Portugal ainda chegou a sonhar
A Selecção Nacional precisava ganhar à Finlândia por mais de 12 pontos de diferença, de modo a assegurar a liderança do grupo de qualificação para o Europeu, mas acabou por perder o jogo, por 78-86.
Competições | Seleções
24 AGO 2011
Durante a primeira parte ainda se chegou a acreditar que seria possível, pois Portugal até esteve a comandar por 15, mas na segunda metade as coisas complicaram-se… No Campeonato da Europa, que começa a ser disputado dia 31, na Lituânia, a Selecção ficará, assim, incluída no Grupo A, juntamente com Espanha, Polónia, Turquia, Lituânia e Grã-Bretanha.
Portugal ainda nos fez acreditar que era possível, não só vencer a equipa da Finlândia, como também fazê-lo por uma diferença superior a 12 pontos. Isto porque, e depois de um inicio de jogo bastante amorfo (2-9), a equipa portuguesa partiu para mais uma parte de luxo, aproximando-se da excelência, fundamentalmente durante o segundo período.Depois de terem terminado o primeiro quarto na frente (21-17), os comandados de Mário Palma tiveram 10 minutos brilhantes, período durante o qual voltaram a exibir a sua agressiva defesa, controlaram o ressalto defensivo, bem como melhoram a defesa do bloqueio directo, que tantos problemas tinha dado no primeiro jogo.Mas não foi só defensivamente que a turma nacional esteve bem. A eficácia no lançamento exterior, o excelente aproveitamento de todas as soluções ofensivas do bloqueio directo, bem como o perfeito controlo dos ritmos de jogo, explorando sempre as possibilidades de contra-ataque, explicam o porquê de Portugal ter conseguido marcar 24 pontos no 2º período e, não fosse uma bandeja falhada já muito perto do termo da primeira parte, a equipa nacional poderia ter ido para o intervalo a vencer por 20 pontos, em contraposição aos 15 que se registaram (45-30). O público que enchia quase por completo o Pavilhão Mário Mexia vibrava com a estupenda exibição dos jogadores portugueses e começava acreditar que era possível derrotar os finlandeses por mais de 12 pontos.O começo da etapa complementar foi bem diferente e as duas faltas anti-desportivas averbadas a Portugal não ajudaram nada, precipitando um parcial negativo de 0-7, que encurtava as distâncias no marcador. Os turnovers passaram a ser o maior problema da equipa nacional, bem como os contra-ataques mortíferos dos nórdicos. Se a isto juntarmos a melhoria significativa nas percentagens de lançamento, estão encontradas as razões para o descalabro de Portugal na segunda parte.Às vezes há que dar mérito ao adversário pelo brilhantismo das suas acções, como foi o caso neste jogo do atleta Petteri Koponen (19 pontos na segunda parte), que individualmente fez a diferença diante de uma Selecção Portuguesa que a espaços esteve ao seu melhor nível, mas que teve do lado contrário sempre uma resposta aos cestos que convertia.A turma orientada pelo técnico Mário Palma voltou a provar que consegue praticar um basquetebol de grande qualidade, como demonstram os 78 pontos marcados, mas que para vencer encontros Portugal tem de estar sempre muito próximo da excelência defensiva. O resultado final não espelha o que se passou durante os 40 minutos, nem Portugal merecia perder por esta diferença. Não existem motivos para desconfiar da qualidade desta equipa, nem do seu empenhamento em todos os jogos. A tarefa no Europeu não se afigura fácil (Espanha, Lituânia, Turquia, Polónia e Inglaterra) mas vamos acreditar que a coesão e o espírito de sacrifício que este grupo já deu provas, nos vão deixar orgulhosos da sua participação no Campeonato da Europa.Como um mal nunca vem só, a lesão do base António Tavares – foi ao hospital mas já regressou ao hotel – vem ainda agravar o panorama da Selecção a poucos dias do inicio do Campeonato. Mas mais importante nesta altura é desejar-lhe as melhoras e que volte à competição o mais rapidamente possível. Melhoras que são extensíveis a Paulo Cunha que ficou de fora neste jogo também por lesão.Com o seu cinco inicial a marcar todo mais do que 10 pontos, destaque para a forma como o base Filipe da Silva (15 pontos e 9 assistências) voltou a comandar muito bem a equipa, tendo estado em alguns momentos brilhante na forma como assistiu os seus companheiros. João Santos foi o melhor marcador do grupo, com 19 pontos, novamente com uma excelente percentagem de triplos (5/9), tal como o seu companheiro Carlos Andrade (13 pontos), que esteve perfeito da linha de 3 pontos (3/3).