“O importante é que o GDESSA não perca a sua identidade”
Habituado ao ambiente do basquetebol Masculino, João Cardoso fará a sua estreia como treinador principal de uma equipa feminina, e logo no GDESSA – Barreiro, atual campeão nacional e detentor da Taça de Portugal.

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23 JUN 2017
Entrevistámos o novo técnico do emblema da Margem Sul do Tejo, que nos falou da temporada que aí vem.
Estava à espera deste convite? Foi apanhado de surpresa?
Posso dizer que fiquei um pouco surpreendido pela positiva com o convite, sendo que o encarei com grande satisfação. Mas realmente, não estava muito à espera.
Chega ao GDESSA depois de vários anos de Nuno Manaia ao serviço do clube. Pode anunciar aquilo que pretende para a próxima época? As principais jogadoras irão permanecer?
Os objetivos do GDESSA não vão fugir muito àquilo que foram nas últimas épocas. Portanto, ser uma equipa competitiva, que esteja presente nas grandes decisões, tentar fazer o melhor possível. O GDESSA vem de uma época fantástica, não será fácil igualar estes resultados, mas os objetivos mantêm-se inalteráveis. Fui contratado há relativamente pouco tempo, com o objetivo principal a passar pela manutenção das jogadoras portuguesas e depois pensar nas atletas estrangeiras, o processo normal por esta altura.
O GDESSA vai estar presente nas competições europeias?
Sim, confirmámos a nossa participação. É um passo importante, é a primeira presença do clube numa prova europeia. São sempre competições complicadas, duras, mas com apoio da Câmara Municipal do Barreiro o clube fez questão de participar e acho que isso é muito importante. Vamos encarar isto da melhor forma possível.
Como é uma equipa à sua medida? Como prefere ver uma equipa jogar?
Quando se entra num projeto que está consolidado, independentemente da filosofia do treinador, penso que deverá manter-se a identidade. O GDESSA é uma equipa que sempre nos habituou a defender bem, a ser agressiva, que gosta muito de correr, rápida no ataque. Não vale a pena mudarmos muito, eu também não fujo a isto. Qualquer treinador gosta que a sua equipa defenda bem, portanto não irei alterar muito. Depois, como é óbvio, em termos táticos, teremos as nossas soluções e que irão de encontro àquilo que eu penso para o basquetebol. Haverá algumas coisas novas, mas o que é importante é que o GDESSA não perca a sua identidade. Não vou mudar algo que tão bons resultados tem dado, manter-me-ei fiel às ideias do clube, sempre com muitas jogadoras da formação. Eu também acredito que o segredo está na defesa e depois jogar rápido.
Como encara esta mudança para o basquetebol feminino? É o maior desafio da sua carreira?
Eu tive a possibilidade de ser treinador principal na antiga Liga Profissional. Fui adjunto ao longo de muitos anos e depois tive essa oportunidade. É óbvio que há diferenças, nomeadamente no facto de na ala masculina o jogo ser mais físico, de se disputar mais nas alturas, mas isto é universal. Vou trabalhar com mulheres, algo que nunca havia feito, mas penso que não haverá qualquer tipo de problema. E sim, este é o maior desafio da minha carreira, até agora, até porque pego numa equipa que acaba de se sagrar campeã nacional e que venceu a Taça de Portugal. É um desafio aliciante, motivador, e espero estar à altura dos pergaminhos e da ambição do clube.