Óscar Trigo: “Ser parte do crescimento do BCR português é uma honra”

O novo selecionador nacional de BCR abordou o ciclo que se avizinha

Competições
27 JAN 2023

Um dos mais credenciados técnicos do BCR mundial começa a etapa ao comando da seleção nacional com o declarado objetivo de subida à divisão B. Óscar Trigo, catalão de 50 anos, conheceu o BCR na qualidade de voluntário dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Barcelona 1992. A sede da sua universidade acolhia a competição de Judo, mas foram as incidências no Palau Sant Jordi, onde decorria a competição da modalidade coletiva paralímpica rainha, a produzir fascínio no então estudante. “Como espectador, apaixonei-me. E tracei como objetivo vir a envolver-me no BCR. Oito anos depois, chega-me a proposta do FC Barcelona e nem sequer pensei. Julguei que seria uma experiência curta por não ter conhecimento específico suficiente. Entretanto, passaram 21 anos.”, descreve.

No longo currículo, que intercala ou acumula projetos de formação com experiências no alto rendimento, surgem como incontornáveis as referências aos anos de División de Honor – liga profissional do país vizinho – pelo FC Barcelona, o título europeu e o vice-campeonato mundial na seleção espanhola sub23, a qualificação e subsequente 5º lugar nos Jogos de Londres 2012 com a principal seleção, depois de uma ausência do país que remontava a Atlanta 1996, medalhas de prata e bronze no Europeu da divisão A, ou o recém-alcançado 4º lugar nos Jogos de Tóquio 2020. O gosto pela base está patente nos vários projetos com o seu cunho na terra natal, nomeadamente no CB Alisos, CE Sant Nicolau ou Global Basket, incursões, do seu ponto de vista, essenciais para o desenvolvimento enquanto treinador. “Creio que é importante, como treinador, que não nos classifiquemos, não nos centremos apenas no topo, ainda mais no BCR. Os treinadores com experiência também devem formar”.

Atualmente ao leme – pela segunda vez – do Unes FC Barcelona, que conta nos seus quadros com o internacional A e Sub23 Miguel Reis, Óscar Trigo decidiu conciliar o cargo com a função de selecionador de Portugal, possibilidade que lhe granjeou interesse desde a primeira abordagem. “Motivou-me o entusiasmo com que me foi apresentado o projeto. Há vontade de dar um passo mais e elevar o nível competitivo, bem como abrir as portas a um selecionador estrangeiro, o que é sempre um passo importante e de risco, porque as federações nacionais visam potenciar os treinadores nacionais. Não só se quer aumentar o nível competitivo, como estar aberto a novas formas de trabalhar. E a federação partilhou essa necessidade de fazer crescer a nível competitivo e a nível formativo. Ser parte do crescimento do BCR português é uma honra”, afirma.

Consciente de que “há que basear-se numa realidade e conhecer profundamente o BCR português”, num olhar inicial, atendendo ao contacto prévio com os jogadores nacionais, Óscar Trigo espelha ambição no discurso. “Creio que a qualidade dos jogadores portugueses é suficiente para lutar pela subida à divisão B. Esse tem que ser o objetivo, claro. Primeiro, temos de criar um grupo de trabalho que focalize o objetivo e, a partir daí, fazê-lo crescer para, depois, manter a equipa na divisão B e, quem sabe, lutar para chegar à divisão A. Sempre tracei objetivos muito exigentes. Há que treinar e gerar um projeto para ficar em primeiro na nossa liga, que de momento é a divisão C”, sintetiza.

No tocante à forma de jogar, vinca que as suas equipas se apoiam numa “grande intensidade defensiva”, o que supõe “uma grande preparação física para suportar o desgaste” e, assim, proporcionar um processo ofensivo pautado por “transições rápidas e um jogo simples”. Mas, reitera, a defesa é o fulcro das suas equipas. “O jogador português, quando entrar em campo, verá que a minha filosofia é muito clara. A responsabilidade individual, na hora de defender, é a máxima expressão de companheirismo de uma equipa de Basquetebol. Esse ADN de intensidade defensiva vai gerar-nos um maior potencial ofensivo”, explicita.

A seleção nacional aguarda ainda o anúncio da Federação Internacional de BCR (IWBF) relativamente ao país anfitrião e data concreta do próximo Campeonato da Europa C, previsto para o verão de 2023. Portugal irá procurar repetir a façanha de 2007 e 2015, quando conseguiu, com um título de campeão e um vice-campeonato da divisão C, escalar à divisão B. Na equipa técnica nacional, Óscar Trigo será coadjuvado por Javier López, Ricardo Vieira e Daniel Pereira.

 

 

 

 

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27 JAN 2023

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