O primeiro já está!
Ao vencer em Coimbra a Hungria, por 71-66, a Selecção Nacional deu um importante passo rumo ao Campeonato da Europa deste ano, que irá realizar-se na Lituânia.
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14 AGO 2011
Quem defende como a equipa portuguesa e demonstra a união e a coesão que lhe permitiu sobreviver ao período negro do segundo quarto, tem tudo para vencer jogos, ou quanto mais não seja discuti-los em pé de igualdade. Uma grande vitória, diante uma equipa húngara que provou que não era pêra doce, mas que se vergou à grande intensidade defensiva e ritmo de jogo imposto pelos jogadores nacionais. Assim caia o tiro exterior e será muito complicado derrotar esta aguerrida Selecção portuguesa.
Conscientes da importância deste primeiro jogo, os pupilos de Mário Palma começaram o jogo a todo gás, chegando com grande facilidade ao 10-2, depois de um parcial de 7-0. Os húngaros recompuseram-se do choque inicial e, fazendo uso do tiro de longa distância, bem como a sua presença nas áreas próximas do cesto, chegaram ao final do 1º período na frente pela diferença mínima (20-19).Mas o pior estaria para vir para a turma portuguesa, já que nos primeiros 7 minutos do segundo quarto o conjunto nacional não foi capaz de fazer qualquer ponto. A equipa mostrava alguma ansiedade, os turnovers sucediam-se, aproveitando os magiares para fazerem uso do seu mortífero contra-ataque. A desvantagem chegou à casa das dezenas mas nos últimos três minutos da primeira parte, com a mudança para uma móvel defesa zona 2×3, com a estabilidade transmitida pelo veterano José Costa e a forma como a equipa passou a lutar no ressalto ofensivo (destaque para o trabalho fantástico de Paulo Cunha), Portugal voltou a reentrar no jogo, conseguindo chegar a tempo de intervalo empatado no encontro (31-31).Embalado pelos bons momentos vividos no final dos primeiros 20 minutos, a equipa nacional surgiu muito melhor na etapa complementar, mais disciplinada, a cometer menos turnovers, com as correcções necessárias na defesa dos bloqueios directos e, principalmente, mais móvel e com outro dinamismo do que aquele demonstrado no primeiro tempo. A história inverteu-se no 3º período, com Portugal a afastar-se no marcador, muito por culpa do acerto nos tiros de longa distância, que tornaram infrutífera a defesa zona tentada pelo treinador húngaro. À entrada do último quarto a vantagem era de oito pontos (54-46), diferença que, não sendo uma almofada pontual que permitisse descansar, dava alguma tranquilidade para abordar os dez minutos finais.Foram notórias as dificuldades sentidas pela selecção adversária no último quarto do encontro, como resultado da elevada pressão defensiva colocada em prática pelos atletas nacionais, bem como pelo ritmo imposto pelos “jovens” José Costa (6 pontos e 5 assistências) e Filipe da Silva (10 pontos, 6 ressaltos e 5 assistências). Nesta fase, e apesar da notória desvantagem de estatura, a forma como Portugal se bateu na luta das tabelas, impressionou pelo levado número de ressaltos conseguidos, proporcionando segundas posses de bola e a fazer o relógio funcionar a favor de Portugal. O jogo parecia controlado quando Miguel Miranda (18 pontos), com duas “bombas” mortíferas, e João Santos (10 pontos e 6 ressaltos), a imitá-lo, colocavam a diferença acima dos 10 pontos com pouco mais de 3 minutos para o final do encontro. Alguns erros infantis, associados ao mérito dos húngaros que começaram a acertar os tiros de três pontos, ameaçaram a vitória final, num jogo em que Portugal no cômputo geral foi superior, apesar de desfalcado de alguns elementos fundamentais, a jogar longe das suas reais possibilidades e ainda a denotar alguma falta de ritmo competitivo, bem como a pressão de ter que vencer o primeiro jogo já que era disputado em casa.Parabéns a todo o grupo de trabalho, que depois deste enorme sucesso só pode pensar que as coisas vão evoluir para melhor, pois essa será a ordem natural das coisas, assim sejam capazes de manter a mesma atitude defensiva, tal como a coesão e o espírito de grupo revelado ao longo dos 40 minutos deste primeiro jogo.Para além dos atletas já referidos, destaque ainda para Carlos Andrade (11 pontos e 9 ressaltos), importantíssimo no período negro da equipa, e para os desempenhos de Elvis Évora (6 pontos e 2 ressaltos), bem melhor no segundo tempo, e Paulo Cunha na luta desigual na defesa dos jogadores interiores húngaros.