a final do playoff! Como alternativa, gostaria que todos os elementos da nossa equipa se sentissem, no final da época, mais habilitados pessoal e desportivamente e que reconhecessem que valeu a pena estar no Lusitânia.